Adoro ser mulher. A sensibilidade,
o instinto. Adoro ser mãe. A fonte geradora de vida, a dádiva, a entrega. Adoro
ser filha. A memória, o cheiro, o eterno obrigada. Adoro ser namorada.
Respeitada, amada, surpreendida. Não sinto o preconceito na pele, não me sinto
discriminada, mas também sei que a realidade da grande maioria das mulheres não
é a minha. Mas se calhar calço poucas vezes os sapatos dessas mulheres. Hoje
aproveito a ocasião para fazê-lo. Porque...
Há mulheres que não são nem
querem ser mães e são vistas como pessoas egoístas.
Há mulheres que querem ser mães e
não conseguem.
Há mulheres que saem de casa às
seis e meia da manhã e chegam a casa já à noite, sem terem tempo de serem mães.
Há mulheres que são obrigadas a
serem-no, muito antes do tempo.
Há mulheres que vivem caladas, com
medo.
Há mulheres que sorriem mas por
dentro já morreram.
Há mulheres que amam mulheres e
que enfrentam o peso do mundo.
Há mulheres que por serem bonitas, "não têm nada na cabeça".
Há mulheres que por serem gordas, "nunca vão ter ninguém".
Há mulheres que vivem com
mulheres a quem não lhes dão o direito de serem mães, já o sendo.
Há mulheres mais velhas que
namoram com homens mais novos e que são julgadas, com um simples olhar.
Há mulheres que trabalham muito e
não são devidamente recompensadas.
Há mulheres que já perderam há
muito a vontade de sonhar.
Há mulheres a quem exigem tanto que se esquecem de ser mulheres.
Há mulheres a quem exigem tanto que se esquecem de ser mulheres.
Há mulheres que abdicam de si e se
anulam, em prol de outros.
Para todas estas super mulheres,
a minha homenagem. Que a vossa voz seja ouvida. Que todas juntas possamos mudar
as vossas vidas.