3.03.2015

Estou grávida!

Há pessoas que percebem logo que estão grávidas. Há pessoas que fazem testes de gravidez e ficam à espera do tracinho. E depois há pessoas que só descobrem às 6 semanas e 6 dias, simplesmente porque notaram que o nódulo da mama está um bocadinho maior e decidem fazer uma ecografia mamária. Essa pessoa sou eu. 

Marquei consulta na ginecologista e lá fui para que ela me marcasse exames e já que lá estava disse-lhe que estava a pensar engravidar, que tinha parado de tomar a pílula há uns dois meses e tal. E já agora, já que ali estava, que me apalpasse toda e visse se estava tudo nos conformes. "Ai está grávida! Está, está!", espingardou alto. Comecei a chorar, completamente apanhada de certeza. Uma emoção enorme. "Mas como? Já? Mas o David nem está aqui..." pensei, sem conseguir parar de chorar. "Quer ouvir o coração?" "Coração? Já se ouve?! Oh meu deus!" E lá ouvi, completamente extasiada. Depois pensei em todos os disparates que tinha feito uns dias antes, como beber vinho ao jantar. Depois lá percebi por que é que tinha ficado mal-disposta com um iogurte. E com peixe. Ah! Então era isto:


No telemóvel a SMS: "Essa consulta está demorada. Está tudo bem, amor?", ao que respondo: "Ainda nem começou, vê lá! Nem no privado tenho sorte...". Tudo para o empatar mais um bocado. Queria muito contar-lhe, mas não por telefone.

Fui comprar uma prenda a correr. Lembro-me de sentir que caminhava sobre algodão, leve, leve e que tudo me parecia surreal. Estava a comprar a primeira coisa para o meu bebé. Tinha de me despachar e num instante comprei este body, na Zara. Perfeito.


Entreguei-lhe, abriu e sorriu. Achou que fosse para a sobrinha dele, mas achou pequeno (a Laura tinha 3 anos, o body era para 3 meses. Homens!). Olhei para a barriga e acenei com a cabeça. "Estás a gozar?!", perguntou, de queixo caído. Logo depois ficou com os olhos brilhantes e beijou-me. Rimo-nos, rimo-nos muito e não me lembro de termos feito outra coisa nesse dia. Foi no dia 29 de julho de 2013.

E vocês, como descobriram e como contaram aos vossos mais-que-tudo? E já agora, a reacção deles também foi "estás a gozar"?

Agrupem-se, prenhas!

Imaginava lá eu que ia ser daquelas pessoas que tinha um grupo de amigas da internet, que nunca antes tinha visto na vida. Sim, mesmo agora que o mIRC já acabou e em que eu não podia passar a minha vida no #lindas a ser humilde. 

Por obra e graça do Novo Banco lá fui parar ao fórum De Mãe para Mãe. Alguém teve a brilhante e amorosa ideia de abrir um thread com o título "mães de Março de 2014" à qual eu me juntei, em pânico para poder falar com outras mães sobre o que eu sentia e se a quantidade de puns que eu dava era igual à delas ou se estava alguma coisa errada com a bebé. 

Houve outro alguém (desculpem, moças, mas como só lá fui parar depois de vocês, não sei quem fez o quê) que teve uma ideia ainda mais brilhante (parecia um aileron de um Seat Ibiza na Vasco da Gama) e criou um grupo fechado no Facebook. 

O que partilhávamos aqui? Tudo. As nossas roupas, as nossas barrigas, as nossas lineas negras (não é uma referência ao single de Juanes, não), a cor dos nossos cocós quando começamos a tomar ferro, as ecografias, coisas nojentas dos nossos pipis, choradeiras sem motivo, os preparativos para o parto, etc. 

Como engravidei "cedo" (na minha cabeça, para o que eu tinha planeado antes de conhecer o meu marido - que era não engravidar), não conhecia ninguém que tivesse estado grávida neste novo milénio. Esta foi a minha família, as minhas melhores amigas, as minhas irmãs e, confesso, a salvação do meu casamento por passar tudo para elas e menos para o Frederico (tem nome de beto, não tem, o meu maridinho?). 

Desde que a Irene nasceu que ando mais ocupada e acabei por partihar aqui no blog o que dantes partilhava lá no grupo. Acho que também não devem sentir muito a minha falta porque nos primeiros meses de vida da Irene, como ela demorava 20h a mamar, eu lia imensos artigos científicos e era o que eu publicava por lá. Chata, eu sei. 

Agora estamos na fase de comemorar os aniversários dos bebés todos - houve alguns traidores que nasceram antes de Março, mas reunimo-nos todas e deixamos ficar essas mães no grupo na mesma! ;)

Grávidas, agrupem-se. Façam o que nós fizemos. Acho que a gravidez se torna algo ainda melhor, os partos também e ganham uma nova família.

Estou toda sentimental porque andamos todas a ver o histórico do que escrevemos há quase um ano quando fomos parir e isso. Eis alguns dos meus posts! 


Vejam as datas e as horas, acho que vale a pena (para quem não tiver um rabo para fazer e for muito cusco ;))



















Não lhe quero cortar o cabelo e ponto final!

A Isabel nasceu e parecia um macaquinho, acho que já contei essa história. Pelaria por tudo o que é canto e toda a gente a fazer questão de compará-la com um primata. Nada contra, adoro macacos (menos os que vejo os condutores tirarem nos carros - será que acham que os vidros são fumados?), mas também tinha olhos na cara, apesar de quase me terem saído das órbitas durante o parto.

Bem, a minha macaquinha transformou-se numa Cinderela e a pelaria foi à vida. Restaram os cabelos da cabeça, fininhos, fininhos, e uma quase monocelha (quando as sobrancelhas se unem). Já tirei com cera e com gilette, mas voltam sempre a nascer. Tive de recorrer à pinça e ela até nem chora muito. Estou obviamente a gozar, não fiz nada disso. Nem tenciono fazer.

Quanto ao cabelo, toda a gente me diz "tens de lhe cortar a franja, coitadinha". Ok, já lhe chega à ponta do nariz e vai-se a ver e é por isso que ela tropeça e cai tanto, mas eu tenho medo. Eu consigo saber a 300 metros que bebés foram submetidos ao Eduardo Mãos de Tesoura. Ora ficam a parecer uns abades, ora uns hippies. Franjinhas rentes ao cocuruto da cabeça não me agradam nada. Notei logo quando a Joana cortou o cabelo à Irene e aquilo ficou mesmo muito, muito estranho. Por isso, não quero, para já.

Agora, soluções: a que gosto mais são os laços. Só aguentam 10 minutos de cada vez naquela cabecinha porque ela adora arrancá-los. Fitas não ficam naquela cabeça nem 1 minuto. O que ainda aguenta lá mais tempo ainda são as palmeirinhas, que ela não consegue arrancar com facilidade, mas acho que não lhe ficam nada bem.

Há mais soluções? Não, pois não? Pronto, ficamos assim. Laços, enquanto ela não se lembra deles. Grandes, coloridos e a fazer pendant com as roupas, mesmo à betinha.