Oh. Meu. Deus.
Já sofro por antecipação, para depois o golpe não ser tão forte... Não sei como vai ser daqui para a frente.
Mães que têm filhos terroristas, como aguentam? Como aguentam estar constantemente com o coração nas mãos? Saber que o "não" não chega. Ou o castigo ou a palmada no rabo...
O Lucas ainda só tem 9 meses e eu já consigo antecipar o futuro dele... Cabeça, braço ou queixo partido, em algum ponto da sua infância. Ou as três hipóteses e mais algumas. Quando digo que ele é terrorista se calhar estou a exagerar um bocadinho. Ele é aventureiro, curioso, destemido e todo despachado. E eu tenho imenso orgulho nisso! E é assim que ele é feliz: a explorar, a testar o limite, a observar com as mãos tudo muito detalhadamente. Quer ir, vai. Quer mexer, mexe. Quer meter na boca, mete.
Mas isso vem com um preço. Eu sei. O pai dele era assim... Metia-se em cada alhada. Chegava a casa todo esfolado, ou com sangue em alguma parte do corpo. Chegou a ser atropelado! Compreendem o meu pânico, não compreendem? Eu não era assim. Eu era sossegada. Tinha medo. Gostava de ficar a brincar no mesmo sítio, horas e horas à volta de um brinquedo. Eu era feliz assim. Mas fora a parte da segurança, não quero que o meu filho cresça à minha imagem. Quero que seja ele próprio, igual a si, com a sua identidade e personalidade.
Só queria saber como fazem, mães de miúdos terroristas. Porque isto me assusta.
Só queria saber como fazem, mães de miúdos terroristas. Porque isto me assusta.