12.01.2014

Glossário de roupas betas

Não é novidade nenhuma que as roupas betas para criança estão na moda.
Eu confesso: adoro ver a Isabel de folhinhos, rendinhas, meias até ao joelho, laçarotes, mas atenção, convém serem usados de forma comedida, o que às vezes é difícil. Apetece enchê-las de folharecos e frufrus e elas às vezes ficam a parecer um embrulho de Natal, com laços maiores que as cabeças, pobrezinhas.

Mas, regra geral, gosto, dá um bom ar, acho que os miúdos ficam com um ar querido. Gosto pouco de ver os miúdos de fatos de treino do Mickey e de ver as miúdas de 3 anos com casacos leopardo, blusas com brilhantes e saltos altos. Acho que há tempo para tudo e enquanto eles não nos pedirem essas bonecadas e enquanto elas não quiserem parecer stripers é usar e abusar de roupinhas clássicas, românticas e fofinhas.

Mas vamos lá ver se nos entendemos. Dá para pararem de inventar nomes para as roupas betas? (pronto, vão-me responder que já existem há séculos e que ninguém está a inventar nada. Mas não dá para simplicar?)

"Ora a baby M. (ainda não percebi por que razão, mas as mães betas referem-se aos bebés betos só com uma letra. Pensando bem, deve ser para abreviar o nome completo Maria do Carmo de Santa Isabel Arriaga Almeida e Pires de Sousa) tem vestido um chambre de cambraia com gola de renda rosa e uns bloomers em bombazine com pintas cinzentas e folho na parte de trás." 
Oi???

"O baby A. tem um fofo em piquet com uma golinha debruada a azul."  
Tem o quê?!
Para as grávidas, para os pais e para as pseudo-betas - que é o meu caso - cá está o glossário das roupas pipis. Escusam de me agradecer.

Carneiras
Não se exaltem, não vos estou a chamar nomes. São mesmo uns sapatinhos betos com uma palas de franjinhas. (A Isabel tem umas, óbvio.)
Pé de Pato
Chambre 
No fundo, no fundo é uma camisa, normalmente de golinha (corrijam-me mães betas mais experientes, please!)
Ma Petite Pricesse
Cueiro
Peça que se usa nos primeiros tempos do bebé. Vestido comprido, até aos pés, muito fácil de vestir, porque, normalmente, tem abertura atrás.
Bloomers
Se pensarmos bem, podiam chamar-se simplesmente calções, mas para quê facilitar? Ou ceroulas, mas isso não seria um nome nada chique.
Ma Petite Princesse
Fofo 
A primeira vez que ouvimos o pai da criança a usar este termo correctamente é toda uma emoção.
Ora um fofo é um macacão a acabar no rabo, ou melhor, um vestido que fecha nas pernas, fazendo normalmente um efeito balão.
Tilly
Golas 
"Que fácil, isso toda a gente sabe, são as golas altas, para o inverno". Não, não são, caros ignorantes de roupa infantil beta. São aquelas golas de meio metro com debruados e rendas ou folhos, tudo à volta dos pescocinhos das crianças. Quando maiores, melhor. 
Maria Gorda












Qualquer semelhança com esta é pura coincidência:

 

Piquet (ou piqué)
Não confundir com piquete - c'horror! - nem com o giraço do (Gerard) Piqué. 
É um tecido que mistura algodão e poliéster com umas "microcovinhas" em forma de losango. Cá está um cueiro (ó p'ra vocês a usarem já a nomenclatura beta) em piquet:
Coobie
Tapa-fraldas
Simplifiquemos, são umas cuecas. Mas umas cuecas especiais, com folhinho, com laçarote, com frufrus. Pode usar-se por cima de um body e ficam a ver-se os refegos todos das perninhas que é uma maravilha. Se a um tapa-fraldas juntarem umas meias até ao joelho com laçarotes ou pompons, os vossos filhos ficam uns betos de primeira. E talvez rapem algum frio, mas isso é acessório.
Wedoble
[a Isabel tem um igualzinho e fica um amor]

Touca
Não, não é a touca para a piscina. É um gorro betinho, que eu adoro:
Patachoka
Mas se formos a ver bem, o que é que nos faz lembrar? As toucas dos amish!


Faltou-me alguma peça must-have (decorem esta expressão porque têm de a usar SEMPRE)?
Falta algo para completar estes kits (apontem esta, que também é imprescindível) neste glossário de roupas betas?


11.30.2014

Dois pais ou duas mães

Sou a favor da família. Da família tradicional, da família monoparental, da família homossexual, da família às bolinhas amarelas. Desde que trate bem as crianças, lhes dê amor, carinho e educação, a mim não me interessa que tipo de família é.

É por isso que não posso deixar de defender a co-adopção por casais do mesmo sexo. Defendê-la-ei com unhas e dentes se for preciso! E tenho argumentos, também:

1. Para crescer feliz e equilibrada uma criança tem de ser amada, acarinhada, mas também educada. Deve ser livre mas também deve ter regras e limites (aliás para as crianças a ordem deveria ser mesmo ao contrário). Isto tudo independentemente de quem habita com ela. Seja um pai e uma mãe, só uma mãe ou um pai, um avô, uma tia, dois pais ou duas mães.

2. É 569735 vezes preferível que uma criança seja desejada e tudo o que referi no ponto anterior e ter uma família menos normal a ter uma família normal que a maltrata ou negligencia, física ou psicologicamente. Que a rebaixe e que não lhe dê valor. Que abuse dela fisicamente. Que abuse dela psicologicamente. "Ah mas a criança tem um pai e uma mãe, isso é que é importante." Isso é BS (Bull Shit).

3. Os miúdos gozam com tudo. Se tem óculos, se é gordo, se os pais são separados, se chora, se não consegue fazer o triplo mortal encarpado de costas, etc. O facto de ter pais homossexuais é apenas mais um tema de gozo. Todas as crianças que são gozadas sofrem de uma maneira ou de outra. Cabe à família relativizar o gozo e ajudar a sua criança a ultrapassar esse problema (se o for) e cabe aos pais das outras crianças não passarem para elas o preconceito que possam ter ou sentir.

4. O Dr. Mário Cordeiro concorda comigo. Pumba!


Por isso, haja respeito, amor, carinho, educação e disciplina, e as crianças podem crescer com quem lhes calhou na rifa! E a lei deve protegê-las, permitindo que ambos os pais ou ambas as mães sejam seus progenitores.

Qual é a idade certa para engravidar?

É quando se quer. :)


Comigo foi depois de reunir estes requisitos:


Ter a certeza de que o pai é o amor da minha vida

Ter a certeza de que o pai tem o que eu não tenho e que faz falta para educar e criar uma criança com amor

Saber que, juntos, temos possibilidades financeiras para a criar de acordo com os nossos padrões

Existirem "os nossos" padrões e não "os meus e os teus"

Ter um momento menos aliciante na carreira, para ganhar coragem

Não precisar de ter um bebé para a vida ter emoção, mas querer

Estar a ver um programa qualquer manhoso na televisão e pensar "do que estou à espera?" e decidir tirar o anel. Aquele, não esse. Exacto.

Assim foi planeada e desejada a Irene. E os vossos?