Não sou mãe há muitos anos, é verdade. Ainda me falta aprender muito. Aprender bem e aprender mal. Desaprender bem, ouvir menos bem, ouvir melhor, espernear, gritar, não gostar de ter gritado, dormir bem, dormir menos bem. Sei e reconheço que tenho um longo caminho pela frente.
Agora, até aqui, descobri o truque. O truque para que tudo pareça menos monstruoso, menos cansativo, menos enervante. O truque para nos fazer sentir menos à mercê de algo incontrolável.
É aceitar.
É confiar na natureza das coisas.
Do que oiço, é um erro muito mais comum nas "mães de primeira viagem". Sentimo-nos inseguras e tudo nos parece de extrema importância e põe em causa o nosso valor, a nossa capacidade... tudo.
Como é que, depois de gerarmos vida, ainda conseguimos desvalorizar-nos tanto?
Aceitar.
Quase 2 anos depois ainda não dormi uma única noite inteira, não mais de 3 horas seguidas (a maior parte das vezes), mas já não me queixo. Já não acordo zangada, triste, perdida. Acordo só cansada.
Demorou muito até aceitar que é o natural. Faz parte. A verdade é mesmo essa.
Mudar o foco.
Aceitemos com naturalidade o que é, isso mesmo, natural. Deixemos de estar zangadas ou enraivecidas com circunstâncias incontroláveis.
A Irene não dorme uma noite seguida. Pronto. Vamos a isso.
A Irene às vezes demora uma hora e meia a adormecer. Ok. Amanhã é outro dia.
A Irene hoje não quer dormir a sesta. Está bem. Deita-se mais cedo.
É isto.
Ter calma. Ouvi-los. Tentar não desesperar simplesmente por não ser produtivo e por não fazer bem mesmo a ninguém.
Ajudou-me.
Espero que vos ajude também.
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