8.03.2015

Gravidez: o que adorei e o que detestei.

Adorei estar grávida. Foi, a seguir a ter a minha filha nos braços - e os 17 meses que se seguiram -,  a melhor fase na minha vida. Senti-me bem, radiosa, apaparicada. Tive sorte, também.

Grávida de 37 semanas

O que correu muito bem:

- Trabalhei quase até ao fim (37 semanas e alguns dias), tive a Isabel nem duas semanas depois, o que significa que não foi uma gravidez de risco, que tive energia e que estive distraída (não me lembro de sentir aquela fase da espera e do cansaço de estar em casa sem fazer nada e a pensar nas dores nas costas e não sei quê).

- Comi um pouco de tudo (tirando as saladas fora de casa), tive alguns cuidados mas sem exagero, não tive grandes desejos e não engordei muito (10kgs).

- Não sei o que é azia (acho que só tive um dia e nem tenho a certeza se era bem aquilo).

- Não sofri de medos do parto. Nunca tive medo, apenas muita curiosidade, ao ponto de ter visto uns 30 vídeos de partos no Youtube.

- Não ganhei estrias (a não ser duas ou três nas mamas, onde já tinha algumas, aliás).

- Fiquei com mamas. Finalmente (mas foi sol de pouca dura! Buáaaaaaaa!!!).

- Fiquei com um óptimo cabelo, uma pele bastante razoável (durou pouco tempo também, um e outro).

- Andei muito bem-disposta, divertida, sentia-me sexy, feliz e cheia de pica para passar a ferro, decorar o quarto, trabalhar, fazer amor, etc e tal.

- Não fiquei com pés inchados (estava cheia de medo, porque já calço o 41...) e sempre me consegui mexer bem, sem afrontamentos e coisas do género.

- Vem por último, mas encabeça tudo: senti-la. Inexplicável. Mesmo quando me dava porrada. Eu gostava!
Ouvi-la, nas ecografias. Vê-la. Imaginá-la. Amá-la desde o primeiro minuto.




 
O que detestei:

- Enjoei muito nos quatro primeiros meses (quer dizer, nas 6 primeiras semanas, não), ao ponto de ter de sair disparada de uma sala para ir vomitar no caixote de lixo mais próximo. Mesmo com Nausefes no bucho. // PARTE BOA: Não ganhei peso nos primeiros meses (o que foi bom para ganhar créditos até ao fim da gravidez). 

- Um episódio de perda de sangue, em que chorei baba e ranho a caminho do hospital, a pensar que o pior tinha acontecido. // PARTE BOA: Ouvir o coraçãozinho da formiga mais uma vez e amá-la ainda mais.

- Um episódio de descarga eléctrica horrível no rabo/perna/cóccix, em que me ia partindo toda e podia ter corrido mal. // PARTE BOA: Passou.

- Quando a médica me disse que muito provavelmente teria de ser cesariana, pela posição da Isabel. Chorei, porque não estava à espera e sempre tinha sonhado com um parto natural. // PARTE BOA: Falei com muita gente (histórias lindas e muitos finais felizes), li muito, preparei-me e já estava mentalizada e calma com a situação. // PARTE BOA, MAS BOA: Não foi necessário.

- Ter tido um sono inexplicável no primeiro trimestre, ao ponto de ter adormecido uma vez em frente ao computador. // PARTE BOA: Dormi muito, muito, muito. Nem me lembro bem dessas férias de verão, acho que não fiz outra coisa além de dormir e vomitar.

- Ficar com a memória de um peixe (bem dizem que ficamos um bocado lelés e comigo confirmou-se. A minha memória, que já não era grande coisa, foi pelo cano abaixo). // PARTE BOA: Não há.

- Fazer aquele teste da glicose. O horror. O drama. O vómito. // PARTE BOA: Foram só duas horas e picos.

Fotografias Crush

Assim de repente é disto que me lembro. E vocês, grávidas e ex-grávidas, o que me contam?

É a primeira vez que vamos a algum lado.

É mesmo. Vamos de férias na última semana de Agosto. Estou morta, morta por ir. Nunca pensei que estando quase dois anos sem trabalhar tivesse tanta vontade de ir de férias, mas parece que tenho ainda mais. Estas rotinas estão a dar comigo em doida, mesmo quando as quebro. Preciso de apanhar sol no trombil. Preciso de ouvir a Irene a rir sem que seja eu a fazê-la rir. Vai ser excelente. 

Mães mais passeadas (a fingir que não conheço a Joana Paixão Brás, porque apesar da experiência, no outro dia, até da mala se esqueceu em casa) o que tenho mesmo de levar? 

Vou para uma casa alugada em Sesimbra com piscina. Ajudem-me! Do que é que não me posso MESMO esquecer?






Nota: Foi a Joana Paixão Brás que nos tirou estas fotografias. ;)

Foi o primeiro dói-dói a sério.

Só de pensar nisso fico toda contraída como se tivesse dores de barriga e tivesse de conter qualquer coisa. Foi horrível

Estavámos na casa da Avó Sílvia, ela andava nua a correr para trás e para frente: da casa dos vizinhos onde tinha feito xixi no chão para a relva onde andava o cão Douro louco à procura da bola. 

Calma, estava nua porque tinha ido à piscina e tirei a fralda para secar ao ar. Não é meu hábito que ela ande nua, especialmente na casa dos outros. ;)

Tropeçou em nada e caiu de joelhos no cimento. 

Doeu. Doeu imenso. Foi mesmo aquele esfoladinho típico da mini gravilha. Ela disse: "Dói-dói!!! dói-dói!!". E claro, depois: "maminha!". Acalmou-se. Com os nervos até dei de mamar em frente ao meu irmão Pedro e ao meu Padrasto. Não costumamos ter esse tipo de à vontade. Quer dizer, o meu irmão, anda tranquilamente de tronco nú, mas eu não. Vá se lá saber porquê. 



A minha mãe desinfectou-a com betadine e pôs uma espécie de compressa de tecido não tecido por cima, folgada, com um pouco de fita-cola específica para isso. Assim desinfectou e ficou protegido, apesar de não ter nada por cima. 

Têm conselhos para tratar melhor de dói-dóis?

Claro que, depois, em casa, tive de lhe dar banho e tive de proteger de se roçar nos lençóis e lá dei uso aos pensos do Ikea que comprei há uns tempos. Nem reparou nele, mas também já estava podre. Jardim de manhã e dar comida aos patos e piscina à tarde... 

É o primeiro a sério de muitos, já sei. E espero que cada vez me vá custando menos, mas tenho o feeling de que não. Somos mães, não é? Por muito que digam em artigos como este do Observador de que esfolar os joelhos é bom sinal, não é uma coisa que eu vá gostar de ver a acontecer.

Já passou. 

Ah. Para mim, um dói-dói a sério é ver sangue, mas claro que ela já deu bons/maus tralhos.