Fui com a Irene ao último dia do Rock in Rio. Tinha credencial e, para ela, tinha bilhete. Como já trabalho Rock in Rio há muitos anos, sei quais são as portas para cada tipo de bilhete e achei mais fácil passar com a minha credencial no sítio dos bilhetes do que passar o bilhete da Irene pelo sítio das credenciais.
Quando lá cheguei, o segurança disse-me que - por motivos de segurança, claro - a Irene teria de entrar por aquela porta e eu depois iria dar a volta para entrar "por baixo". "Não se preocupe, minha senhora, nós ficamos com ela!".
Foi simpático. Percebi que o senhor estava só a cumprir indicações e que, realmente, talvez para a maior parte das pessoas, não vejam o quão não faz sentido deixar uma miúda de quatro anos com pessoas que ela não conhece para que a mãe contorne o Parque da Bela Vista para entrar com o cartãozinho pelo outro lado e depois atravesse o parque todo novamente para ir ter com ela.
Também não deve ter ouvido a Irene a dizer "vamos separar-nos?".
Isto não tem que ver com ele e bem sei que a situação até poderia não estar prevista, mas não podia ser. Nem tinha como explicar à Irene porque é que tinha de ser assim, nem conseguia deixá-la ali descansada (não por falta de confiança).
Felizmente insisti, lá tiveram de chamar o supervisor e depois de mais uns minutos de conversa, deixou-me entrar com a Irene.
É raro, nestas situações, eu fincar pé. Costumo ficar tão nervosa que aceito geralmente tudo o que me é dito, mas nem consegui visualizar que tal pudesse acontecer.
Vocês teriam feito o mesmo?
Ainda bem que o senhor se baixou porque o fato tão coladinho iria fazer com que ninguém olhasse para a Irene... na fotografia ... |
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