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9.16.2019

Marraquexe: a primeira viagem com amigas

Acho que a ideia partiu de mim numa tarde de piscina. E se fossemos a Marraquexe, só "gajas"? Em pouco tempo estávamos a comprar os vôos e a marcar o riad.
O David ficaria com as miúdas e eu iria ter uma experiência nova, com amigas, num país que quero há muito tempo conhecer. Combinado. Siga para a aventura.



ONDE FICAR

Vimos milhares de opções, mas tínhamos já uma decisão tomada: queríamos estar perto do centro, na medina, andar a pé até à praça Jemaa El-Fna, de possível com uma piscina para nos refrescarmos, e teria de ser algo em conta. Descobrimos o Riad Slitine e encaixava nos requisitos, além de que ficava a 200 e poucos euros a cada, uma semana, com pequeno-almoço. E ainda tinha aquele ar que procurávamos: portas e decoração marroquinas, arcos e duas piscinas (uma micro mas muito querida e mais reservada, com cactos). Ficámos em quartos comunicantes - dois quartos - e a casa de banho ficava no meio, grande, com banheira no meio, alta, chuveiro à parte e, noutra pequena divisão, a sanita. Perfeito para amigos terem a sua privacidade. Tudo limpinho e cheiroso sempre. Pequeno-almoço simples, mas bom, junto à piscina, com compotas caseiras, pães, bolos, sumo de laranja natural, chá ou café e ainda pedimos ovos mexidos. Gostámos imenso de todos os empregados, sentimos ambiente familiar (a filha da Thouaria, a senhora que tratava dos pequenos-almoços, estava sempre por lá, a dançar), mas há um que ficará especialmente no nosso coração: o Abdel, da recepção, que nos deu as melhores dicas. Adorámos (ah! pormenor que não é assim tão pequeno: servem álcool e que bem nos soube beber uma cervejinha fresca ou um vinho marroquino de vez em quando, junto à piscina).




O QUE FAZER

Como íamos com vontade de descansar um bocado, além de bater perna nos souks, é um bom programa ficar na piscina umas horas, a conversar e a ler, certo? Done. 
A maior parte do tempo foi passada a andar pelas ruas e ruelas, a ver as cores e os cheiros, a regatear preços de malas e babuchas, a comprar especiarias e a beber chá. Fiquei fã daquela cidade. As pessoas são simpáticas, metem-se connosco, mas não senti que "tirassem pedaço". Nunca sentimos medo e chegámos a caminhar à noite, depois do jantar, nas calmas.

Depois, fomos a quatro sítios que vos recomendo:

- Palácio Bahia - um dos mais bem conservados exemplares da arquitectura marroquina (este é mesmo um must go; 7€ a entrada)
- Palácio El Badi - foi construído após a batalha de Alcácer Quibir, era um dos maiores do mundo árabe, mas foi destruído para não fazer concorrência a outros (está em ruínas), 7€ a entrada
- Le Jardin Secret - é um pequeno jardim, sem qualquer barulho a não ser passarinhos e água, no meio da medina. Têm a opção de subir à torre, com uma mini-visita guiada; entrada 6€, subida 3,5€
- Jardim Majorelle - obrigatório. Como já fomos perto do fecho e já estávamos cansadas de tanto andar, acabámos por visitar o jardim e o museu berbere (deixando para outras núpcias o museu yves saint laurent) - 10€ a opção que escolhemos


ONDE COMER

Em todo o lado, basicamente. Na praça central Jemaa El-Fna há barraquinhas e comida a ser feita à nossa frente, onde se consegue provar um pouco de tudo (ver se os preços estão expostos ou fechar logo o preço ao pedir, para não pagarem tanto quanto nós, cerca de 20€ por pessoa - comemos muito e bem, porém). Claro que provei também os caracóis que vendiam na praça: sabiam que, ali, o molho que fica na taça é tipo caldo para se beber?
Na primeira refeição que lá fizemos, num restaurante pequenino, uma tajine de frango eram 4,5€ e estava excelente, assim como o couscous de vegetais.
Depois, jantámos uma vez umas pizzas no Cafe de France - tem uma vista linda sobre a praça e ficou por volta de 14€/pessoa.
Marraquexe está cheio de restaurantes da moda giros e, claro, também mais caros, acima dos 25€/pessoa. Experimentámos dois: o Nomad (comida e serviços muito bons, além de ter um terraço com luzinhas e um ambiente especial) e o Le Salama, tudo delicioso (o peixe era incrível) e num ambiente muito giro, com dança do ventre, plantas por todo o lado e até no tecto e um serviço muito bom. Foi o meu preferido, ideal para um jantar que queiram mais compostinho, romântico ou de aniversário. Ou de amigas, claro ;)


Se a ideia for não gastar muito em refeições, também conseguem, claro, mas achei os preços bastante próximos aos de cá.  

OUTRAS DICAS:

- Trocámos euros por dirhams no aeroporto de Marraquexe, logo à chegada

- Deram-nos logo no aeroporto um cartão SIM da Marroc Telecom, que carregámos com 50DH (+5€) para 5GB, para dividir por todas (a Raquel levou um daqueles aparelhometros wifi-não-sei-o-nome). Também encontram cartões à venda em lojinhas. Atenção que para os gigas ficarem todo disponíveis têm de pôr o código e *3 - leiam bem as instruções. O recepcionista do Riad ajudou-nos com isso).

- A app MAPS.ME é fundamental para termos acesso aos mapas offline

- A app Splitwise dá imenso jeito para ir dividindo despesas, sem termos de estar, a cada almoço/jantar, a contar trocos - assim ficamos a saber quem gasta o quê e no final ajustamos contas

- Regatear faz parte, é cultural. Eu sou a pior pessoa do mundo para o fazer e cheguei a estragar negócios a amigas por não saber fechar a matraca - quase me queriam fechar no Riad LOL -, mas a verdade é que, se o preço não estiver marcado, o valor que vos dão NUNCA é o valor final, normalmente é o dobro do final. A ideia é descer para mais de metade, para acertarem pela metade, pelo menos. Se comprarem mais coisas então no mesmo espaço, é para descer para bem mais de metade. Mas não me peçam técnicas, não consigo e prefiro peço desculpa por existir. Boa tarde.

- Se quiserem tirar fotografias a lojas, a barraquinhas de sumo, a pessoas seja em que circunstância for, têm de perguntar sempre antes e prepararem-se para pagar (aconteceu-me filmar um bocadinho de um espectáculo de rua, público, e ter logo a seguir os artistas a exigirem dinheiro). Faz parte por lá também. 

- Fomos no mês mais quente, em agosto, (chegámos a apanhar 50 graus, mas eu era a única das 4 a queixar-me, não devia estar assim tão mau LOL), por isso, caso sejam loucas como nós, é levar chapéu, comprar águas a cada esquina, beber suminhos de laranja (arrisquei no gelo, mas já estava por tudo - e correu bem) e a levar roupa e calçado confortável. Andei sempre com as mesmas xanatas, as que já sei que são confortáveis, sempre. Roupa fresca.

- Há imensas excursões possíveis para conhecer outros pontos de Marrocos. Optámos por uma viagem de dois dias (para lá demorámos 12 horas de bus) até ao "deserto", em Zagora. Está entre aspas porque eram duas dunas, basicamente. Tendo estado já no deserto dos Emirados Árabes Unidos, foi uma anedota. Não gostámos muito do acampamento, nem da comida, nem do espectáculo berbere (claramente nada muito talentoso e pouco preparado).
Valeu - apenas - pela passagem em Ait Ben Haddou, património da Unesco, fundada no ano de 757, onde filmaram dezenas de filmes e séries (no Game of Thrones, é um dos cenários) e que é absolutamente fantástica. Aprendemos coisas muito giras com o guia, o Ibrahim, como o facto de as casas terem 4 torres, uma para cada uma das 4 mulheres do homem da casa (kashbahs). Vimos como faziam as pinturas e tivemos tempo para percorrer tudo até lá acima e ainda beber  um chá ou uma água dentro de uma daquelas casinhas de barro. Aprendemos sobre a vegetação e sobre o rio que por lá passa.
Outra localidade interessante por onde passámos foi Ourzazate, onde nos serviram um chá e fomos a uma loja ver confeccionar tapetes (um projecto giro onde apoiam mulheres) - aprendemos as diferenças entre os de lã, fibra de cacto, camelo, etc e ainda vimos como construíam as casas, com palha e barro; comprámos chá e especiarias numa loja local; e apanhámos chuva, abençoada.
Fomos 6 dias e uma manhã, se fosse agora, teria talvez escolhido uma excursão só de um dia (sem deserto) e teria ido conhecer outras coisas em Marraquexe.

Notas finais (e agora senti-me à secretária da faculdade, numa frequência):
Adorámos Marraquexe. Adorei a comida, os mercados, o ambiente. Gostei imenso de ter ido com amigas e adorava fazer todos os anos uma viagem com elas. Rimo-nos muito, foi muito bom. Mas este é um destino excelente para ir a dois também e - fizeram-me várias vezes esta pergunta no instagram - em família também. As minhas filhas teriam adorado. Iam achar que estavam no filme do Aladdin o tempo todo. Caso eles não alinhem em comida mais condimentada, há imensas opções com carbonaras, pizzas, hamburgueres, saladas. O ambiente é seguro, simpático. E não fica uma viagem cara (só se se estragarem muito em compras).

Alguém a pensar ir?


[Tenho mais dicas e vídeos nos meus stories aqui]


6.23.2019

Glamping: quem quer ir acampar em modo luxo para a Nazaré?

Nós fomos! 

As duas famílias a Mãe é que sabe foram convidadas para experimentar os Glampings na Nazaré. 

O que é o Glamping, perguntam vocês? É Camping com Glamour. Whaaaat? Depois digam que não somos influencers didáticas.

É uma tenda na mesma, é.,. Mas, nesta tenda, até o mais chato dos familiares aceita ir "acampar", digo eu ;)

A Joana Paixão Brás e eu, no último dia, fizémos um vídeo para vos mostrar melhor o Vale Paraíso Natur Park e a nossa experiência como as primeiras Glampadoras ;)



Adoramos saber que estamos a dar este tipo de recordações às nossas filhas e, ainda para mais, também a mostrar-lhes outras formas de férias para que depois tenham muitas ideias quando for a vez delas de planearem tudinho. 

Fiquem aqui com algumas fotografias que tirei para se inspirarem ;) : 





"Mãe, tenho uma prenda para ti!"

Aquele copo do meu lado foi só para enganar ;)





Este é o André ;) O responsável pelo restaurante do Vale Paraíso Natur Park. Foi sempre um anjo com as miúdas e extremamente divertido. Levou a Irene a visitar a Arca do restaurante mas claro que, devidamente protegida do frio. Que amor <3








 Já sabem que temos um passatempo a decorrer no nosso instagram para vos dar a hipótese de Glampar na Nazaré no Vale Paraíso Natur Park? Então, toca a seguir-nos aqui:

Bom Glamping ;)



5.08.2019

A minha lista de coisas preferidas de Cabo Verde.

Atenção que é a minha. E claro que estou a generalizar, porque conheci muito pouco da ilha, do arquipélago enquanto lá estive, mas vocês percebem o que quero dizer. Não percebem? Não? Então, olhem, não sei o que vos diga. 

Podem ir, entretanto, inscrever-se no projecto a Mãe é que sabe... ajudar, onde vamos a casa das nossas leitoras dar uma mãozinha naquilo que for preciso e ainda levamos prendas connosco. É aqui, é fácil e rápido e... não dá milhões, mas dá alegria, vá. 





Mojito falso. 

Sei que é parvo que no topo da minha lista esteja uma bebida. Ainda para mais no meu caso que não é mesmo nada meu costume beber álcool. Não gosto de nenhuma bebida em particular. Porém, se há bebida que me apeteça de vez em quando é o mojito. Bebia por causa do sabor, mas não adorava o álcool...  Em Cabo-Verde bebi Mojitos sem álcool e foram a minha maior descoberta. Claro que também deve haver por cá, blá blá blá, mas foi lá que descobri e confesso que desde que bebi pela primeira vez Joy de Laranja que não senti um sabor tão perfeito no que toca a bebes. Sim, sou fã de Joy. Ainda há? Onde? Onde? 




Ventinho que abafa a temperatura.

Claro que aqui a pseudo-bifa apanhou um escaldão logo no primeiro dia. Fui com os protectores solares que vos mostrei aqui, mas com os nervos de deixar a miúda pronta e de me esparramar um bocadinho, não pus bem nos braços. É verdade que o vento tem esse inconveniente, mas é só esse mesmo. De resto, não desidratamos que nem parvas ao sol e, ao final do dia, não sentimos que tenhamos estado 4 horas na sauna do Solinca do Colombo. É bom e agradável. 


Milu

Quem é a Milu? Meninas, ela é tudo o que desejamos para a nossa vida. #lifegoals, mesmo. Vejam só: 



Tem 60 anos (ou mais) e vejam só a vida ainda que brilha nela (e aquele corpo). Nem eu consigo fazer aqueles moves. Quando fomos ao restaurante, por estar época baixa, não estava lá ninguém mas actuaram na mesma pela Irene. Foi... só das melhores coisas de sempre. Foi para isto que fui para a Irene sentir tanta coisa nova e tão boa (não contei com as diarreias).


Funana

E aprender a dançar? Também aconteceu no restaurante Casa da Música da Milu. Acabei por dançar com um dos dançarinos e não só não envergonhei ninguém como fui coroada a branca do ano. Ahah Estou a brincar! Gostei mesmo muito e fez-me maravilhas. Quero continuar a dançar cá em Lisboa... mas o quê? Onde? Querem dar-me ideias?




Artesanato

Fomos à vila e obviamente que tivemos de fazer as nossas comprinhas. Existe aquele assédio expectável para irmos às lojas dos familiares ou às suas mesmas (ao jeito da antiga Feira Popular para ir aos restaurantes), mas há peças que são incríveis. A Irene comprou uma das mais bonitas que vi: uma concha trabalhada para ficar em forma de peixe.


"No Stress" 

Ao que tudo indicou, era o lema de Cabo Verde. Convida-nos a estarmos nesse mindset sempre que conseguirmos e ajudou-me a tentar trazer um pouco daquele ritmo comigo. Não o da música (que é o ritmo contrário dos dias ali), mas sim por em primeiro lugar a diversão e depois a preocupação. É o oposto daquilo que eu sou, mas parece-me ser uma boa filosofia para se ter em conta. Já em Moçambique tinha sentido este "No Stress" e também aprendi muito com ele.


Vou fazer uma lista das minhas coisas desfavoritas. Querem? ;)