6.07.2015

Inventam tudo #15

Desde que a Isabel passou a ser a maior viciada em água (ao ponto de fazer uma birra de morte por querer ir nadar com os patos num jardim em Cascais), que ando a equipar-me de coisinhas para ela desfrutar ao máximo. Tenho uma mini-piscina do ano passado, só que como ela odiava água que não fosse a do banho, foi depositada na cave e desconfio que já deve estar toda carcomida. Tenho de ir buscá-la e nos dias mais quentes, antes do banho, vai um banhinho de piscina no terraço.

Depois, em casa da sogra havia bóias destas e encomendei-lhe uma, que procurei em várias lojas, até nos chineses e nada. Acho que ainda não comprou.


E entretanto, senhores, uma amiga enviou-me esta imagem:


Que excelente ideia! Era mesmo isto! E não estou a falar dos dentes impecavelmente brancos e dos cabelos louros à séria. Falo da bóia. Fui tentar perceber quanto custa e onde se pode comprar, mas só vi no site espanhol, aqui. É para idades acima dos 6 meses (faz sentido, quando já se sentam), BPA Free e essas coisas todas. Espero que todas as mães caibam ali e não só as mais chupadinhas.

Alguém tem? Sabem onde se vende por cá? Agradecida.

Punham o vosso bebé a dormir dentro de uma caixa?

Começo por agradecer à Dalila o e-mail muito muito querido que nos enviou no outro dia (se calhar já passou imenso tempo, desculpa, Dalila).



Já tinha apanhado esta notícia na net.  Resumidamente, a Finlândia tinha uma taxa de mortalidade infantil muito elevada (são todas elevadas, não é, basta existirem, mas...)  há umas dezenas de anos e, por isso, o governo decidiu entregar uma caixa de papelão (que servirá de berço para os bebés, se os pais assim desejarem) e outros essenciais como colchão, roupa unissexo, etc. Essa caixa é de graça e é entregue a todos os pais, sejam eles ricos ou não, aquando do nascimento do bebé. 

Sendo eu a favor de coisas de graça, claro que adoro a ideia. Acho que, acima de tudo, além de ajudar pais com maiores dificuldades económicas, ajuda também a desligar o complicometro. Aquela caixa diz: o vosso bebé pode dormir nesta caixa de papelão. E isso é um facto: pode. Sendo que, ainda por cima, é um país frio, claro que pode. 

Agora, onde é que ele deveria dormir? Muitas teorias, mas eu tornei-me adepta da teoria do co-sleeping (apesar de nunca ter praticado, a Irene nem nunca chegou a dormir mais do que uma noite no nosso quarto, só para que tenham noção). O bebé, ainda para mais nos primeiros três meses, deve estar em máximo contacto com a mãe. Aquilo a que se chama de cólicas são, muitas vezes, consequências do nosso "abandono". Eu lembro-me que, às vezes, deixava a Irene acordada no berço no quarto dela enquanto eu e o pai estávamos a ver televisão. Ela não fazia barulho, portanto, tanto dava, certo? Não. Ela estaria muito melhor comigo, ao meu colo e eu com ela. Precisávamos uma da outra. Só vim a descobrir isso depois, apesar do meu instinto me dizer que aquilo que estava a fazer não me parecia 100% certo. 

Acho giro. Acho óptimo. Espero que não dêem chuchas e leite artificial (claro que tinha de vir a salvaguarda) como ofertas para estes primeiros tempos, mas acho giro. E bom.

Complicamos muito, não complicamos? 

Acho que a maior parte dos "problemas" que temos por resolver no início da maternidade é pelas coisas terem sido complicadas, desnecessariamente, ao longo dos tempos. 

As mães são descerebradas (ou sou só eu)?

Nós, mães, sabemos que depois de o sermos, nada fica igual. Andamos mais cansadas, mais esquecidas, mais parvas. No início então, parecemos descompensadinhas. Choramos como se o mundo estivesse a acabar e rimo-nos logo de seguida como se tivéssemos uma Joana Gama a dizer piadas ao nosso ouvido.

No meu caso, nada mudou. Já era assim, só com mais umas horas de sono em cima. Já chorava por tudo e por nada e já tinha ataques de riso até fazer xixi nas cuecas. Já era muito emotiva. E, antes de ser mãe, já era muito despassarada. Para a escola não, sempre tudo em ordem. Para o trabalho  também. Mas para a vida e para os outros, parecia ter esse lado do cérebro intermitente. Carteira, cartões, telemóvel, chaves, pagamentos da água, da luz ou do gás, aniversários, chamadas não atendidas que ficavam penduradas dias sem lhes dar resposta, receber mensagens, pousar o telemóvel, e esquecer-me de responder. Eu sou assim. Já era. Não é por desinteresse, os meus amigos e família sabem-no. Acho que não se pode ser perfeito (ai de vocês se dizem que conseguem ser excelentes profissionais, excelentes amigas, excelentes mães, que são já interditadas de aqui estar), e eu estou muito longe disso. Comecei a usar a agenda do telemóvel para as consultas e para as coisas mais importantes (sim, porque ter um homem à porta a dizer que nos vai cortar a luz não é bonito).

O mais engraçado nisto é que quase tudo o que diz respeito à Isabel, eu raramente me esqueço. Nunca me esqueci dela no carro, nem a deixei em casa sozinha. Palmas para mim. Mas a sério, as coisas dela são preparadas com mais antecedência e raramente falhamos, as datas das consultas ficam na cabeça, esse género de coisas. Este fim-de-semana, em que estamos em Óbidos, as coisas dela vieram. Biberons, roupas, fatos de banho, sopas, iogurtes, fruta, água, fraldas, brinquedos.

AGORA A MINHA MALA? Ficou em Lisboa. Sim, só um par de cuecas, e vestidas, umas calças, e ainda por cima brancas, e uma camisola. Nada de escovas de dentes, de pijama ou de carregador de telemóvel. Nada do David também, porque partilhamos mala. E o pior de tudo, os fatos de banho! Sim, porque apesar da casa onde estamos instalados aqui (e que por aqui chamam villa, que chique) ter piscina privativa, achamos que há mínimos de classe e chiqueza e não quisemos ir de roupa interior.

Nada grave, aproveitámos uma sesta da Isabel no carro para ir até às Caldas da Rainha e aproveitei para comprar um bikini giro (que chatice...), escovas de dentes e mais umas coisinhas. Mas acho que este episódio espelha bem como vão estes cérebros.

Ah! E o David já tinha perdido a carteira na 5a feira. O que vale é que há pessoas honestas e que até foram à FNAC para conseguir entrar em contacto com ele! Não é fantástico?

Pronto, agora vamos ali apanhar um solinho e respirar fundo, está bem?