7.25.2015

A minha filha está louca!

Agora que reli o título parece aquela rubrica da Pipoca mais Doce. 

Hoje foi uma óptima tarde. Aproveitámos para ir visitar os avós a Oeiras e não resistimos (foi ela mesma que sugeriu irmos) ir à piscina. 

Quem haveria de dizer que a mariquinhas com o chuveiro (deve ter sido culpa minha, claro) iria adorar estar a chapinhar que nem uma louca na água? Com o cloro todo a entrar-lhe para os olhos, a engasgar-se com água... Quem haveria de dizer?

Parto sempre do princípio que tem de haver um período de adaptação lento às coisas, mas a Irene adorou, adorou, adorou estar na piscina. E nadar! Parece que ainda tem alguns reflexos. Nada bruços (comigo a segurar e com as pernas perfeitamente esticadas) e bate as perninhas de barriga para baixo. 

Adorei tê-la comigo. Vê-la tão feliz. A minha mãe disse: "já olhaste para a cara dela? já viste como é que ela está feliz?". 

Era verdade. Estava louca. Sem medo. Só com vontade de se encher de mais água. 

O mais giro de tudo? Não fez birra para sair. Isso também me surpreendeu.

Queria por aqui o vídeo da Irene a chapinhar, mas dá muito trabalho fazer o upload para o Youtube e depois pôr aqui. Quem tiver vontade de ver a miúda a passar-se da cabeça pode fazer o favor de passar aqui (o meu instagram)? 

Estou super feliz por termos alugado uma casa de férias com piscina. Vai ser mais do que aproveitada. Pena ser de água salgada, mas eles adaptam-se, não é?





As minhas maminhas e da minha filha.




Já estou para escrever este post desde que comecei o blogue, mas fui adiando. É uma história longa, da qual guardo o sentimento actual de felicidade e de sucesso, mas que tenho uma vaga ideia de ter sido muito complicado. Tudo foi muito complicado. O parto foi complicado, a minha cabeça foi complicada, tudo foi complicado. 

Nunca tinha pensado nisto de amamentar até ter lido num livro algures que se não desse de mamar na primeira hora (ou perto) após o parto que seria provável que a mesma estivesse comprometida. Fiz questão, então, que me garantissem que tal iria acontecer. E aconteceu. Apesar da Irene ter tido que ser aspirada (parou de respirar) e de ter estado um pouco na incubadora, puseram-na a mamar pouco depois.

Não senti nada. Além de toda a droga para 20 horas de parto, tinham dado mais droga para me coserem toda e eu estava também muito "ausente" de tudo. Estava a observar tudo como se não fizesse parte de nada. Não estava lá. 

A Irene estava a mamar, pensei. E vi que estava. Esteve durante uma hora, creio. Quando a tirei tinha uma marca enorme na auréola do mamilo e sangue. Não era suposto. Tudo aquilo que tinha aprendido nas aulas de preparação para o parto não estava a fazer grande efeito na prática. Eu não sabia lidar com a boca da miúda nem com as minhas mamas. 

Fui levada lá para cima. A Irene ficou a meu lado. Sempre que chorava, tentava dar maminha, mas na mama direita doía-me muito por causa da ferida e na da esquerda ela não parecia conseguir encontrar o mamilo e, quando encontrava, não aguentava muito. Estava a dar de mamar deitada e as coisas não estavam a correr bem. Eu sabia que tinha colostro, porque apertava a mama e saía, mas as coisas não estavam a correr bem e eu tinha imenso medo de que nada corresse bem. Sentia-me indefesa porque estava sozinha (com mais 3 mães no quarto que não conhecia e que também podiam estar grogues, tanto quanto eu sabia), o Frederico estava em casa a sentir-se sozinho também e mesmo que eu soubesse o que fazer com a criança, não conseguia. Sentia-me paralisada da cintura para cima e da cintura para baixo. Tinha de chamar os enfermeiros para a tirarem do berço e para a voltarem a por. Estava assustada com tudo e só podia acender uma luz pequenina para não incomodar as outras mães. A Irene não chorou muito. Eles nascem com imensas reservas e precisam de muito muito pouco colostro para se saciarem nos primeiros dias. Se calhar até estava tudo a correr bem. Excepto as feridas. Segui o conselho de alguém e pus uma pomada nas mamas (horrível que me sujava os soutiens todos e era muito peganhenta) e tinha de despir a parte de cima para que apanhassem ar. Já estavam as duas em sangue. Não sabia o que fazer mais. Alguém disse para pedir que me comprassem mamilos de silicone. Compraram. Não diminuiu a dor nem ajudou na amamentação. Lembro-me de estar nervosíssima por nem sequer conseguir pegar nela nos meus braços, por ser tão pequenina e não a saber colocar na mama. Não me conseguia sentar nos sofás por causa dos pontos, deitada não conseguia dar-lhe maminha. Estava a desesperar. Pedia ajuda e as enfermeiras davam-me um doce qualquer para por no mamilo para ver se a Irene agarrava. Mamava durante uns segundos e doía. Agarrava mal. E não servia de nada. Estavam sempre com muita pressa. Pouco pessoal talvez. Talvez não tivessem pressa e eu é que queria que tivessem cuidado mais de mim. Eu queria muito dar maminha e não conseguia. Já estou a chorar. Já percebi por que é que não me queria lembrar de tudo isto. 

Dizem-me que tive uma infecção durante o parto e que querem fazer análises à Irene, que ela também tinha febre. Ela iria passar a noite sem mim. Fiquei preocupadíssima, mas parte de mim agradeceu. Iria poder concentrar-me na minha recuperação. A outra parte achou-me uma merda por ter sentido esse alívio. Escrevi sobre todo o amor que achei que não consegui sentir aqui. Deram-lhe suplemento porque tinha fome. Não me irritei. Não sabia os perigos. Simplesmente senti que tinha falhado, mas que tinha dado o meu melhor. Se tinha as mamas em sangue, se só me apetecia chorar a toda a hora... que mais podia fazer? 

Antes de todos os biberões que ofereciam no hospital (que conveniente) eu tentava dar maminha, mas doía muito, as feridas abriam e às tantas meti na minha cabeça que não ia ser uma mãe que amamentasse. Que não era capaz, que não tinha sido feita para isso, que era por causa destas coisas que antes dizia de boca cheia que não queria ser mãe. Que aquele sentimento que sempre tive de desajuste em relação ao mundo feminino tinha um fundamento. Não conseguia dar maminha à minha filha.  Pronto. É seguir em frente. "Só mais um fracasso" - pensei. 

Vi o pai a dar biberão. Vi-a a beber. Foi tudo passando. Só ao 6º dia após o parto é que me desceu o leite. Sem dor. Fiquei com as mamas enormes e cheias de leite. Foi facílimo que ela mamasse. Pegou no mamilo e saía o leite. Imediatamente e com muita força. "Acabou-se a merda do biberão e leite artificial, doa o que doer" - pensei e disse. 

Assim foi. 

Não aguentei as dores sem os mamilos de silicone. Usei-os. Doeu-me muito muito na mesma. Tinha de dizer asneiras sempre que ela começava a mamar. Doía-me tanto como se me estivesse a esfolar nua em gravilha. Chorava. Tentava não chorar muito para ela não me sentir assim. Sempre que suspeitava que era fome ficava nervosa porque sabia que me ia doer. Aguentei-me porque, afinal, podia ser uma mãe que amamentava e que as dores não iam durar para sempre. Tinha lido algures que não é suposto doer. Se dói é porque algo está mal. Provavelmente estava, mas a quem é que eu ia pedir ajuda? Toda a gente sabia que me estavam a doer as mamas e ninguém me tentou ajudar. Até a minha mãe que amamentou três meses ou quatro porque não gostou de amamentar. 

O Frederico, à maneira dele ajudava-me. No início dizia que se doía tanto por que é que não lhe dávamos suplemento que estava "ali dentro". Não cedia. Não queria. O novo primeiro biberão iria fazer-me ir por esse caminho. Quis tentar a sério. Sim, muito por ela, claro, mas também muito por mim. Não queria não conseguir esta minha primeira responsabilidade de ser mãe. Sentia muito esse peso nos meus ombros e estava a ter uma nova oportunidade desde que o leite tinha descido e já tinha tido uma pausa para que os mamilos ficassem melhor.

Doeu sempre. Durante demasiado tempo. Não me lembro quanto foi, mas depois deixou de doer. Não era nada agradável dar-lhe de mamar com os mamilos de silicone. O leite saía quando ela deixava de abocanhar, o mamilo (de silicone) nem sempre ficava colado, tinha de estar sempre a lavá-los, nada me parecia natural. 

O Frederico sugeriu que tentasse sem os mamilos de silicone. Doeu. Doeu. Parou de doer. Ficou tudo fabuloso. Nada de nervosismos. A minha filha estava a mamar em mim. Estava a beber o leite que foi feito especialmente para ela. Só para ela. O melhor leite do mundo. Chorei, tanto, mas tanto. De felicidade, de estar estúpida com as hormonas, tudo. Senti a perfeição. Que bom dar de mamar. Durante horas. Tantas vezes. Tê-la ao meu colo. Adormecer no meu peito. "Afinal era isto que diziam! Dar maminha é fabuloso!". 

Num desses dias, aos três meses, de manhã, enviei uma mensagem à pediatra em pânico: "Ela chora de fome, parece-me, eu ponho na mama, ela começa a mamar, depois chora muito, arqueia as costas e chora ainda mais! O que faço?". 

"Acalme-a e volte a tentar mais tarde. Vá extraindo o seu leite com uma bomba para lhe dar no caso dela precisar de mais leite do que aquele que conseguir mamar". 

Como é que uma mãe em pânico acalma um bebé? Não acalma. Tive de arranjar estratégias. Ela tinha fome. Parecia-me que sim (achamos sempre que têm). Senão, era o quê? Dores de barriga? Por que é que tinha dores de barriga? Sapinhos não eram porque não tinha nada de diferente na boca. O que faço? Se ela não mama, não dorme, se não dorme, não mama... como ser mãe assim? 

Comecei a dar de mamar de pé. A cantar. A falar imenso. Dei tanto de mamar de pé que ficava com as costas todas doridas. Com os braços em pedra. Quando me sentava voltavam as "cólicas". Voltava a por-me de pé. A andar pela casa toda. A cantar. A tentar acalmá-la. Passou a ser o novo normal. Não podíamos sair para lado nenhum. Não era exequível dar de mamar assim, muito menos com o meu nervosismo para acrescentar à minha ansiedade natural. Nã conseguia tirar leite de jeito e também não lhe queria dar biberão, agora que conseguia dar de mamar não ia deixar que nada interferisse.

Ela deixou de tentar mamar. Punha-a à mama e já nem sequer se tentava aproximar do mamilo antes das "cólicas". Ignorava-o. Esperneava como se lhe tivesse a fazer uma coisa má. Chorava muito e não comia nada. Nada. Emocionalmente sentia que ela me odiava, que não gostava de mim. Eu sou mais esperta que isso, mas o meu coração não. Só chorava. Só queria desaparecer. A cada mamada tudo piorava com as expectativas, as preocupações com a fome. Mandei mensagem à pediatra. 

"Não se preocupe. Se precisar compre o leite blá blá". 

Comecei a desesperar. A minha filha já estava sem comer há demasiado tempo, achava eu. Não conseguia extrair leite a tempo de lhe dar quando ela tinha fome. Houve uma vez que estávamos os dois na cozinha. Tirava 10 ml e o Frederico dava, enquanto eu tirava mais 10 mil, até chegar aos 100ml. Foi horrível. Para todos.

Fui à farmácia e comprei o leite blá blá. Preparei o biberão em lágrimas, mas a sentir que tinha feito tudo o que podia. Estava exausta. Não tinha mais nada em mim. 

Dei-lhe o biberão. Ela rejeitou-o. 

"Ela afinal não tem mesmo fome. Ela não gosta de leite artificial, ela quer o nosso!". Deu-me força. 

Continuámos. Liguei para a linha SOS amamentação, fui a fóruns no Facebook e fiquei a saber que era "normal". É a crise dos três meses. É o reflexo gastro... qualquer coisa. Quando lhe damos de mamar, activa o funcionamento do intestino (ainda tão imaturo) e isso pode dar-lhes algumas dores. 

Okay. Vamos a isto. Não consegui relaxar. Ela não aceitava o meu mamilo. Pior, quando aceitava, não saía leite nenhum.  Por que é que não saía leite nenhum? Porquê????? Logo nas vezes em que ela aceitava. Era só o que faltava. Fui ler. A ansiedade e o nervosismo inibem a ejecção de leite (não a produção mas que ele saia). Isto porque não estamos feitas para conseguir relaxar quando o corpo se sente numa situação de perigo. É preciso relaxar para a oxitocina (hormona do amor, da ejecção do leite) entrar em acção. Como?? Como é que numa situação destas, com uma pessoa ansiosa, eu iria conseguir relaxar sabendo que tudo dependia disso? Não conseguia. Tentámos de tudo. Não conseguia. 

Marquei uma consulta na Clínica Amamentos. Deram-me várias técnicas. Já me tinham antes aconselhado todas as outras, "muita pele com pele", "brinquem nuas e ela há de lá ir quando estiver calma", "tomem banho juntas", etc. Mas esta é que resultou, tinha de fazer festinhas às mamas antes de lhe dar de mamar. Tinha também de apertar os bicos dos mamilos. O tempo que fosse necessário, tinha de "pentear" a mama com os dedos ao de leve desde a base da mama em direcção ao bico do mamilo. Resultou lá na consulta. Vim confiante. Resultava sempre. A Irene, se o leite já estivesse a sair, pegava sempre na mama e mamava. O Frederico tinha que a distrair enquanto eu o fazia. Às vezes não conseguia distraí-la e ela chorava muito e muito alto e eu não conseguia relaxar. Era cada vez pior. Sempre muita pressão. Mesmo quando conseguia tinha de ser de pé e enquanto o Frederico me fazia festas nas costas e me dava beijinhos no pescoço.

Às vezes pegava sem que o leite estivesse a sair mas tinha de estar deitada no trocador e eu por cima dela a tentar colocar-lhe a mama na boca. Lá pegava o suficiente para puxar o leite. Ah! À noite, durante a noite, tudo corria bem. Sem cólicas e tranquila a ir à mama para puxar o leite. Sempre. Desde sempre. 

Esqueci-me de dizer que ali pelo meio ainda tomei suplementos para a produção de leite (claro que não me faltou a paranóia de achar que não tinha leite até me informar um bocadinho) e inclusivamente fui parva ao tentar usar um medicamento perigoso para provocar a descida do leite. Porquê parva? Li a bula e vi que não podia ser por ali. 

Não sei quanto tempo demorou isto tudo, mas foi demasiado tempo. Foi mais de dois meses. Dois meses de rejeição da mama. Pior ainda com a minha ansiedade. 

Depois, algures no tempo, foi tudo melhorando. Comecei a dar de mamar sentada. E a por-me de pé só de vez em quando. Comecei a não me por de pé. Ela já não chorava só por a por na posição de amamentar (tinha ganho trauma por lhe ter imposto tantas vezes), qualquer dia já a podia embalar nos meus braços como as mães fazem com os bebés. 

Ficou tudo normal. Ela mama. Ela pede maminha, verbaliza maminha. Grita por maminha durante a noite. Brinca com elas. Sorri quando olha para elas e, sempre que me lembro do nosso percurso (muito por alto), choro e fico orgulhosa de nós.

Faltava pouco para ir trabalhar e nada me parecia tarefa difícil depois de tudo isto. Tinha de armazenar leite. "Logo agora que isto está tudo bem é que me vou embora". Não conseguia tirar nada na bomba. Nada. Mas depois, fui trabalhar com uns belos 7 litros de stock no congelador (escrevi sobre isso aqui). 

Fui trabalhar. Ia com a bomba atrás. E com um coiso para manter o leite frio deste o congelador do trabalho até casa. Fiz isto. Tirei leite numa sala de reuniões. Vinha para casa e dava de mamar à Irene. Logo que chegava. Com saudades de lhe dar de mamar. 

Decidi e deixaram-me ficar em casa. A Irene continua a mamar sempre que quer.  Já lá vão 16 meses. E não dói nada. Já lá vamos em mais de 16 meses e, por isso, mais de 80% do tempo ou 90% tem sido perfeito. Ouvi-la pedir. Ir à procura delas. Ainda hoje me deixa derretida. 

Afinal sou mãe que dá maminha à filha. E estou muito muito muito feliz por isso. Tudo valeu a pena.

O que me fez lutar foi a minha noção de que se não fizesse tudo o que estava ao meu alcance, que nunca iria ficar em paz comigo própria. Tinha de dar tudo o que tinha, senão ficaria muito, muito triste. Ficaria triste quando visse outras mamãs a amamentarem, sempre que se falasse sobre isso, sempre que lesse um post sobre isso no Facebook ou num blogue, sempre que ela ficasse doente e não quisesse comer, etc.  

Juntas, conseguimos. Mais o Pai.

Valeu a pena. Vale. Valerá. Enquanto ela quiser. 



Mães que ainda não amamentam e que querem, não tenham medo que nem todas as experiências são assim. Esta foi só uma que começou mal. 

Mães que queiram muito dar maminha e que tenham dificuldades, peçam ajuda. Existe a linha SOS Amamentação e existem Conselheiras de Aleitamento Materno. Sabiam que até voltar a ter leite depois dele secar é possível? Força.

Mais posts sobre amamentação (alguns mais informativos e menos pessoais) aqui.

Eu não vos digo?



A minha miúda (adoro esta expressão, quase tanto quanto a catraia ou a 'nha Isabel) tem uma grande pancada. Não nos pode ver descalços. No outro dia, quase fiz xixi a rir com a figura do meu rapaz só de boxers e ténis calçados a andar pela casa. A Isabel não se calou até ele se calçar. Se nos vê descalços na sala, faz o percurso até ao nosso quarto e traz-nos sapatos, maiores do que o antebraço dela. Já nos trouxe desemparelhados, mas se lhe explicarmos que não são iguais, surpreende-nos com o mesmo par passado um minuto. Na piscina, no outro dia, era vê-la a distribuir os chinelos pelos seus progenitores, quando queríamos estar descalços para ir à água.

Onde é que ela foi buscar isto é que eu não sei, até porque sempre a habituámos a andar descalça pela casa e nós andamos quase sempre descalços, ao ponto de ser um perigo ir ao quarto dela, com os pés a colarem ao chão, durante a noite.

Eles têm com cada coisa, não têm? (Silêncio constrangedor em que vocês não reagem e me deixam sozinha a achar que a Isabel não joga com o baralho todo.)

Assim de repente não me consigo lembrar de nenhuma pancada que eu tenha tido, mas lembro-me bem de uma do meu irmão (agora que já te fiz ficar meio comovido com o texto de ontem, toma lá para aprenderes!) que tinha de cheirar tudo o que lhe aparecia à frente. E tudo é tudo: uma parede, uma bola, um poste na rua, a toalha da mesa do restaurante, o copo. Tudo. Ah! E outra, a atravessar a estrada, na passadeira, tinha a mania de coçar com um pé a outra perna, o que dava um jeito enorme, como devem imaginar, e deixava a minha mãe de cabelos em pé. Já era maiorzinho, mas não sei com que idade ganhou todos estes tiques e manias. Passaram.

Afinal, ao pé disto, ainda não tenho de chamar um colete de forças cá para casa.