A Irene tem ficado muito muito bem na escola. Nem nos meus sonhos mais selvagens (what?) imaginei que ela ficasse tão tranquila quando nos despedimos dela. Interiormente ainda estou à espera do dia em que ela quebre, mas é só para minha preparação (é feitio). No entanto, já lhe expliquei que aquele é o trabalho dela que ela vai para lá todos os dias e pareceu-me ficar esclarecida.
Quando a deixamos (agora vai passar a ser sempre o Frederico a ir pô-la de manhã que ele não tem grandes horários a respeitar) ela acena, diz adeus e "bom trabalho" e isto é fabuloso. Somos mesmo uns sortudos por podermos ter protelado a entrada dela na escola até agora. Parece-me realmente o ideal e espero poder vir a fazê-lo com um segundo filho - se calhar recorrendo mais aos avós porque não sei se terei "lata" para pedir uma licença sem vencimento... Apesar de continuar a ter trabalho, sinto que perdi "fôlego" na carreira, enfim. É a vida. Já sabia antes de pôr que seria um risco.
Quando a vou buscar chora imenso! Isso é que não estava à espera. Já falei com uma mãe de três que diz que não é de estranhar e uma ex-babysitter que também me disse o mesmo. A minha interpretação (projecção, sei lá) é que ela como se porta bem melhor na escola (não faz birras, não "abusa" como faz em casa), acaba por retrair imensas emoções. Não, não é porque não se quer vir embora (antes fosse), acaba por não saber exteriorizar bem as emoções, mas vê-me e descomprime. Ontem até aceitou um abraço prolongado meu enquanto choramingava e isso não é costume nela.
Não fico preocupada, claro, porque consigo falar com ela, baixar-me ao nível dela e olhar-lhe nos olhos, tentar sossegá-la, etc, mas fico mesmo curiosa para saber que processo é este. Ela adora a educadora e os amigos, por isso não imagino que outra coisa possa ser senão isto.
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