12.13.2014

O dia em que desovei a Isabel


O parto é o talvez o momento mais temido pelas mulheres. Nunca tinha pensado muito nisso, mas quando estava grávida adorava ouvir histórias de partos, desde que não me contassem que a criança teve de ser novamente empurrada para dentro e que tinham levado pontos até ao pescoço e coisas levezinhas do género. Adorava ver vídeos no Youtube de gente a desovar. Não sei bem o que desceu em mim, mas eu achava aquilo lindo, emocionava-me e não sentia medo nenhum. Queria estar ali, no lugar daquelas mulheres.

E no dia 15 de março, esse dia chegou. Lá fora estava um lindo dia de sol. Estava grávida de 39 semanas e três dias. Acordei cedo, fui lavar roupas da Isabel, estava a passar a ferro e senti algo diferente. Seria ruptura da bolsa? 

- “David, acho que me rebentaram as águas!”
- “E posso dormir só mais um bocadinho?”, ouvi da boca do pai da criança.
- “Podes, então não podes… seu preguiçoso insensível!” 

Incrível como eles absorvem só o que lhes interessa das aulas de preparação para o parto… Pelo sim pelo não, obriguei-o a levantar-se e fomos ao hospital. Parecia falso alarme. Mandaram-me caminhar e voltar lá uma hora depois. E lá fui eu, toda descontraída dar uma voltinha ao Colombo, com a pulseirinha do Hospital. 

Afinal estava mesmo a perder líquido, ia ficar internada. A Isabel vinha a caminho. Eram 13h30. Até às 02h48 do dia seguinte ficámos à espera da Isabel. Não posso dizer que tenham sido horas de sofrimento, porque adorei aquele dia. Para mim, foi um parto humanizado, mesmo sendo num hospital privado. O David estava ao meu lado, as enfermeiras eram óptimas conversadoras e muito gentis, e acho, pelo menos à distância, que o tempo passou bem rápido. Quer dizer, até ao momento daquelas contrações. Aquelas… Ai! Mas eu queria continuar na bola de pilates a acelerar a dilatação, por isso adiei a epidural ao máximo. 

Chegou a um momento em que não dava mais. Pensei “isto não é suportável!”. O David massajava-me as costas para que eu me distraísse da dor. “Chega, não consigo mais!” Pensei nas heroínas que aguentam tudo, até ao fim. Eu quis a epidural. Na televisão estava a dar o estoril-marítimo e demos algumas gargalhadas à conta disso. Epidural e todo o conforto do mundo, até passei pelas brasas. A espera, mas nunca o medo. Inspira, expira, inspira, expira. As dores a tornarem-se insuportáveis outra vez. Hora do reforço da epidural. Sede, tanta sede e tanta vontade de conhecer a Isabel. Nunca mais vinha. Aí sim, lembro-me do tempo ter abrandado. 

A nossa médica chegou, acabada de chegar da Alemanha. Por SMS disse-me “vou fazer o seu parto”. Quase chorei de emoção. Ela era obstetra com que sempre tinha sonhado para aquele momento. Calma, doce, de sorriso fácil. A deixar-me tranquila, sempre. Nunca duvidei dela, nunca. Eu dizia piadas e estava bem disposta. O ambiente era calmo, repleto de risos. As enfermeiras eram de uma alegria, entrega e dedicação que nunca esquecerei. 

Eu estava pronta. No caminho para a sala de partos, respirei fundo e pensei na sorte que tinha. Pedi para que tudo corresse bem. Foram 10 minutos, não mais. Tivemos a ajuda da ventosa, mas nada disso me assustou. Entreguei-me nas mãos da médica que 8 meses antes me tinha anunciado, numa consulta de rotina, "está grávida!". A primeira pessoa que soube que eu ia ser mãe e me viu chorar de alegria, no dia 29 de julho. Tinha a Isabel apenas 7 semanas e tanto podia ser Isabel, como Sofia, como Pedro. 

Vinha aí, agora é que era. O pai da Isabel ao meu lado e o milagre a acontecer. Eram 02h48. Senti um corpo quente e irrequieto em cima do meu corpo. Era a minha filha. Massajaram-na, chorou. Nunca esquecerei o primeiro choro. Ri-me, ri-me muito, descontroladamente. Eu que sempre fui chorona, naquele momento tive um ataque de riso. Uma adrenalina como nunca tinha sentido. Puseram-na junto a mim, no peito, estava a chorar e acalmou com o som da minha voz. Arrepiante. Emocionante. Inesquecível. Fiquei com o rosto com marcas de sangue de tanto a beijar. 

3,680kg, tudo perfeito. Prontas para ir para o quarto, fizemos o trajecto juntas, foi a mamar e ficámos a olhar uma para a outra, a conhecermo-nos. Já no quarto, o pai pegou-a ao colo. Ali sim, chorei, chorei muito. Que momento lindo! O pai, o meu amor, com a Isabel nos braços. Os meus grandes amores.




E o vosso parto, como foi? Contem-nos tudo!

12.12.2014

O miúdo é algum cão?

Esta é apenas uma das frases que conto ouvir no futuro. Porquê, perguntar-me-ão vocês. Porque eu vou ser, muito provavelmente, adepta de um pequeno objecto a que damos o nome de trela.

Ainda nem 10 meses tem e já percebi que o meu filho tem uma genica do caraças. Como tal, às vezes ponho-me a imaginar o futuro, principalmente quando formos à rua. Sabem aquela piada do Jean Michel, tu vas tomber? Pois estou sempre a imaginar-me nessa situação, seja com quedas ou com fugas. Se por acaso me vir sozinha com o Lucas num centro comercial e ele me resolve fugir? Ou se eu me distraio por dois segundos? E se alguém o leva? São tudo dúvidas que tenho e que me assustam. Tenho um medo tremendo de perder o meu filho, e acho que isso deve ser um sentimento normal para qualquer pai ou mãe.

Por isso, decidi que vou usar uma trela. Não sempre, mas quando achar necessário. Quando perceber que determinada situação pode ser um risco para o que descrevi anteriormente. Nem preciso de a comprar, pois posso usar a minha. Sim, a minha. Perceberam bem. Eu andei de trela. E não fui menos feliz por isso.

Já me pus a imaginar as milhentas bocas que vou ouvir e estou a preparar-me para ser forte. Para não deixar que o preconceito me afecte quando é a segurança do Lucas que pode estar em jogo. Mas o miúdo é algum cão? Ai coitadinho, vai ficar traumatizado... (eu fiquei imenso!) Se o deixas fugir não estás a ser boa mãe (acidentes acontecem e eu só estou a tentar evitar um). Alguém se lembra de mais alguma coisa? Se sim, peço-vos que me digam, para eu depois não ficar desprevenida quando mas atirarem à cara.

O que acham disto tudo? Qual é a vossa opinião? Se são contra, de forma sugerem que contorne este problema? E porque é que são contra?

a Mãe dá (#02) - Retrotagram

Confessamos que já andávamos de olho nisto há algum tempo. É daquelas ideias que a malta pensa: "realmente, que óptima ideia, por que é que não pensei nisto antes?" É o mesmo que se sente quando se vê o Shark Tank e vemos um tipo a ganhar milhões por ter inventado o clipe. Que nervos.

Seja como for, ainda bem que já há quem o faça porque assim é só mandar fazer ou, neste caso, concorrer. 

"Há quem o faça, o quê, exactamente?"

Várias coisas, cusquem no site aqui mas, neste caso, é um mini-poster personalizado com as fotografias do vosso instagram (seleccionadas por vocês, descansem que não vai aparecer aquela em que ficaram com um bocadinho de celulite a aparecer, deitadas na praia no Verão de 2013). 


Imaginem isto, mas com fotografias do vosso André ou Inês ou Mariana ou Carolina ou Filipa ou ... sei lá. Não vai ficar amoroso? Vai. 

Não vai dar uma boa prenda de Natal? Vai, mas esta é para vocês. Não se ponham a oferecer isto a alguém da família que depois, se ficarmos a saber, nunca mais vos falamos. 

Como participar: 

(têm de fazer tudo direitinho, ok?)

1) Fazer like aqui.

2) Fazer like aqui.

3) Seguir a Retrotagram aqui.

4) Partilhar publicamente este post no vosso perfil no Facebook.

5) Preencher o formulário amoroso que está em baixo. 


Condições:


O passatempo termina às 23:59 de sexta-feira, 19 de Dezembro.

A vencedora será contactada por e-mail e será escolhida aleatoriamente através de random.org.

Só é válida uma participação por endereço de e-mail.


Boa sorte!! :)