11.10.2015

O que mudou em nós?




Num ano, o que é que mudou? Tudo e nada. O que nos levou a criar o blogue mantém-se. O prazer de escrever, de partilhar, de comover através das palavras, de fazer rir é enorme. Sem fugirmos à nossa essência. Parvas. Lamechas. Dedicadas. Mães. Parvas, outra vez. Não nos levamos muito a sério e às vezes levamo-nos demasiado a sério. Como na vida. Há dias sim e dias não. 

Num ano, muitas coisas aconteceram:

- a Joana Paixão Brás deixou de ser incontinente.
- a Joana Paixão Brás perdeu peso e passou a sentir-se melhor com o seu corpo.
- a Joana Gama aprendeu a relaxar mais.
- a Joana Paixão Brás aprendeu a ser mais organizada (e ainda continua a tentar...).
- a Joana Gama cortou-se à festa de anos das Is por uma alegada varicela que não existiu.
- a Joana Paixão Brás passou uma semana com a Isabel internada com pneumonia.
- a Joana Gama decorou a casa para o Natal com dois meses de antecedência.
- a Joana Paixão Brás lamentou as saudades da filha.
- a Joana Gama chegou ao quarto da Necas e viu cocó por todo o lado (e até nas paredes).
- a Joana Paixão Brás ganhou coragem e falou do sexo no pós-parto, de mamas descaídas e de período.
- a Joana Paixão Brás defendeu os beijos nos lábios dos filhos e a Joana Gama ia vomitando.
- e por aí fora...

As nossas filhas começaram a falar, a andar, nadaram pela primeira vez, comeram sozinhas, cantaram, dançaram, deram os primeiros abraços, fizeram as primeiras birras, cresceram e, esperamos, apaixonaram-se mais e mais pelas mães delas. E pelos pais. Num ano, muito aconteceu. Venham os próximos, convosco desse lado!


Fotografias Love Lab

Reparei nos olhos dela.

Já voltei a trabalhar depois de 19 meses em casa com a Irene.

Ontem, quando fui ao bar da minha empresa, encontrei uma colega minha que foi mãe há um mês e meio. Revi-me nela. Vi nela aquele olhar perdido e desorientado. Decidi dar-lhe mais atenção que um olá. Afinal "ela é uma de nós".



Perguntei como é que ela estava, ela disse que muito feliz mas atrapalhada porque não conseguia parar de fazer chorar o miúdo, que ele "sofria muito da barriga". E que dá colo, imenso colo, mas que pessoas lhe dizem para ela não fazer e ela tem medo de estar errada.

Pensei: "vamos a isto, ninguém merece sofrer assim". Disse aquilo tudo que já li e compreendi e que, acima de tudo, está no livro da Constança Ferreira que é um óptimo resumo e imprescindível para quem esteja agora a iniciar-se disto da maternidade:

"

Só tu sabes amar bem o teu filho. 

O quer que se meta entre ti e a tua maneira de manifestar amor por ele está errado. 

Tu sentes o que ele precisa. 

Estão ligados e estarão para sempre. 

É aflitivo que ele chore com cólicas, mas é natural. 

Muito mimo, muita maminha.

Ele precisa de ti. 

A maior parte das vezes nem são cólicas, é o desconforto compreensível de um recém nascido que, durante os primeiros três meses, ainda deveria estar dentro da barriga da mãe. 

Choram muito, engolem muito ar, ficam com ar na barriga e, ao final do dia, com o cansaço acumulado (de ambas as partes) e de muita estimulação, é a maneira que ele tem de exigir a tua presença, ele precisa de ti.

Toma banho na banheira com ele.

Dá-lhe maminha com os dois mais despidos, sem horas.

Usa-o para te acalmares e não vejas só como se tivesses que o acalmar. Sente-o. É o teu filho. 

Tudo o que parece horrível agora vai desaparecer. Outras vão parecer que desapareceram. E o bom, com o tempo, será cada vez mais forte. Agora estás perdida, mas não estás. Tens só medo. 

Ele que ande sempre pertinho de ti. A sentir o teu cheiro e calor.

Um bebé precisa de amor. E uma mãe também. 

Ouve-o. Sente-o.

Ninguém sabe melhor que tu o que ele precisa e só tu o poderás dar tão bem. 

"




Não fui tão inspiradora quando disse, mas fez a diferença. Ela ficou mais aliviada e trocamos mensagens e, com todo o prazer, estarei cá para o que ela precisar e mandarei os meus bitaites não porque "acho que sei", mas porque SEI o que ELA precisa. É o mesmo que todas precisámos.

Nunca a frase "temos de ser umas para as outras" me fez tanto sentido.

Ter ajudado um bocadinho esta minha colega, fez-me sentir como se me tivesse abraçado quando precisei desta conversa, que alguém mo dissesse. E é isto que sinto sempre que escrevo coisas que vos tocam, que vos ajudam de alguma maneira.

Há um ano que sinto este amor por vocês, mães. Por nós, mães.

Fazemos 1 ano! Parabéns a vocês! ♡

Bom dia, bom dia, bom dia!



Faz precisamente um ano que abrimos o estaminé d' a Mãe é sabe. Todos os dias vos damos um pouco de nós, do nosso coração, da nossa vida, do nosso tempo e vocês retribuem tudo. 

Durante um ano muita coisa mudou, perdemos inspiração, ganhamos inspiração, rimo-nos, choramos, dormimos mal, dormimos bem, contamos coisas boas, coisas más, falámos de cocós e de rolhões, a Joana Paixão Brás fez os seus posts cheios de sentimento, fui escrevendo os meus apontamentos extremamente culturais e imprescindíveis à humanidade... 

Sabem que não sou de floreados. Sinto-nos uma família. Sinto que, quando precisamos, temos um abraço gigante desse lado e que nós também vos damos abraços diariamente. Só as pessoas mais próximas se abraçam, certo?

Vocês conhecem o lado mais importante das nossas vidas (e o menos importante às vezes também). Muitas de vocês dizem que parece que nos conhecem e sabem porquê? Porque conhecem. Não somos personagens. Somos a Joana Paixão Brás e a Joana Gama, as mães da Isabel e da Irene, respectivamente. Vocês não só sabem o que fazemos, como o que pensamos, sentimos e projectamos. 

Obrigada por nos ouvirem há um ano (lerem). Obrigada por todos os abraços. É um prazer. Às vezes não apetece, mas volta sempre a apetecer e não é por gostarmos do som dos nossos dedos sapudos no teclado. É por vossa causa também.

Fazem parte da nossa vida e nós da vossa e já lá vai um ano.

(eu sei que muitas de vocês foram chegando entretanto, mas isso não muda nada)

Querem ajudar-nos a sermos melhores? Deixem aqui nos comentários as vossas sugestões para melhorar e, já agora, o que gostam mais que vamos tê-las em conta. Sejam meiguinhas que, lá por estarmos do outro lado da internet, não quer dizer não sejamos "pessoas humanas".  

Obrigada, obrigada e obrigada <3

Estamos juntas?