A Irene tem pai e avós, claro, mas no dia-a-dia, a logística de estar sozinha com ela é complicada. Também surgem muitas coisas positivas com o divórcio - senão não teria acontecido - mas há umas tantas que me têm esgotado muito também.
Nada parece horrível porque é ela. E porque somos nós, mas a verdade é que há dias em que a energia desaparece e em que tudo parece mais cinzento.
Fotografia Joana Hall. |
- ROTINA MATINAL
A ansiedade de manhã é maior. Sozinha tenho de me assegurar de tudo o que se passa ser feito com tempo e a horas. O pequeno-almoço tem de ser preparado, a miúda tem de estar arranjada e eu também me tenho de arranjar pelo meio. Já desisti de me maquilhar em casa, ligo a televisão enquanto tomo banho para me dar alguns segundos de descanso e ela toma o pequeno almoço no meu quarto para estar mais perto de mim e menos sozinha enquanto tomo banho. Claro que podia preparar o lanche no dia anterior (que inclui fazer um desenhinho para ela sorrir quando o for comer), mas raramente acontece.
- CHEGAR À ESCOLA
Sou eu quem a levo e comigo o desprendimento é smais complicado do que quando era com o pai a levá-la. No meio de tudo isto é já tarde e tenho horas para picar o ponto no trabalho, embora gostasse de ficar lá mais tempo a brincar com ela. Tive de desistir do ginásio de manhã porque levá-la uma hora mais cedo para estar uma hora no ginásio a treinar e ainda tomar banho à pressa para vir trabalhar não estava a resultar para nenhuma das duas.
- IR BUSCAR à ESCOLA
Não há cá "deixa ver se ele pode ir buscar hoje". Tenho de a ir buscar, quero ir buscar o mais cedo que puder, mas ser todos os dias a pessoa que tem essa obrigatoriedade, além de não ajudar nalguma flexibilidade no trabalho com tarefas e afins, é uma responsabilidade grandalhona.
- TAREFAS DA CASA
Ter que, naquela hora ou horas que temos com eles de, pelo meio, arrumar a loiça, tratar da roupa, preparar o jantar, dar banho, dar a comida, comer, lavar dentes, história...
- ADORMECER
Aquele ritual que, quanto mais cansadas estivermos, mais difícil é. Demora tanto meia hora como duas e, pelo caminho, a paciência vai diminuindo enquanto o sentimento de culpa aumenta. Temos de ser nós, não há outra hipótese.
E isto é quando nenhuma das duas está doente ou se tem de levar trabalho para casa ou...
Hoje estou muito cansada e tenho de pensar em "largar" rotinas antigas para incluir mudanças que me facilitem a vida, mas não consigo pedir mais nada à minha cabeça de momento.
Sinto-me feliz, grata, mas esgotada. Melhores dias virão em que não acordo a sentir que o meu corpo não parou de correr a noite toda...
Mães "sozinhas" têm truques?
❤
O meu instagram e o d'a Mãe é que sabe :)