3.23.2020

1 ponto para as divorciadas!

Não sei quanto a vocês, mas não tenho tido muita paciência para estar a ler sobre parentalidade, blogs de maternidade (quanto a escrever também já perceberam que não) ou até ver stories de malta super activa e toda à educadora de infância (como é o caso da Joana Paixão Brás). 

Confesso que estive em perfeita negação sobre o que estava a acontecer para aí até 3ª feira da semana passada. Foi só quando o meu ex-marido me disse para ir às compras que o pessoal estava a começar a esgotar coisas que me apercebi que a situação era séria. Não me perguntem porquê, mas talvez tenha sido porque o meu cérebro me quis proteger de colapsar com a ansiedade e, então, preferiu ignorar. 

O que vos posso dizer é que, quando me bateu, bateu forte! Fiquei ansiosa e em modo caótico: tenho de fazer compras, vou ficar 3 meses fechada em casa com a miúda, o Frederico não vai estar em isolamento (entretanto já está) e eu vou estar sozinha nisto. 

Como vou conseguir respirar? 


E, de facto, temos muita sorte. Por acaso, mesmo não tendo uma casa com varanda ou jardim, temos uma luz muito boa que entra por três lados da casa (embora sendo um apartamento). Não sei o que o arquitecto fumou, mas agrada-me a luz em tanto lado. 

Ainda assim tem sido muito difícil gerir. Inicialmente achei que tinha alguma dificuldade em brincar com a Irene por não terem brincado comigo quando era pequena. 

Agora, tenho-me apercebido que vai além disso: por causa da velocidade da minha cabeça não tenho grande capacidade de concentração em actividades que não me sejam directamente úteis e, ainda para mais, num momento de "emergência" como esse. 

Os dias estavam a ser muito complicados, intercalados entre esforços meus muito grandes em acompanhá-la nas brincadeiras e na minha demanda sofrida por uns minutos a só. Até que, quando foi o aniversário dela, fui pô-la a casa do pai e agora sim, depois de ter passado um dia inteiro a dançar e a comer no sofá a ver séries rascas (como o The Circle, americano e brasileiro) sinto que já recuperei um pouco mais de mim. 

Credo! É que a brincar, a brincar, fomos apanhadas de surpresa com isto e não sabemos quando vai acabar, não é?

O título deste post tem a ver com o facto de, neste caso, sentir que as divorciadas (com pais presentes e com quem possam contar) são umas privilegiadas. Porque, ainda assim, nesta altura em que temos de estar praticamente 100% disponíveis para eles, conseguimos arranjar maneira e pretexto para estarmos sozinhas e respondermos a uns e-mails ou para comermos os doces deles, sem eles saberem. 

Estão a conseguir respirar? Como fazem?

Entretanto, deixo-vos aqui um exemplo de como tudo passa (mais ou menos).
Esta já foi a minha cara, o meu aspecto no geral. Nem me apercebi que estava neste estado. Tudo passa. "Vai correr tudo bem!". 




5 comentários:

  1. Já pensei várias vezes que estar separada é mais fácil. Outras tantas, que não. O mais difícil está a ser assegurar o teletrabalho com todas as tarefas decorrentes de estar em casa. Seria muito mais fácil se o gajo não andasse por cá (trabalho a duplicar na negativa) e a pequena diabo da tasmânia também. Mas, já assim, sinto falta dos abraços que não estão confinados a esta casa, ainda que em detrimento do tempo para mim, mas isso também não é novidade. Acho estranho ninguém falar do difícil que é assegurar o teletrabalho com tudo o resto. Não está na ordem do dia, mas julgo que devia. Teletrabalho não equivale a trazer trabalho para casa. Já o fiz muitas vezes mas escolhi o horário entre outros aspetos como não ter de marcar ponto ou estar sempre on-line quando o pc bloqueia ao fim de 10m de birras de dois anos. Convém que a concentração necessária para o desenvolvimento do trabalho, faz toda a diferença. Parece me que ninguém (dos influencers) está muito disponível para abordar o tema. (Talvez seja um tema mais feminino?? - não faço ideia) muitos beijinhos, bons serões, acompanhada ou não ������

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  2. Muito bom! Pensei que seria a única a pensar dessa forma !
    Confesso que não sigo nenhum blog sobre mamãs , não me identifico ( peço te desculpa , mas é verdade )mas quando vagueamos na net há títulos que nos chamam atenção, e este foi uma delas !
    Apesar de nunca me ter sentido com remorsos ( porque o filho é de ambos !) agradeço por ter falado sobre isso .
    A única coisa que pedi ao meu filho adolescente : - Amor da minha vida , antes de ires , não te esqueças por favor de gravar a pass da Netflix!

    Beijinhos Joana

    Sara Fraga

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  3. Muito bom! Pensei que seria a única a pensar dessa forma !
    Confesso que não sigo nenhum blog sobre mamãs , não me identifico ( peço te desculpa , mas é verdade )mas quando vagueamos na net há títulos que nos chamam atenção, e este foi uma delas !
    Apesar de nunca me ter sentido com remorsos ( porque o filho é de ambos !) agradeço por ter falado sobre isso .
    A única coisa que pedi ao meu filho adolescente : - Amor da minha vida , antes de ires , não te esqueças por favor de gravar a pass da Netflix!

    Beijinhos Joana

    Sara Fraga

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  4. Isto vai correr tudoooo bem!!! (Nota-se que eu AINDA estou em negação? Ok...perfeito)

    Boa sorte por ai!

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  5. Sempre segui e sigo essa linha de pensamento e cheguei a sentir me culpada pelo prazer que tinha pelo tempo que tinha só meu..... Até este momento..... Estou fechada em casa com a minha criatura há 2 semanas e meia.... 24 sobre 24h.... E sim... Eu adoro o meu filho.... Mas precisava tanto desse tempo para mim.... Fala todos os dias com o pai por videochamada mas está é a terceira semana que não vai pro pai porque ele continua a trabalhar.... E é dos que só deixará de trabalhar quando for infectado ou algum colega....

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