Já, já, não dava jeito porque tenho ainda a louça por lavar. Nem daqui a 9 meses, porque, fazendo as contas, calha em dezembro e depois constipo-me ou assim.
Falando a sério, antes de ser mãe punha a hipótese romântica de ter quatro filhos. Depois de ser mãe, quero dois, porque já percebi o que é que a casa gasta, literalmente. Ir ao terceiro, acho que só se for muito mais espaçado, até me esquecer do que isto custa.
Custa, mas dá um prazer inigualável. A sério, nunca fui tão feliz. A maternidade dá-nos tudo (até olheiras) e deixa-nos tão mais leves e descomplicadas! Se alguma vez eu sabia que passar um domingo a três, em pijama, a brincar no chão, a fazer cócegas e a brincar com balões, até um ser minúsculo cair para o lado de tanto rir, seria o melhor da minha semana!
Adoro ser mãe. Acho que, apesar de não ser a pessoa mais organizada do mundo, me safo muito bem. Acho que estou a criar um ser feliz. Acho que sou capaz de criar dois seres felizes e quero dar um irmão à Isabel, um grande amigo, para sempre.
A questão é: QUANDO?
A minha experiência enquanto irmã diz-me que dois anos (e 5 meses) é uma diferença muito boa. Apesar de termos sido cowboy e índio muitas vezes e de termos feito a vida negra à minha mãe porque um dizia mata e outro dizia esfola, acho que somos hoje grandes amigos. Partilhámos jogos, interesses, programas de televisão. Queríamos ver as mesmas coisas (antes de chegar a fase das novelas brasileiras) e crescemos juntos. Demos muitas vezes as mãos.
Claro que para a minha mãe a experiência não deve ter sido a mesma. Bem me lembro da cara dela esbaforida a implorar que parássemos de gritar um com o outro no carro ou de quando partimos a televisão da casa por nos empoleirarmos nela. Ter um irmão com idades tão próximas é sinónimo de cumplicidade, para o bem e para o mal.
Por outro lado, fico de pé atrás com algum receio de não me dedicar tempo suficiente à Isabel, que ainda é bebé e precisa de atenção. Mas será que aos dois anos não conseguirá gerir minimamente a chegada de um irmão? Com a ajuda do pai, será que não me conseguirei repartir e dar o melhor de mim aos dois filhos?
Vejo por alguns exemplos à minha volta que isso é possível e não me parece que os filhos mais velhos tenham ficado com algum tipo de trauma. Agora, no meu caso, não sendo a pessoa mais organizada do mundo e vivendo um bocadinho ao sabor do vento (calma, também não sou uma hippie, cá em casa há regras, horários e tudo isso, às vezes não há é muita variedade de sopa... shame on me!) terei de fazer listas de compras e de refeições e conseguir gerir tudo muito melhor, ou os meus filhos viverão a boiões e papas.
Para me mentalizar de que vou ser capaz, primeiro: não posso pensar nisso de manhã. Às seis e quarenta e cinco da manhã, quando a Isabel acorda e eu também - que remédio -, quando me levantei pelo menos duas vezes durante a noite e sinto que um camião TIR me passou por cima, penso em tudo menos em ter mais filhos. Mesmo com o sorriso dela e aquelas coisas todas bonitas que as mães dizem, que compensa tudo e blá blá blá... nesses momentos, o que eu queria mesmo era que ela sorrisse meia hora mais tarde.
Depois: tenho de pensar que "despachar" já o segundo, enquanto ainda não dormimos a noite toda, pode ser bom. Vão ter os dois idades próximas e vão os dois pôr-se a andar de casa dos pais também com idades próximas e depois aí é que vai ser o forrobodó em modo lua de mel. Claro que estou a gozar, nem consigo imaginar essa fase da minha vida e, como isto anda, só devem sair lá para os 50 anos. Ufa!
Para não falar das despesas a dobrar com duas mensalidades da creche, etc, etc, etc... mas, no meu caso, se gerirmos bem as coisinhas, dá para tudo.
Mães que sabem, qual a idade "certa" para ir ao segundo? Contem-me tudo: dois anos, três anos, mais ou menos? Como foram as vossas experiências?