4.26.2016

"A gravidez está a fritar-te o cérebro"

Parece que hoje é o Dia Internacional do Anónimo, pelo destaque que estamos a dar à espécie (houve post daquela nossa rubrica gira de manhã), mas apeteceu-me fazer um movimento "Libertem a gravidez!" ou "Libertem as grávidas!". Já não é a primeira vez que anónimos fofinhos me deixam este comentário (ou sempre a mesma, who knows?). Vamos a ver se nos entendemos.

Não é a gravidez que me está a fritar o cérebro. Quando muito, ele já está frito há uns bons anos (e não foi à conta de coisas que fazem rir, por acaso nunca me deu para aí).


Não noto especial alteração em mim - nem os que me rodeiam (ou então andam cheios de medo que os assassine à paulada e nem comentam) - a não ser em duas coisas: andar mais esquecida (ou cansada, ou ambas), mas até para isso tenho posto lembretes e notas no telemóvel até mais não. E estar mais feliz. De resto, a mesma. Continuo a ser sensível, lamechas, chorona, pirosa, bimbalhona, parva. Nada mudou.

Não vamos culpar a gravidez de tudo o que nós ou os outros possam não gostar em nós.

#deixemagravidezempaz #hormonalsempre #pirosa4ever #naogostaspoenabordadoprato

Se eu tivesse dinheiro "a mais"...

Não tenho dinheiro a mais. Aliás, nem sei se esse conceito existe para uma mulher. Não há "dinheiro a mais", sabemos sempre o que fazer com ele e conseguimos sempre argumentar que são coisas que "precisamos". 

Abstraindo-me do que seria politicamente correcto dizer (ex.: salvar o mundo da pobreza e da fome) e para não ser chicoteada como a Joana Vasconcelos por causa daquela promo da RTP, vou apenas cingir-me ao meu imediato do quotidiano até porque isto acaba por ser um blogue de maternidade (o melhor, claro) e não um blogue de generalidades politicamente correctas. Pretendo que seja um exercício light e ligeiramente cómico e não uma lição de sensatez e de humildade, está bem? Bem, com tanta ressalva já estou a ser mais chata que as pessoas aborrecidas que vêm para aqui comentar só para explodir um bocadinho (os namorados delas têm muito que nos agradecer - DE NADA, façam mais amor!).


Se eu tivesse dinheiro "a mais" e esta ordem é ditada sem pensar: 

  • Fazia uma limpeza à barriga - não quero dizer com isto que está suja e que tem borboto no umbigo. Era mesmo aspirar esta trampa toda e coser, só para durante alguns meses (visto que iria continuar a comer porcarias) saber o que é andar de crop top ou de poder usar roupas justas sem pensar na cinta modeladora que até safa minimamente a Oprah. 
  • Comprava uns ténis New Balance sem serem falsos - Epá, caí na esparrela de mandar vir de uma página no Facebook que até me parecia credível (a página, entretanto desapareceu, seus filhos da...) e pude constatar que são mais baratos por serem uma valente... 
A maior parte deles é feia, mas quando são giros, são mesmo.

  • Pagava todas as mensalidades da escola da Irene até à 4ª classe só para não ter a chatice de receber e-mails mensalmente.
  • Comprava a banca da Benefit da Sephora - só naquela de nunca mais me faltar nada da marca. 
  • Comprava um mini - aliás, porque estou armada em pobre? Comprava um mini de cada cor para combinar com as minha lingerie. Lingerie essa que...
São 32 destes, sff. 

  • Comprava toda uma Victoria Secret. Nem sei se há lojas por cá, se não há... mas o pessoal que é fino diz que é bom e, portanto, se tiverem tamanhos para pessoas normais, gostaria de usar.
  • Fazia depilação definitiva no bigode (o meu é um bigode e não um buço), virilhas (não faria o pipi todo porque sei lá se a moda depois não muda e depois fico tipo as pessoas que fizeram as sobrancelhas só ficarem com uma linha de pêlo e agora, com a nova moda, parece que saíram de uma sessão de radioterapia - não, não estou a gozar com as pessoas que fazem radioterapia, que chatice!) .
  • Punha tudo o que tenho na despensa em frasquinhos com etiquetas giras - penso tão baixinho, não é? Imaginem o quanto deliro quando entro na Tiger. Deliro menos quando vejo as tampas todas enferrujadas de irem só uma vez à máquina.
  • Mandava vir TUDO da Zara, até mesmo coisas que não me servissem, só para arrumar tudo direitinho no meu...
  • CLOSET DO CARAÇAS!!! - Até estou ofendida comigo própria por só me lembrar agora desta hipótese! Isto está em primeiro lugar, mais do que tudo o resto, que parvoíce. Uma coisa é certa: não quis desde sempre ser mãe, mas sempre sonhei ter um closet. 
Não seria com esta bimbalhada de aspecto, claro.

  • Comprava um computador novo que o teclado do meu foi para o galheiro e querem levar-me 300 euros para pôr um novo. 


Bom, para o comum dos mortais hão de faltar aqui viagens pelo mundo inteiro e coisas que tais, mas foi só mesmo isto que me veio à cabeça (AHHH! Outra: MAMAS NOVAS!). 

E vocês? Se tivessem dinheiro "a mais"? Sonhar não é proibido...

4.25.2016

Olha m'esta (#02) - Ai tão giro ir à televisão.

"Cá estou de volta, não me consegui conter. Sei que é difícil para algumas de vocês perceberem porque é que dou tanto de mim a este blogue se, por mim, bem que podiam ser atropeladas por um camião da Luís Simões. Porém, estou tão a borrifar-me para o que vocês acham ou deixam de achar como para o facto destas duas pindéricas lançarem um livro. 

Um livro - dizem elas. Dá-me tanta vontade de rir que quase que me sai o rolhão que não tenho. Compilar textos de um blogue em que escreveram às três pancadas, não é escrever um livro. É compilar cocó. Dar-vos-ia mais valor se tivessem pegado nas fraldas das vossas filhas e se as tivessem empilhado em T - ficaria melhor que 70% das instalações que já vi. Ponham-lhe uns tampões em cima e fica uma obra da Vasconcelos. Sendo que as "obras" orgânicas da Vasconcelos deverão ter realmente o tamanho dessa instalação. Não odeio gordas, como anda aí um programa qualquer de televisão a fazer pensar, acho que são boas a rir. Não há gargalhadas como as das gordas. É um misto de alegria contagiante com uma espécie de suspense para ver se se engasgam com um pedacinho de frango que estaria a equilibrar-se num dos pulmões. Quem comprar esse livro está a comprar a internet em folhas. Elas vão continuar com os textinhos do livro publicados no blogue e vocês vão comprar para quê? Matar umas árvores? Para isso ponham-nas a ler este blogue que elas vão para ao pé de um eucalipto para morrerem devagarinho. 

No outro dia foram à televisão. Uma diz que não janta fora há dois anos porque ainda amamenta a criança, que a miúda está habituada a que vá só ela durante a noite mas, de repente, surge um convite para ir à televisão e já tanto dá se a miúda mama ou se vai mais para um ensopado de borrego. A outra, diz que tem uma vida muito complicada agora que mora em Santarém, que não pode vir a Lisboa só porque sim, mas por ir à televisão quase que até se mudou cá para baixo outra vez. 

Vamos falar das escolhas de roupa das meninas, vamos? Eu vou. Vocês falem do que vos apetecer. Uma sabe que não se sabe vestir e, então, foi com a roupa mais simples do mundo: umas calças de ganga e uma camisola larga. Larga porque deve ter sido para ter espaço para roubar tudo o que havia no catering na produção. A miúda é trafulha. Articulada, mas só para disfarçar o ananás que pôs na camisola (esperemos que tenha sido aí que o tenha posto). Não, a verdade é que, apesar da dieta milagrosa e de ter perdido 45 kgs, continua a ter barriga de grávida de 14 meses. A outra Joana decidiu ir de preto porque quis mostrar a toda a gente que costuma trabalhar em televisão e sabe qual é a cor que resulta melhor, não vá fazer "batimento" e parecer que tem uma psicadélica vestida. É parva. Grávidas de preto parece que foram um "atropelamento e fuga" ou, neste caso, "fecundamento e fuga". Eu perceberia. 

Não me vou debruçar sobre a apresentadora porque ela ficaria louca só por me ver um pouco do decote. Vou sim falar sobre a informação mais imbecil, mais ignorante que poderia alguma vez ter saído da boca de uma delas. A propósito do convidado Heitor Lourenço, que gosta muito de viajar, a apresentadora perguntou às Joanas se elas gostavam de viajar (também lhes perguntou se já tinham sido confundidas com terroristas - que, mais uma vez, estou a dar o meu melhor para não me alongar nisso). A mais previsível disse que sim. A outra imbecilóide quis parecer pseudo-intelectual, mas acabou por mostrar a sua verdadeira essência: pita egocêntrica. "Ai, eu não gosto de viajar, porque tenho tanto mundo em mim que quero conhecê-lo primeiro". Isso é o quê? Leste um bocadinho do livro do filosofia do 9º ano e decoraste para ires parecendo interessante ao pé de adultos ou é só uma pequena patologia a brotar para o teu lado mais social? Cuidado. Pior que isso só a queixadinha com que ficas a falar que, caso chova um bocadito, ficas com a boquinha ensopada. 

Também se falou de um pipi. A viúva ribatejana, que é toda sem pudores no blogue, tentou parecer não gostar de sexo - não vá a sogra estar a ver-, e a outra ficou escandalizada quando a apresentadora leu uma coisa que ela decidiu escrever no blogue e incluir no livro. Nem a compilar perderam tempo? Fizeram o livro como uma empregada doméstica trapalhona faz máquinas de lavar? Tudo lá para dentro, não interessa o quê? 

Não gostei de ver. Não gosto delas. E de vocês também não, escusam de escrever comentários para me magoar porque não existo (leiam isto). 

Para me darem razão, o vídeo daquelas coisas está aqui e "começa" aos 13 minutos. 

Voltarei. Cheira-me que muito em breve. 

A melhor fotografia de ambas desse dia foi esta. Perfeita. "