Ontem eu e o meu melhor amigo falámos sobre o amor e as relações. Falámos sobre começos, desilusões, corações partidos. Não sei bem o que é isso de ter o coração partido. Ainda bem. Mas, tudo o que possa dizer aos meus amigos quando eles estão tristes, derrotados, o que seja, por razões amorosas que não funcionaram, vai ser sem experiência própria. Falo sempre hipoteticamente. Dou conselhos sem poder usar a frase "sei bem o que isso é". Tenho, sempre tive a sorte, de ser correspondida no amor, na paixão. Tirando quando tinha os meus 14 anos, quando a minha mãe usou a inesquecível frase "não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera", depois de eu ter estado uma ou duas semanas a chorar muito, na cama, numas férias em que o "the one", mais velho, a quem apenas dei a mão mas achei que aquilo eram promessas de amor eterno, me ter "trocado" por uma moça mais velha (enchi páginas e páginas do meu diário à custa disto e achei que ia morrer). Falando em relações adultas e mais maduras, nunca soube o que era sofrer por amor, nunca me senti defraudada, nunca investi e não colhi (já fiz sofrer, infelizmente). Tive 3 relações sérias, duradouras e uma delas é a actual, que acredito ser para sempre (se não se acreditar, mais vale não se estar "nela", digo eu). Por isso, não sou certamente a melhor pessoa para avaliar o sofrimento alheio, para dar conselhos, para fazer sugestões. Acredito no amor. Mas acredito também que nem todas as pessoas têm as mesmas visões e ambições (de assentar e constituir família, por exemplo), as mesmas construções de relações, de futuro, as mesmas pressas, etc, etc. Nem todos sentimos da mesma forma. Nem todos sabemos bem o que queremos. Nem todos somos o mesmo sempre. Uns mudam, outros não mudam, com tudo o que isso tem de bom e de mau. Mas, de resto, sobre relações, pouco sei. Não tenho como ajudar a sarar corações partidos com palavras ou exemplos, mas sou boa a ouvir, a estar lá e a garantir que vou estar lá sempre. Espero que chegue. Acho que sim.
Fomos almoçar, beber um vinhito, desabafar e rir, o melhor remédio. Fomos até ao
Pesqueiro 25, ali no Cais do Sodré (em frente ao Jamaica, na rua cor-de-rosa). Se querem comer bom marisco num ambiente bonito e descontraído é ali. Entre o prato de presunto cortado ali na sala, servido com um vinho seco, a sopa de lavagante com ovas (a delícia das delícias), as ameijôas e o carabineiro, a acompanhar com pãozinho torrado (que molhamos nos molhos, pois está claro) e com um vinho mais frutado, um Pintarola, lá íamos pondo a conversa em dia. Momentos raros, desde que tive a segunda filhota e viemos para Santarém. Raros mas muito, muito importantes. Já a modos que empurrámos o prego de atum, mas lá arranjámos espaço para as sobremesas (é incrível como arranjamos sempre espaço para as sobremesas...). Tudo excelente. Nota-se que gosto muito de comer? :)
São estes almoços que nos fazem perceber que a amizade é uma forma de amor incondicional. E é sempre tão bom, mas com um bom vinho é ainda melhor. Um brinde à nossa amizade, desde o 10º. ano (meu, que ele é um nadica mais novo), um brinde a nós, um brinde ao amor! <3
Antes que comecem a chover mensagens de pesar, o Renato está óptimo e recomenda-se, é só um daqueles amigos com quem dá para falar de tudo e o início do Outono acaba por puxar mais ao sentimento. :)
[já agora, vocês ouvem o Renato na Renascença de manhã? E já o viram na RTP2 ao domingo à noite a apresentar o Olhar a Moda? E já o seguem no
instagram? Parece que este parágrafo foi encomendado por ele, mas juro que não. É mesmo aquele orgulho enorme de amiga/irmã.]