Estou doente (nada de grave, don't worry) fui ao hospital de manhã e, quando voltei, ao estacionar na garagem, houve um momento tipo "The Walking Dead" em que me apareceu alguém com um ar super desesperado à frente do carro à pedir-me ajuda, ainda nem tinha puxado o travão de mão.
Era a minha vizinha do lado, mas que nem percebi na altura tal era o stress. Estava em pânico a dizer que a filha dela de dois anos tinha ficado fechada dentro do carro há uma hora e como a chave ficou dentro do carro, assim como o telemóvel, não tinha maneira de pedir ajuda.
A única pessoa a "chegar" a casa fui eu e que sorte: liguei para o 112 e aguardamos pela polícia e pelos bombeiros. Optámospor não partir o vidro do carro porque tínhamos receio de atingir a criança ou algo que não devêssemos. Tanto a mãe como a criança estavam em stress. Na prática, não havia nenhum motivo, a miúda não estava com falta de oxigénio, mas nem imagino como deverá ser angustiante esta situação: ter a filha do outro lado do vidro, sem lhe conseguir explicar que está tudo bem, sentir-se impotente e desamparada e compreensivelmente incapaz de se manter calma.
Acho que as consegui ajudar, dentro do possível. Disponibilizei-me para aspirar o carro e ainda fiz um bom trabalho de artes manuais no vidro ('tadinha da vizinha que não vai com ar sério a lado nenhum, não tenho fita-cola de gente crescida, o que querem?).
As haters vão pensar que é publicidade paga ao Continete, ahahah.
Esta táctica do carro se trancar sozinho quando a chave está lá dentro (ficando lá também o telemóvel), compensará assim tanto os contras? A favor é só não termos que carregar no botão de trancar o carro, é isso?
Dicas:
Ligar o 112 imediatamente.
No caso da criança ou o animal de estimação já mostrar sinais de não estar bem, a partir um vidro do carro, que seja o mais longe. E lembrar se a porta não está protegida com o fecho para crianças. Senão, tem que se partir os vidros das portas da frente.
Tentar (reparem que eu nunca conseguiria) mantermo-nos calmas durante o processo para que a criança não meça o pânico da situação pelo nosso desconforto.
Evitar vestir crianças com kispo na cadeirinha (ainda hoje fiz isso com a Irene para depois não apanhar chuva a vesti-la) porque com a temperatura, desidratação, o desconforto... aumenta substancialmente.
A Joana Paixão Brás disse que ia passar a andar com a chave numa fita ao pescoço, não sei se ajudou, mas temos de arranjar maneira de nos protegermos destas coisas, caramba.