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9.25.2018

Somos "muita" totós, não somos?

Se estivesse a ler este título, responderia com um: "fala por ti, ó!". 

Ok, eu falo, daí eu ter dito "somos", mas já reparei que somos imensas a ser totós nestas questões. Temos de parar!

Os nossos medos mais imbecis enquanto mães: 


- Que eles usem fraldas para sempre se não fizermos o desfralde a tempo.

Qual é a pressa? Vamos fingir que não há colégios simpáticos que obrigam as crianças ao desfralde antes dos x anos para poderem frequentá-lo para não terem que lidar com a logística de fraldas (uns trocadores, fraldas, toalhitas e um caixote de lixo, diria). 

- Que eles nunca cheguem a adormecer. 

Naqueles dias em que estamos mais cansadas e nervosas para os adormecer, a nossa cabeça reage como se o worst case cenário fosse eles ficarem acordados para sempre. Sabemos que isso é impossível, mas reagimos como se os putos pudessem ser uma espécie de coruja embalsamada. 


A minha miúda a mentalizar-se que ia comer tudo o que tinha pedido da lista n'A Oficina do Duque



- Que morram à fome. 

Ui! Eu chorava quando ela não mamava quando era bebé ou quando não queria comer a sopa ou o jantar. Esquecemo-nos que apesar de não enviarem e-mails, que são pessoas. E que podem ter menos ou mais apetite ou gostarem mais ou menos da comida. Reagimos como se, por não jantarem hoje ou não almoçarem que vão morrer à fome ou então que temos a confirmação - mais uma - de que somos as piores mães do mundo. 

- Que nunca mais acordem. 

Isto da "morte súbita" - que um dia ainda vamos descobrir que há causa e que o "súbito" é só porque ainda ninguém se conformou com uma explicação (eu agora além de ter um curso de medicina, ser doula, também sou visionária). A Irene, nos primeiros dois meses dormia 12 a 14 horas seguidas. Devia estar de ressaca do parto ou, então, sacana andava só a evitar-me. Eu achei que ela nunca iria acordar na vida, apesar de estar a respirar - ou lá o que é aquilo que os recém nascidos fazem que parece uma beat da pior música de David Guetta (que é separar o joio do joio, neste caso, mas pronto). 


- Que a febre nunca mais passe. 

Quando estão doentes, raramente conseguimos ter uma noção de que será sempre um estado temporário. Claro que é que difícil porque temos o coração nas mãos, mas... tudo vai passar (não é "tudo", porque vivo neste mundo, mas em princípio, sim!). 

- Que não aprendam a andar.

Como se dependesse de nós e dos nossos estímulos que um bebé aprenda a andar ou não. Claro que não estou a falar de cenários especiais, mas eu morria de pânico - achava tanto que não sabia ser mãe -  que não soubesse ensiná-la a andar, mas eles arranjam sempre maneira, sempre. São mais convincentes que um cão a fazer olhinhos para ficar com a febra (se não se der febras a cães, lamento, nunca tive bem um cão.


Temos de tentar separar a nossa totozisse da realidade. Temos de ser o nosso contraponto e pensar "porra, ó Hermínia, achas mesmo que ele pode chegar aos 40 anos de fralda? Vá, vai lá beber o sumo do miúdo às escondidas e acalma-te um bocadinho.