12.25.2016

Está de volta! Está de volta!

Tão bom o Natal voltar a ser entusiasmante. Lembro-me perfeitamente quando o Natal passou a ser uma coisa mais séria e sem magia. Eu já tinha crescido e já nem me ficava bem perguntar quando é que era para abrir as prendas. Continuava a jantar na mesa à parte com a minha prima e irmão (não cabíamos todos na grande - e ainda bem que assim podíamos falar do que nos apetecesse), mas já era diferente. Já era expectável que desse uma ajuda na cozinha e que não estivesse apenas a "fazer tempo" até receber qualquer coisa que tinha andado a pedir durante meses. 

Não é que tenha deixado de ser giro, mas foi quando o meu irmão cresceu que deixou de ter tanta graça. Já não acreditava que eu era o Pai Natal e, por isso, já nem desculpa para me mascarar tinha. Geralmente dizíamos que a "mana ia para a casa do pai" e lá aparecia vestida de pai Natal com uma barba improvisada por mim e cheia de algodão, o gorro puxado o máximo até baixo possível e umas calças de fato de treino vermelhas e uma camisola também. Tentava não ir muito além de um "Oh Oh Oh" porque tinha medo que ele me descobrisse. Achou estranho que o Pai Natal tivesse um swatch parecido com o da irmã, mas acho que nesse dia até passou. 

A abertura das prendas era às 22h, se não estou em erro. Pareceu que todos os Natais foram acontecendo mais rápido e mais rápido (mas nem por isso pelos melhores motivos, não sei). As minhas prendas, em princípio, até já sabia quais eram porque teria sido eu a escolhê-las ou algo do género. Já não havia surpresas. Um pijama para aquele, umas camisolas da Ericeira para o mano, livros de história para o padrasto, coisas de mulher para a mãe e para a prima, serviço de loiça para a tia...

Irene em frente à árvore de Natal
Juro que não pedi para fazer pose de "tenho xixi".


Agora, o Natal voltou. Ainda estamos em modo part-time. Não achei que fizesse sentido fazer jantar e esperar até à meia noite pelas prendas com uma miúda de 3 anos com uma família tão pequena e, então, no dia 24 (ontem, quando estou a escrever este texto) fizemos um lanchinho cá em casa com os sogros. À última da hora indaguei onde estaria o meu pai, madrasta e o irmão Tiago e convidei-os a passarem por cá. Ainda bem. Ficou um 24 muito mais composto e fiquei com o coração muito mais cheio, como antigamente. Falou-se alto, riu-se muito, deram-se prendas, houve surpresas, comida a mais, música de Natal a tocar, foi mágico. Por mim, fechava já a loja, mas sei que hoje, 25, no lanche em casa da minha mãe, a história vai repetir-se e é um privilégio ter dois Natais com tanta magia.

Há "males que vêm por bem" e já nem me lembro do mal que levou a que houvesse tanta família para a Irene conhecer e que me trouxe duas das minhas pessoas preferidas: o João (meu padrasto) e a Bibi (minha madrasta). 

Natal em família
Pai, Bibi, Tiago, Frederico, Celina, Virgílio e Irene. 

Coisinhas que podem ter achado giras: 

Vestido da Irene - Boboli 
Lacinho - Lost Colours
:::::::::::::::

Sigam-nos no instagram aqui 
a mim também aqui e à outra Joana aqui.
O nosso canal de youtube é este

12.22.2016

O que me deixa triste no Natal.

Eu sou das que sente uma dualidade enorme de sensações nesta quadra.

Adoro a ideia de ter a família à mesa reunida a comer coisinhas boas e a dizer disparates, a discutir e a vociferar, quando os ânimos aquecem (sim, somos tipo família italiana).

Fico triste com o facto de já não estarem cá pessoas de quem eu gostava muito e que tanta falta nos fazem.

Adoro os enfeites, as luzinhas, os cânticos, as canções pirosas e as menos pirosas.

Fico cansada pelos que têm de fazer uma ginástica mental enorme para resolver como se distribuem pelas famílias, pais separados, sogros separados, famílias afastadas e decisões que vão melindrar sempre alguém.

Adoro o espírito de união, de entreajuda, o facto de nos preocuparmos uns com os outros, de pensarmos em formas de surpreender, mesmo que com coisas simples, quem mais gostamos e por aí fora.

Fico chateada com o consumismo desenfreado, com a loucura das compras.

Adoro olhar para o ar surpreendido da Isabel, que já vive esta quadra toda entusiasmada e a cantar a música do pinheirinho vezes sem conta (aqui). Diz todos os dias: "Feliz Natal".

Fico sem chão quando penso em todas as crianças que não têm família, em todas as pessoas que estão numa cama sozinhas, em todos os que passam o Natal no meio de hospitais.

Adoro o presépio e tudo o que ele representa.

Fico nostálgica e cheia de saudades da magia que o Natal tinha para mim em criança, de ir apanhar musgo em Montejunto para o presépio; de acreditar no Pai Natal, apesar de achar estranho o facto de ele conseguir subir até ao 6º andar numa corda; de acordar dia 25 de manhã e ir ver o presente que ele nos tinha deixado; de dançar com o meu tio Jorge, sempre tão animado (que saudades do meu tio (!), que dizia que eu era a sobrinha preferida dele - a única); de ir ao cinema com os meus pais e irmão no dia 25.

Ai Natal, Natal... és tão bonito mas tão difícil de gerir dentro de mim.






Fotografias  I Heart You Photography

Da entrevista (aqui) que dei ao Save the Date


Se ainda tiverem um tempinho, podem ler estes textos:
:::::::::::::::::::::::::::::::::::
Sigam-nos no instagram aqui 
a mim também aqui e à outra Joana aqui.
O nosso canal de youtube é este.