4.08.2015

Dúvidas na Gravidez (#04) - Banho à séria ou à gato?

Não é preciso dar banho todos os dias ao bebé ou lavá-lo todos os dias, claro que não. Até pode ser contraproducente por causa da pele, da hidratação. 

Porém, eu dou banho à Irene todos os dias. Nem sempre precisa de ter gel de banho na água, pode ser só em água morna para tirar o suor ou, então para a relaxar. Agora faz parte da rotina do sono dela e nunca me deu (raramente, mesmo) problemas para adormecer à noite por causa disso. 



Banho à séria ou à gato?

Acho que tem tudo que ver com a confiança de quem manuseia o bebé e se têm hipótese de ter a casa (casa de banho e quarto) a uma temperatura adequada para o bebé (eu gosto quando está a 22, mas como o meu marido começa a ficar irritante com essa temperatura, os 20 parecem-me aceitáveis). 

Enquanto não ganhei coragem para a por na banheira, dei-lhe banho à gato (compressas embebidas em água morna com gel de banho), mas depois decidi tentar e lembrei-me que não preciso de encher a banheira até cima. Só um bocadinho de água serve (convém estar a 37º graus).

Não há problema de dar banho antes ou depois de mamar (ou comer) se a temperatura for 37º (os choques de temperatura é que podem parar a digestão).

Não convém que os banhos durem muito tempo para a água não arrefecer. Cinco minutos no máximo.

Não sejam estúpidas e não lavem primeiro o rabo e depois a cara. A Irene apanhou uma conjuntivite por ter uma mãe que deve pouco à inteligência. Lavem de cima para baixo. Odiei-me aí durante uns 10 dias por causa disto.

Eles preferem o banho à séria. Não falei com nenhum recém-nascido, mas se a ideia é reproduzir as condições do útero para se acalmarem (daí os truques do secador e do swaddling ou lá o que é), o que melhor que estarem dentro da banheira durante um bocadinho?

Os redutores de banheira para segurança do bebé, parecem-me ser mais para a cabeça das mães inseguras (como eu que comprei um), que têm medo de afogá-los. Assim que me deixei disso (ainda era ela muito pequenina e graças a um conselho da minha mãe, os banhos tornaram-se ainda melhores, visto que eu, mesmo com o reforço, continuava a segurar nela como se ele não existisse e usava só a mão direita na mesma. 

Resposta aqui da campeã: banho à gato até se sentirem à vontade para experimentar o banho à séria. Depois disso, não vão querer outra coisa.

Nota: Não tenham muito medo das diferenças de temperatura e afins (tenham só qb), visto que o bebé, ainda recém nascido, ainda está embuchado das defesas da mãe, além de estar protegido com as defesas extra do leite materno. 

*imagem do site We Heart It. 

"Filha minha não me há-de ver nua".

"Filho meu não há-de ver a mãe nua". "Eles têm de aprender desde o início o conceito de intimidade". "As crianças devem ser respeitadas e devem saber respeitar os pais". "Há que evitar a sexualidade precoce".

São estes alguns dos argumentos contra os banhos com os filhos. Ou contra os filhos verem os pais nus.

Quem sou eu para desrespeitá-los? Ninguém. Respeito as dinâmicas familiares e a educação que cada pai e mãe quer dar ao seu filho. Tenho a certeza de que é com a melhor das intenções e que não se deve contrariar, nestas situações, aquilo que é nos é confortável. 

Agora, deixem-me partilhar a minha opinião, que é para isso que me pagam (era bom, era... Eheh).

Acho que tomar banho com um filho, usando fato de banho, é no mínimo estranho (desculpem, não vos quero ofender, a sério!). Que mensagem lhes queremos passar? Que aquilo é interdito? Que temos vergonha? 

Eu não sou hippie. Não vivo numa comunidade que anda nua, nem me sento nua a almoçar. Mas não me imagino a negar à minha filha, seja em que idade for, que entre na casa de banho quando eu lá estou. 

Que bom que era poder "fazer sala" enquanto a minha mãe tomava banho e vice-versa. Adorava aquelas conversas femininas na casa de banho. Nunca me fez confusão que, enquanto eu tomava banho do outro lado da cortina, a minha mãe lá estivesse, ou o meu pai entrasse para ir buscar um corta-unhas (ou o que fosse) ou que o meu irmão fosse buscar papel higiénico para poder usar na outra casa de banho. Não havia esse pudor, não havia grandes tabus e, talvez por isso, também não havia curiosidade de mirone. Naturalmente, pedia-se permissão antes de entrar, mas nunca ninguém se sentiu constrangido, pelo menos que eu me lembre. Se se sentisse, tenho a certeza que o outro acataria, porque respeito foi coisa que nunca faltou ali. 

Por isso, o argumento do respeito para mim não cola. Não havia pessoas que se respeitassem mais, na sua individualidade, do que nós. Tínhamos (e temos) uma relação muito próxima, muito apegada, muito cúmplice, mas também despudorada q.b. Se isso significou "sexualidade precoce", confusão de papéis, traumas? Não, nenhuns.

É o tipo de relação que eu quero ter com a minha filha. Aberta, feita de conversas e explicações, sem bochechas a corar porque me viu nua e não me tapei a tempo, e respeitando, sempre que me peça, a privacidade e a intimidade dela. Sempre. 

Acho que a relação que tenho com o meu corpo, e com os corpos em geral, muito descomplexada, se deve a este à-vontade.

"À vontade não é à vontadinha", dirão alguma leitoras. Pode ser. Mas esta é a minha experiência. Válida como qualquer outra. 

4.07.2015

Há dois tipos de mães.

Há dois tipos de mães: 

As que acordam os bebés das sestas e as que não acordam.

As que chegam a horas a todo o lado e têm uma vida super preenchida porque acordam os bebés e as que não conseguem acordar os bebés e combinam tudo em função deles. 

As que são todas despachadas e não há nada que lhes faça frente e as que ficam à espera, no carro, que o bebé acorde.


Que tipo de mãe são? :)

Eu sou, claramente, a segunda.