1.17.2019

Já consigo falar do parto da Luísa

Falar sobre isto ainda me deixa assim... mas já consigo contar. Acho que já está tudo resolvido. Acho que já não há trauma. Não deixa de ser uma das experiências mais fortes e mais duras da minha vida.
As grávidas NÃO PODEM VER ESTE VÍDEO, ok? Pronto, estamos conversadinhas.

Caso tenham passado por algo assim, partilhem connosco.



De que outros temas gostariam que falássemos no Youtube e partilhássemos por aqui?
BEIJOS!

Sigam-nos também no Instagram:
👯👯      www.instagram.com/amaeequesabe.pt

14 comentários:

  1. Ainda não parei de chorar... Impressionante.. parabéns pela coragem não só nesse momento mas inclusive por partilhar.. o que retiro do que partilhou é a valorização de cada dia, cada momento.. parar os queixumes sem importância e aproveitar cada momento com a nossa família.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Ufa...chorei ...muito...linda familia tens Joana!parabéns!

    ResponderEliminar
  3. Ola Joana, ao ouvir as suas palavras, recordei-me por completo desse dia..eu estive consigo no quarto antes da Luísa nascer, pude "acompanhar" de perto toda a positividade que tinha naquele dia..quando tudo se complicou para si o meu marido esteve no corredor com o seu David, falou imenso com ele,e ainda trocaram contactos, no caso de ser necessário alguma coisa..a Joana é uma guerreira e foi uma lutadora..tem umas meninas lindas..muitas felicidades para vocês!! Beijinhos 😊😚

    ResponderEliminar
  4. A questão é como.não chorar?! Obrigada pela partilha joana, sou das que não devia ter visto o vídeo pla condição em que estou mas quanto mais me dizem.que nao... ups �� gabo.lhe a força e coragem que teve e tem, merecia sem dúvida ser genuinamente feliz como é!! Já passou e aproveite as suas mebinas e família ao.máximo! Viva o seu felizes para sempre e quem sabe se não virá um menino!! Beijinhos enorme ❤

    ResponderEliminar
  5. Depois deste vídeo só consigo estar grata pelos partos maravilhosos que tive. É que até ouvir relatos como este achamos sempre que temos razão de queixa mas depois disto ...
    Fiquei com o coração apertadinho só de pensar. Beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Joana louvo te a coragem de pensares num terceiro parto. Mesmo! Porque passei por 2 partos difíceis e quando penso num terceiro filho afasto imediatamente essa ideia porque sou assombrada por um medo terrivel de morrer! Já na 2a gravidez vivi sempre esse receio...n sei se por já ser mãe ou se por outra razão! Quando li a tua experiência tocou-me imenso e chorei imenso. Agora ouvir te além do choro até me arrepiei... felizmente foi só um susto e tens uma família linda ��

    ResponderEliminar
  7. Tambem tive atonia uterina! Consigo falar sobre isso mas deixa me com o coração super apertado. No meu caso foi logo depois da expulsão da placenta, em poucos minutos perdi 2,5l de sangue e fui para o bloco operatório. Pensava que me iam tirar o útero mas felizmente conseguiram estancar a hemorregia a tempo! O pós parto foi horrível, nem banho conseguia dar ao bebé. Injecções diarias na barriga devido à transfusão de sangue, ferro... �� muita vontade de ir ao segundo mas com muito medo

    ResponderEliminar
  8. Também tive atonia uterina no primeiro parto (sim, já fui ao segundo ☺️). A sorte é que já estava na sala de partos pois foi cesariana. Comecei a ter complicações às 38 semanas (excesso de líquido amniotico é um bebe muito pesado para a minha estatura). Contra a vontade da minha obstreta, é porque não quis ir para o privado, acatei asas ordens do hospital público (esperar até às 41 semanas para ver se nasce sozinho). É assim foi. Quando me dirigi para o hospital, fui logo para o bloco pois a criança tinha atravessado na última semana. A cesariana correu tudo bem (vi o meu filho nascer). O problema começou quando começaram a coser e o obstetrícia responsável já tinha saído. A última coisa que ouvi foi: chamem o doutor que a rapariga está a esvaíra-se em sangue. E apaguei. Senti o mesmo: a fraqueza, o frio. O marido, que não sabia de nada, só que tinha corrido tudo bem (dito pelo obstetrícia), conta que o viu a correr pelos corredores da naternidade e a saltar as escadas, rumo ao bloco. Aí, percebeu que algo se passava. Felizmente, conseguiram controlar a hemorragia com oxitocina e massagens no útero. Quando acordei, só ouvia vozes ao meu lado, todo o mundo preocupado, a falarem das transfusões e afins. Não estava a perceber nada! Conclusao: não fiquei sem útero por um triz, não levei transfusões porque o cirurgião não cedeu (tinha hemoglobina a 7 e em dois meses recuperei ����). Sofri e chorei muito naquele hospital e não posso dizer que fui bem tratada nos dias que se seguiram pelas enfermeiras. Nem me quero lembrar. O problema que adveio disso foi que fiquei com uma diastase abdominal enorme. Mas bem, passado 5 anos tive o meu segundo filho. Morri de medo do parto. A gravidez foi um reboliço (tive para perder essa crianca N vezes). Fiz repouso quase toda a gestação com descolamento do saco e hemorragias desde o início. Já começava mal, muito mal e tinha muito medo de como poderia terminar. Combinei em ter o meu filho no privado, onde o meu marido e a minha obstetra pudessem estar. A médica sabia de todo o meu caso. Antecipamos o parto para as 38 semanas e ja toda a equipa ia preparada para que o mesmo pode-se acontecer. Lembro-me que chorei quase todo o caminho até ao hospital e despedi-me do meu filho, sem que ele se apercebesse, como se fosse a última vez. Ia com fé mas mentalizada que algo ia acontecer. Disse ao meu marido para que, se lhe dessem a escolher entre ficar comigo ou com o bebe, para não hesitar, que eu sabia que ele seria capaz de tomar conta dos meus pequenos.
    Felizmente, correu tudo tão mas tão bem. Não aconteceu nada e foi tudo rápido. Dois dias depois, já estava em casa.

    ResponderEliminar
  9. Joana, como me revejo na tua história. Nasceu às 17h19, parto perfeito, super rápido, mamou assim que nasceu e estava a mamar meia hora depois, quando senti que ia desmaiar e o meu marido chamou os enfermeiros. Eles salvaram-me, não me deixaram um segundo, enquanto os médicos desvalorizavam com massagens uterinas e iam à vida deles. Também tive uma enfermeira especial, a Filipa, já passaram 20 meses e nunca vou esquecer o nome e o vulto dela. Apercebi-me da gravidade quando puseram o bebé ao colo do pai e o empurraram para fora da ala e me levaram para um quarto.
    A tua descrição das luzes, a multidão à minha volta, numa correria e pavor, senti-me num filme. Não conseguiam controlar a tensão, chegou a estar 3-5, a seguir na casa dos 20, por isso não puderam recorrer a certos procedimentos mais comuns. Se sei todos os detalhes do que passei, foi porque estive sempre alerta, focada no foco de luz do tecto, mantive-me viva. Só conseguiram contrair com útero com o auxílio de um aparelho, que apenas um dos médicos tinha usado uma vez, dois antes antes, e tiveram de ler as instruções enquanto um dos enfermeiros executava o procedimento, foi surreal para todos. Além disos, tinha uma arteríola a "jorrar" sangue, no interior da episiotomia. Hipotermia, 5 transfusões de sangue. Até os anestesistas vinham olhar para as máquinas durante a madrugada, estáticos, no escuro, senti-me a ser velada.
    Só voltei a ver o meu bebé 25h depois, tinha sido levado para o piso neonatal para ser tratado e internado à minha espera. A Filipa fez questão que me despedisse dele e de me apresentar a enfermeira que o ia levar.
    Durante o primeiro ano de vida dele, em vez de me lembrar que ele fazia X meses, o meu pensamento era que fazia X meses que quase tinha morrido. Madrugadas a reviver e sentir tudo outra vez. De vez em quando, ainda me vem à cabeça um detalhe novo. Fiz terapia, principalmente para superar a culpa e a pena extrema que sentia do meu bebé, que passou as primeiras 24h, as principais, sem a mãe, "abandonado" num berço, logo depois de ter saído do quentinho do útero, ninguém merece isso... E, apesar de ter ficado comigo uma semana internado, o não ter tido forças para cuidar dele.
    Ainda hoje, quando vejo uma grávida, sinto uma náusea e aperto no peito. Não consigo pensar noutro, mais vale 1 com Mãe, dos que 2 sem ela.

    ResponderEliminar
  10. Também tive atonia uterina no primeiro parto...mas uma coisa muito mais ligeira. Dilatação rápida, parto espectacular...fui para o recobro e o meu útero não contraía. Sempre com comprimidos, massagens, eco para despistar restos de placenta...frio terrível. Cheia de fome mas não me queriam dar nada, caso tivesse que voltar para o bloco... Fiquei mais de sete horas no recobro. Finalmente uma enfermeira muito experiente pediu-me para me colocar numa certa posição e aí o meu útero começou a contrair. Tive sempre o meu bebé junto a mim mas sempre com aquele pensamento de "eu sabia que isto estava a correr bem demais para ser verdade".

    No segundo parto, fiz a minha médica prometer-me que só se ia embora quando eu saísse do recobro. Infelizmente o parto antecipou-se e ela não pode estar presente mas a médica das urgências foi muito atenciosa e ainda no recobro deu-me medicação preventiva para que as hipóteses de voltar a acontecer a mesma situação fossem diminutas e correu tudo bem.

    ResponderEliminar
  11. Impossível não chorar! Estou grávida do segundo filho e de 35 semanas... O meu primeiro pensamento foi "tenho de falar com a minha obstetra"... Mas com o decorrer percebi que partilhamos a Dra Rita! Um beijinho gd e obrigada pela partilha

    ResponderEliminar
  12. Também tive atonia uterina. A gravidez estava a decorrer normalmente, até que numa eco de rotina, se aperceberam quebo bebé estava num percentil muito baixo. A obstetra controlou semanalmente, mas às 34s+5dias, o bebé tinha um peso muito baixo, para o tempo de gravidez. Nasceu de cesariana, um mês antes da data prevista. Já sabia que não lhe iria tocar e que iria ser levado para os cuidados intensivos neonatais. Como se isso, não fosse suficiente, depois de sair do recobro, sentia-me esquisita e quando a obstetra me veio observar,apercebeu-se que estava a ter hemorragias. Voltei para o recobro e o meu pensamento foi que não era justo, não poder conhecer o meu filho e só pedia a Deus que o meu marido desse conta do recado e que permitisse que o bebé e a irmã mais velha fossem felizes. Enquanto estava a fazer as transfusões de sangue revi a minha vida toda e pedi desculpa à minha filha mais velha. Achei a toda a situação irónica, pois ao lado do recobro e do bloco ficava a neonatologia. Pensei muitas vezes, que só uma parede nos separava, que queria poder tocar, abraçar e dizer ao meu menino que o amava. Foram horas muito complicadas, mas felizmente o útero decidiu contrair. Tenho de agradecer sempre à equipa de obstetrícia do hospital cuf Porto, em especial à dra Florbela e à enfermeira Marina, que nunca me deixou sozinha e me apoiou. Esta situação fez-me dar ainda mais valor à vida.

    ResponderEliminar
  13. Estava grávida quando este post foi feito e não o vi. Tive a minha bebé dia 24 e no dia 25 decidi vir ver. Chorei. Obrigada pela partilha Joana. A Joana e todas as mães que passam por isso são umas GUERREIRAS!

    ResponderEliminar