1.08.2017

Isto também vos deixa tristes?

Desculpem. Não queria contribuir com algo negativo para o vosso fim-de-semana. Porém, como é mesmo a reflexão que ando a fazer desde há um dia ou dois, não consigo evitar. 


Cada vez julgo menos as mães. É injusto falar "à boca cheia" quando não conheço o contexto. A única coisa que gostaria é que todas nós conseguíssemos ter vontade de ganhar novas ferramentas para, quando chega o momento em que já não conseguimos pensar, conseguirmos optar. Optar por algo mais oportuno para ambas as partes, com menores danos (visíveis ou invisíveis) e com menos culpa e maior eficácia (mesmo que a médio/longo prazo). 

*We heart it 

Estou em vários grupos no Facebook (hoje mais uns 16 graças à Jhuaninha, ahah) e num deles - onde sinto que as mulheres são mesmo muito cruas e onde se criou um espaço de partilha sem cerimónias - fala-se de sexo, traições, inseguranças e até já houve uma menina que eu muito admirei que publicou algo a dizer que se sentia sozinha e que precisava de amigas. 

No meio de tanta partilha (umas que me fazem lembrar aquelas coisas que circulavam por mail nos anos 90 ou assim), encontrei um post que me deixou triste e que me deu vontade de refletir. Por motivos óbvios não digo o grupo, nem vou referir os nomes das participantes. Grupo fechado é fechado e é para respeitar. 

Houve uma rapariga disse "Digam uma frase que a vossa mãe dizia e que mais vos marcou a infância.". Já vai em mais de 600 comentários até ao momento da escrita deste post. Vou transcrever alguns (a mim também me deu vontade de rir de vez em quando na primeira leitura, confesso, mas depois deu-me mais para pensar): 

Nota: estou a seleccionar as mais comuns e as que mais me deixaram triste

"As meninas feias têm de ser simpáticas!"

"Engole o choro!"

"Nem mais um pio!"

"Quando chegar o teu pai vais ver!"

"Já chega de chorar, senão ponho-te a chorar com vontade!"

"Levas uma lamparina que até andas de lado!"

"Para de rir, para, olha que apanhas mais!"

"Se for aí e encontrar levas com ele na cara!"

"Viro-te a cara para onde tens o cú!"

"Vou-te partir o focinho!"

"O primeiro a chorar, leva!"

"Diz a verdade que a mãe não te bate... Pumba!"

Já sei que nem todas pensamos da mesma maneira e que muitas de nós pensam que "uma palmada na hora certa, blá blá". Porém, acho que quando tivermos uns minutos (ou presas no trânsito ou naqueles dias em que podemos ficar mais um minuto ou dois na sanita) podíamos pensar se isto tem tanta graça assim como poderá parecer à primeira vista. O que sentirá a criança em cada uma destas situações (que obviamente, depois de ditas 50 mil vezes, já não devem "furar" mais do que já está "furado")? E o que isto quer dizer de cada mãe em cada situação? 

Ser perfeito é impossível, mas nada nos impede de irmos crescendo também à medida que eles vão crescendo. Aprendi qualquer coisa com este post e queria que vocês também vissem algo especial como eu e que vos ajudasse a pensar, caso achem que precisem. Isto de tentar melhorar diariamente, reconhecendo os nossos erros acaba por ser um desafio engraçado e produtivo. Vemos os resultados diante de nós. É gratificante também. Talvez não seja no próprio dia, mas já não somos nós crianças de querer tudo logo na altura, não é? :) 

Gostei muito de um livro que me ajudou a ganhar algumas ferramentas para contornar (até agora) situações mais complicadas: é este. 


E "oiçam", não sou nenhuma expert, não sou a melhor mãe do mundo, hoje tive duas ou três situações delicadas com a Irene em que estive muito perto de me passar. Numa até me passei um pouco mais do que queria, mas amanhã é um novo dia e estou a fazer tudo o que posso.

Nota2: Às meninas do fabuloso grupo, não duvido que as vossas mães sejam maravilhosas e que tenham dado mundos e fundos para que vocês se tenham tornado nas mulheres que são hoje. O que é importante agora, poderá não ter sido o que era importante na altura e, mais uma vez, não julgo. Quero só propor que façamos melhor. Talvez, se elas fossem mães de crianças nesta altura, também tentariam fazê-lo. :) Ou, se calhar não e vocês virem-me a cara para onde tenho o cú. 


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a Mãe dá - Bilhetes para o Gato das Botas

Talvez não se lembrem de que a Irene foi ao teatro com a escola. Nunca tinha ido e, de repente, estava aqui uma oportunidade para ir numa carrinha com os seus amigos e educadora e conhecer a história do Gato das Botas. 

Tive algum receio de que tivesse medo por causa do escuro, música muito alta, maus, etc, mas não. Antes pelo contrário: desde que foi ainda não parou de dizer que quer ir outra vez! 

Achamos que deviam experimentar e, por isso, estamos a oferecer no nosso instagram 2 bilhetes duplos para dia 21 de Janeiro às 15h na Casa do Artista, em Lisboa. 

2 bilhetes duplos, 4 bilhetes, portanto!






Mais infos sobre O Gato das Botas aqui.

1.05.2017

Afinal Havia Outra - Juramento de Mãe



Meus filhos,

Prometo solenemente consagrar a minha vida ao vosso serviço – mas não abusem. Atempadamente ensinar-vos-ei a cozinhar, limpar, passar a ferro e preparar umas torradinhas com leite quente para o vosso querido pai, que já sabemos que não dorme direito sem a sua preciosa torrada.

Darei aos meus pais o respeito e conhecimento que lhes são devidos – porque agora tenho um filho com o meu feitio exato e não é fácil gerir tanta energia e actividade. Benditos paizinhos que eu tenho.
  
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade – porque tomar conta de vocês dois e manter-vos limpinhos, cheirosos, bem alimentados e educados é uma verdadeira arte.

A saúde dos meus filhos será a minha primeira preocupação – e por isso já somos conhecidos no atendimento urgente pediátrico do Hospital. Porque uma unha encravada também é motivo de preocupação.

Mesmo após a vossa adolescência respeitarei os segredos que me tiverem confiado – e prometo nunca contar às vossas namoradas as vezes que vierem a fazer xixi na cama.
 
Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão de mãe – os cabelos despenteados, o vício do café, as raízes por pintar, as unhas por fazer,...

As outras mães serão minhas irmãs – Sai um “Amén, sister!” para todas as mães que tentam domar as mini feras nos espaços públicos sem causar uma cena.
 
Não permitirei que quaisquer considerações alheias mal intencionadas se interponham entre o meu dever e os meus filhos.

Guardarei respeito absoluto pela vossa Vida desde o seu início, mesmo sob ameaça e farei uso dos meus conhecimentos para vos educar livres e felizes.

Faço estas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra de MÃE.




A Rita Ferreira Bastos tem 28 anos, é do Porto e é mãe do Dinis (3 anos) e do Duarte (7 meses). 

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