12.04.2015

Ando a deitar-me às 21h30.

Bem, ando numa correria. Voltei ao trabalho recentemente depois de um ano e meio em casa. E, credo, o tempo passa de uma maneira...

Passa tudo demasiado rápido, não passa?

Tenho direito a duas horas por licença de aleitamento materno (acho que é assim que se chama), mas tenho o trabalho como se tivesse horário completo e horas extra e ando sempre louca para sair o mais cedo possível para ir ter com a miúda.

E isto porquê? Porque gosto dela e tal, mas acima de tudo para ver se ainda apanhamos um bocadinho de luz do dia para ir passear. Não dá para grandes planos, mas podemos ir ver os comboios ao pé de casa ou ao jardim de Benfica. 

Sei que tenho muita sorte em, mesmo assim, conseguir apanhar a minha filha à hora do por-do-sol, mas é uma correria. Só agora estou a perceber o que é isto de ser mãe trabalhadora. Chego a casa e ainda há brinquedos por todo o lado, uma miúda para brincar, alimentar, banhar, camas para fazer, etc.

Desmaio numa hora depois de me sentar/deitar no sofá.

Vocês andam dopadas? Como aguentam isto tudo? A que horas se deitam? 

Epá, que lufa-lufa! 

Já me está a fazer desmame...

A ver os comboios... 

12.03.2015

Quando é que eu tenho o próximo?

A Joana Paixão Brás está grávida. 

Isso resultou em três coisas na minha vida pessoal: 

- Estar muito feliz por ela (tal como escrevi aqui)

- Acharem que tinha sido eu a engravidar (as mais desatentas, inclusivé um primo meu, que tristeza)

- Perguntarem-me quando é que vou ter o próximo.


Aliás, até li algures de mais que uma pessoa que até pensavam que era eu a primeira a ter o segundo. Porquê? Fico curiosa! 

Tenho muitas saudades de estar grávida, a sério que sim. A primeira gravidez vive-se com uma magia, com um esplendor, com uma áurea linda de esperança, sonho, desejo, quentinho. É como se fosse Natal durante 9 meses seguidos (mas acompanhados de algumas dores ou incómodos ou... bem, depende das mulheres). 

Já olho para os bebés com um ar guloso outra vez. Houve aí uma altura que olhava para eles e sentia pena dos pais, por estarem a passar pelas mesmas dificuldades que eu e agora só penso: "ohhhhhhnnnnn e depois ficam pessoazinhas". 

Quero muito ser mãe outra vez. Quero viver a maternidade com um andamento mais calmo, com menos solavancos, menos nervos. Quero aproveitar a fase "tubérculo" como o Frederico lhe costumava chamar, por não fazer mais nada além de chorar e dormir. Quero, em vez de passá-lo para o quarto na 2ª noite, dormir algumas noites com ele. Quero que a Irene tenha um amigo em casa e que formem uma tropa para me azucrinar. 

Quero voltar a usar as roupinhas que a Irene só usou uma vez. Quero cheirar aquele cocó só de leite materno. Quero introduzir as sopas, quero andar com ele o dia inteiro ao colo por agora, na segunda vez, já saber que não lhe faz mal, antes pelo contrário.

Quero muito. Até porque sinto que não aproveitei muito a fase de recém nascido da Irene e porque tenho dois irmãos e sei o quão bom isso é. 

Porém, sinto que não é o momento. Sinto que, só com a Irene, ainda não me consegui equilibrar, arranjar ritmo, descobrir na plenitude (ou talvez sentir-me confortável qb) neste novo papel que desempenho que é o de ser mãe e que, para "piorar" é cumulativo com todos os outros... 

Da mesma maneira que senti que precisava de ganhar alguma maturidade para ser mãe, agora sinto que preciso de ganhar algum andamento de mãe para acrescentar mais um. É como se estivesse a aprender a fazer malabarismo, estou agora com duas bolas na mão, ainda toda enrascada e não vou agravar a situação atirando-me uma terceira. Não quero que tudo caia. Não tenho pressa. Vontade sim, mas pressa não. 

Não quero ficar dividida ou sem forças para ir passar ao jardim com a Irene porque o novo bebé precisa muito de mim. Neste momento, idealmente, só terei o próximo quando sentir que a Irene tirará mais proveito disso. Tenho uma diferença de 10 anos do meu primeiro irmão e adoro a nossa ligação. Não esperarei tanto até ter o segundo filho, mas não vejo a proximidade de idades uma obrigação. 

Quero que não lhe falte nada. Dentro daquilo que eu acho que é o tudo. 

Quando já estiver muita boa neste malabarismo, vou fazê-lo, vou atirar mais uma bola e andar toda desequilibrada outra vez, mas com um sorriso a triplicar nos lábios.

Cada mãe, sua vontade. Esta é a minha. 


Este caso fez-me chorar tanto, mas tanto.

E não tem nada a ver com a gravidez nem por estar toda hormonal. Isto é só dos piores pesadelos que um pai e uma mãe podem viver. Bater na madeira mil vezes. Não dá sequer para imaginar, porque só de imaginarmos ficamos com uma dor no peito difícil de suportar.

Estou a falar da Luna. Tenho a certeza de que pararam um bocadinho para tomar conhecimento deste caso, que, graças a Deus e ao espírito solidário de muitos, está a ser divulgado um pouco por todo o lado na internet. Mas tem de ser mais e mais divulgado.

O caso ganhou mais mediatismo quando Mário Augusto o partilhou, esta 3a feira. Cruzou-se com esta família, desesperada, a caminho de Londres e não mais os largou. Tornou-se o padrinho desta causa, quando publicou este texto e esta fotografia. E outros que se seguiram. 

A Luna tem seis anos e luta há três contra uma leucemia. Os pais estão desesperados e precisam da nossa ajuda, 300 mil euros para um tratamento em Londres. Se cada um contribuir com 1 euro, a quantia será adquirida, num instante (e o relógio não pára). Não dá mesmo para ficar indiferente a isto. Já várias pessoas que conhecem pessoalmente estes pais nos contactaram a provar a idoneidade deste caso e a pedir a nossa ajuda, também elas dilaceradas. E já estou a chorar outra vez. Já fiz a minha transferência, façam por favor a vossa. 


NIB 0018 0003 2281 2465 0202 3 - o titular é o pai da Luna: Adriano José Viana Moreira.

 
Muita força a estes pais que foram, sem eira nem beira, rumo a Londres, sem saber falar sequer inglês, num ato de desespero e cujo pedido do hospital foi recusado, por não terem as verbas necessárias para o depósito.
 
Isto é uma corrida quanto ao tempo. Não fiquem indiferentes. Obrigada, do coração. Coração de mãe, apertadinho.

Força, querida Luna! Que esse olhar cansado ganhe rapidamente luz, força e esperança.