Não era nada disto que tínhamos planeado. A ideia era irmos a uma espécie de brunch num sítio que me pareceu fabuloso (
este). Pensei: tenho ali uns vestidos mais betinhos para a Irene estrear e vão ficar lindos neste contexto e eu, já agora, também exagero bastante na roupa e a minha amiga Susana saca-nos umas fotos bonitas para o blog, até porque é Carnaval e fica engraçado sob esse pretexto.
Aquele sítio é perto da Sé, mas ficava perto o suficiente do estacionamento para me aventurar e ir de saltos. Fui também no carro do Frederico e não no meu (smart) e, por isso, andei super nervosa a dar voltas durante meia hora para estacionar e a conduzir por aquelas ruas velhas portuguesas onde o cú de uma daquelas nossas contínuas de escola nunca passaria. Finalmente (mesmo meia hora depois), estacionámos e fomos, a pé, até lá. Eu de saltos. Subimos um enorme lance de escadas e abrem a porta dizendo: "ah... hoje só com reserva". Não. Não era "só com reserva", pensei eu. Vocês não podem fazer isto às pessoas que constroem um dia todo cheio de expectativas e, de repente, sem comunicarem nada a ninguém... estragam tudo... Escusado será dizer que fiquei cheia de nervos e só me apeteceu bater em toda a gente, tal era a vontade que eu tinha de ir lá e de experimentar. Ainda não decidi se volto a ir ou não, ainda estou enervada e isto foi no Domingo.
Seja como for, decidimos ficar a andar por aquela zona (estava de saltos) e fomos dar a uma padaria muito engraçada (Rainha D. Amélia, acho), acabamos por ficar muito bem servidas: bebemos um chá e comemos uns pãezinhos e focámo-nos mais em nós, no convívio. Sinto que todos os fins-de-semana parecem os melhores de sempre, mesmo quando tudo parece correr mal.
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Aqui era a Irene a segurar-me para eu não cair. É o que acontece quando se tenta fingir que se sabe de andar de saltos e se vai de SALTOS para a SÉ. |
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Isto era para uma capa de um álbum se eu fosse fadista e mãe solteira. Não sei para qual das duas me faltaria mais talento. |
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Esta foi para celebrar duas coisas: saber por base (finalmente) e parte da papada ter desaparecido com o emagrecimento! |
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Raio do cinto da cadeira do carro que me desengomou o vestidinho tudo. Agora sei o que as betas sofrem (Joana Paixão Brás ;)) |
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No meu âmago, sinto que uma foto feliz tem de incluir uma mulher a segurar aleatoriamente uma mecha de cabelo. |
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Temos praticamente toda a nossa amizade documentada. É giro ver-nos mais velhas, mas juntas. |
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A Irene anda tão apaixonada pela Susana que até chama Susana a outras amigas minhas (wow, acho que nunca tive tantas amigas como agora) |
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Lembro-me quando era mais nova e a minha madrasta e as amigas me lambiam a cara e diziam "és fixe, és uma de nós". Apesar de algo parvo, foi algo que me deixou super feliz naquela altura: saber que fazia parte do grupo da minha madrasta e das amigas. Reparei pela cara da Irene ao longo desta sessão de fotografias em grupo (em que a máquina estava no automático por cima do carro do Frederico) que sentiu o mesmo: uma tarde só de raparigas e eu sou igual a elas. |
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Sei que ando muito vaidosa, mas ando mesmo a compensar os 29 anos em que não me liguei nenhuma. Minimamente. Agora estou surpreendida com tudo isto e sim, ando a concentrar muita vaidade ultimamente. A sério que ainda olho para mim com surpresa e daí achar que ainda posso ter estes actos de vaidade ser passar só por p*ta convencida. |
Estou a gostar desta novidade de fazer planos para mim (e meus amigos) sem serem focados na Irene e tratá-la como se fosse uma de nós, porque é o que é. Nem todas as saídas têm de ser para o jardim ou para algo que dê para ela se entreter, sinto que está a aprender a comportar-se e a desfrutar de outras coisas.
Só um desabafo (vocês percebem): sinto que gosto mais dela todos os dias, como é que é possível?