Achei que tinha uma bebé que dormia bem à noite. Porém, nunca mandei foguetes e apanhei as canas. Sabia que podia ser uma coisa temporária. Ao fim de poucas semanas, talvez duas, tinha uma bebé que dormia a noite toda. Noite toda, das 20h às 08h/09h. Raramente acordava e, a acordar, era para mamar uma vez, voltava a adormecer e assim seguia. Sabia o privilégio que era, por comparação com a Isabel, mas também por saber que o normal é acordarem. Normal, porque é um mecanismo inato, animal, de defesa. Portanto, o normal é acordarem várias vezes, a fim de "se protegerem".
Mas eu andava feliz por ter, desta vez, uma bebé que me dava algum descanso (nunca tive aquela coisa de ir ver se estava a respirar, confiava e pronto), até porque assim poderia ir acudir a Isabel, sempre que tinha pesadelos e que me pedia para ficar lá a dormir. Raros foram os dias em que fiz piscinas, só quando andaram ranhosas e com tosse.
Agora, já faz parte das minhas noites. Uma chora, vou lá, adormeço. A outra chora, volto, adormeço-a e volto à outra. Há dias em que não me custa. Há outros - hoje - em que fiquei super revoltada. Disse ao David: "estamos a criar um monstro igual ao primeiro". Claro que foi daquelas bocas que saíram a meio da noite, da boca para fora, quando o sono nos tolda a razão. Mas a verdade é que, desta vez, estava com algumas expectativas de que poderia ter um daqueles raros casos de lotaria em que teria um bebé que dormisse umas quantas horas seguidas (já nem digo noites, se bem que o sonho maior até era esse).
Já me passou pela cabeça comprar uma cama de casal para pôr no chão no quarto da Isabel e ficar a dormir com as duas, tal é a minha vontade de dormir descansada, sem estar sempre de antena no ar a ver qual será a próxima a acordar e a ter de me levantar. Já pensei em pô-las a dormir no mesmo quarto na esperança de que se sentissem acompanhadas e dormissem melhor. Já tive esperança de que possa ser só uma fase da Luísa, um pico, ansiedade de separação, e que passe.
Talvez seja melhor procurar umas palavrinhas sábias. Não estou a saber lidar muito bem com as sestas curtíssimas e com coisas que tenho (e quero) fazer. Há dias em que consigo discernir, desvalorizar, dizer que "faz parte". Há outros - como hoje - em que quero soluções. Que me confortem.
Será que a teoria de que não se deve elogiar o sono dos bebés é mesmo verdade? ;)
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