4.18.2015

Não têm vergonha de ir à praia?

Espero mesmo que não. Espero que uma coisa tão pouco importante vos retire a vontade de fazer algo que, além de vos fazer bem, faz bem a toda a família. Nada nos devia limitar a nossa liberdade, muito menos macaquinhos da nossa cabeça. Borrifem-se para isso! 

Lembrei-me de falar sobre isto porque vi este artigo há uns tempos. 

“Tenho estrias e uso biquíni. Tenho uma barriga que é permanentemente flácida de ter gestado três bebês e eu uso um biquíni. Meu umbigo é flácido... (que é algo que eu nem sabia que era possível antes!!) e eu uso um biquíni. Eu uso um biquíni, porque eu estou orgulhosa deste corpo e de cada marca nele. Essas marcas provam que eu fui abençoada o suficiente de carregar meus filhos e que a barriga flácida significa que eu trabalhei duro para perder o peso que eu podia. Eu uso um biquíni porque o único homem cuja opinião importa sabe pelo que eu passei para estar assim. Esse mesmo homem diz que nunca viu nada mais sexy do que o meu corpo, com marcas e tudo. Elas não são cicatrizes, moças, são estrias e você as ganhou. Ostente esse corpo com orgulho! #HollisHoliday”



Acho isto tão importante e tão bonito. Há mães que não vão à praia por terem vergonha das suas estrias de maternidade, do que o corpo conta que aconteceu, de como nasceu o amor da vida deles. Esta imagem, por muito "facebook" que possa ser, é mesmo o que eu sinto. 

E as estrias? Qual é, afinal, o nosso problema? A imperfeição é a única maneira de sermos perfeitamente humanas. Por que é que nos massacramos por sermos normais? 

Vi isto no buzzfeed (aqui) e decidi partilhar convosco. Está a haver uma nova moda pelo instagram: a de partilhar fotos de estrias com o hashtag #loveyourlines.














Somos miúdas. Somos mulheres. Somos mães. Somos esposas. Somos namoradas. Melhores amigas. irmãs. Colegas. Amigas. Somos tanta coisa... e vamos deixar que umas linhas nos definam para pior? Somos nós. 

Somos uma folha pautada, cheia de linhas. E então? 

Fico à espera de um convite para escrever para a Maria Capaz. Ahah.


Debaixo das saias do pai

Há uma coisa que me tranquiliza. O facto de saber que se eu for desta para melhor, a minha filha vai ser educada pelo melhor dos pais. O pai da minha filha é essa pessoa. O melhor pai do mundo. Tem defeitos, como qualquer pessoa. Por acaso agora não me lembro de nenhum. Ah! É destrambelhado, como eu. E rezingão, durante a noite.
O pai da minha filha sabe fazer tudo: dar-lhe banho, fazer-lhe o jantar, adormecê-la, trocar-lhe fraldas, brincar com ela, fazê-la rir, conversar com ela, dar-lhe beijos, abraços. O pai da minha filha fala dela quando ela não está. O pai da minha filha preocupa-se com o futuro dela e quer educá-la para ser uma adulta trabalhadora, confiante e feliz. O pai da minha filha mete a cabeça dentro de água na hora do banho para a ver rir às gargalhadas. O pai da minha filha faz cucu de manhã com os lençóis, fingindo não ter sono. O pai da minha filha vai pô-la à escola e vai buscá-la e trata dela tão bem quanto eu. O pai da minha filha canta-lhe e inventa histórias parvas para a distrair do choro na hora de mudar a fralda. O pai da minha filha corre atrás dela para um ataque de cócegas. O pai da minha filha é um pai babado, presente, que delira quando ela chama por ele. 
Quando ele chega a casa e pousa as chaves, ela sabe logo que é o pai. Estica os braços assim que o vê e sorri-lhe com os dentinhos todos. Às vezes chama-lhe mamã. E não falha muito. O pai da minha filha é mamã. E ela gosta de ficar debaixo das saias do pai.