4.26.2016

Esqueçam tudo o que disse antes, por favor!

É como me sinto agora. Estou doente desde sexta-feira. Veio a instalar-se devagarinho em mim algo que inicialmente julguei ser uma crise alérgica e agora que tenho a certeza que será algo pior. Mesmo assim, mãe que sou, tentei fazer a minha vida (a nossa) como se nada se passasse e a Irene foi à aula de música, à praia, à festa da Luísa da Joana Paixão Brás, tudo. 

Sábado à noite a Irene já tinha uma ranhoca pequenina a fazer das suas, mas decidi ignorar porque as "alergias" não se pegam, blá blá. Ontem já tive que inclinar o colchão para ela conseguir dormir alguma coisa sem se engasgar com o que anda a passar nas vias respiratórias. 


Irene a mamar constipadita (ou lá o que é)

Se já no dia a dia nos sentimos cansadas, exaustas, exauridas por temos a vida de uma "mulher" normal e ainda lhe acrescentamos o outro full-time que é ser mãe, nestas alturas em que estamos doentes e a nossa filha também, os outros dias parecem peanuts. 

Relativizar. 

Mezinhas para além de soro e de levantar a cabeceira, são bem-vindas para a Irene sofrer menos com a ranhoca constante. ;)


"A gravidez está a fritar-te o cérebro"

Parece que hoje é o Dia Internacional do Anónimo, pelo destaque que estamos a dar à espécie (houve post daquela nossa rubrica gira de manhã), mas apeteceu-me fazer um movimento "Libertem a gravidez!" ou "Libertem as grávidas!". Já não é a primeira vez que anónimos fofinhos me deixam este comentário (ou sempre a mesma, who knows?). Vamos a ver se nos entendemos.

Não é a gravidez que me está a fritar o cérebro. Quando muito, ele já está frito há uns bons anos (e não foi à conta de coisas que fazem rir, por acaso nunca me deu para aí).


Não noto especial alteração em mim - nem os que me rodeiam (ou então andam cheios de medo que os assassine à paulada e nem comentam) - a não ser em duas coisas: andar mais esquecida (ou cansada, ou ambas), mas até para isso tenho posto lembretes e notas no telemóvel até mais não. E estar mais feliz. De resto, a mesma. Continuo a ser sensível, lamechas, chorona, pirosa, bimbalhona, parva. Nada mudou.

Não vamos culpar a gravidez de tudo o que nós ou os outros possam não gostar em nós.

#deixemagravidezempaz #hormonalsempre #pirosa4ever #naogostaspoenabordadoprato

Se eu tivesse dinheiro "a mais"...

Não tenho dinheiro a mais. Aliás, nem sei se esse conceito existe para uma mulher. Não há "dinheiro a mais", sabemos sempre o que fazer com ele e conseguimos sempre argumentar que são coisas que "precisamos". 

Abstraindo-me do que seria politicamente correcto dizer (ex.: salvar o mundo da pobreza e da fome) e para não ser chicoteada como a Joana Vasconcelos por causa daquela promo da RTP, vou apenas cingir-me ao meu imediato do quotidiano até porque isto acaba por ser um blogue de maternidade (o melhor, claro) e não um blogue de generalidades politicamente correctas. Pretendo que seja um exercício light e ligeiramente cómico e não uma lição de sensatez e de humildade, está bem? Bem, com tanta ressalva já estou a ser mais chata que as pessoas aborrecidas que vêm para aqui comentar só para explodir um bocadinho (os namorados delas têm muito que nos agradecer - DE NADA, façam mais amor!).


Se eu tivesse dinheiro "a mais" e esta ordem é ditada sem pensar: 

  • Fazia uma limpeza à barriga - não quero dizer com isto que está suja e que tem borboto no umbigo. Era mesmo aspirar esta trampa toda e coser, só para durante alguns meses (visto que iria continuar a comer porcarias) saber o que é andar de crop top ou de poder usar roupas justas sem pensar na cinta modeladora que até safa minimamente a Oprah. 
  • Comprava uns ténis New Balance sem serem falsos - Epá, caí na esparrela de mandar vir de uma página no Facebook que até me parecia credível (a página, entretanto desapareceu, seus filhos da...) e pude constatar que são mais baratos por serem uma valente... 
A maior parte deles é feia, mas quando são giros, são mesmo.

  • Pagava todas as mensalidades da escola da Irene até à 4ª classe só para não ter a chatice de receber e-mails mensalmente.
  • Comprava a banca da Benefit da Sephora - só naquela de nunca mais me faltar nada da marca. 
  • Comprava um mini - aliás, porque estou armada em pobre? Comprava um mini de cada cor para combinar com as minha lingerie. Lingerie essa que...
São 32 destes, sff. 

  • Comprava toda uma Victoria Secret. Nem sei se há lojas por cá, se não há... mas o pessoal que é fino diz que é bom e, portanto, se tiverem tamanhos para pessoas normais, gostaria de usar.
  • Fazia depilação definitiva no bigode (o meu é um bigode e não um buço), virilhas (não faria o pipi todo porque sei lá se a moda depois não muda e depois fico tipo as pessoas que fizeram as sobrancelhas só ficarem com uma linha de pêlo e agora, com a nova moda, parece que saíram de uma sessão de radioterapia - não, não estou a gozar com as pessoas que fazem radioterapia, que chatice!) .
  • Punha tudo o que tenho na despensa em frasquinhos com etiquetas giras - penso tão baixinho, não é? Imaginem o quanto deliro quando entro na Tiger. Deliro menos quando vejo as tampas todas enferrujadas de irem só uma vez à máquina.
  • Mandava vir TUDO da Zara, até mesmo coisas que não me servissem, só para arrumar tudo direitinho no meu...
  • CLOSET DO CARAÇAS!!! - Até estou ofendida comigo própria por só me lembrar agora desta hipótese! Isto está em primeiro lugar, mais do que tudo o resto, que parvoíce. Uma coisa é certa: não quis desde sempre ser mãe, mas sempre sonhei ter um closet. 
Não seria com esta bimbalhada de aspecto, claro.

  • Comprava um computador novo que o teclado do meu foi para o galheiro e querem levar-me 300 euros para pôr um novo. 


Bom, para o comum dos mortais hão de faltar aqui viagens pelo mundo inteiro e coisas que tais, mas foi só mesmo isto que me veio à cabeça (AHHH! Outra: MAMAS NOVAS!). 

E vocês? Se tivessem dinheiro "a mais"? Sonhar não é proibido...