É tentador interpretar os desenhos deles. Pelo menos para mim, além de ser tentador é extremamente interessante. Já quando era animadora de festas de aniversário para crianças, quando sugeria que todos desenhassem, ficava deliciada a observar o processo e também as mais variadas explicações que iam dando. Era nessa actividade que conseguia conhecer os miúdos e era a parte que mais me entusiasmava - a parte de andar a ouvir berros de um lado para o outro e de evitar que se partissem todos não era o que mais me agradava.
Além de ter uma amiga que teve alguma formação neste sentido e de já me ter sugerido algumas possíveis interpretações para desenhos da Irene - aconteceu naturalmente, não estive a submetê-los para diagnóstico, ahah - no outro dia, quando passei por uma livraria, encontrei um livro que me chamou a atenção: "A Arte Descobre a Criança" por Eurico Gonçalves (tive de ir ver quem é, mas é um artista com uma carreira muito admirável, caramba, respect!).
Após leitura do primeiro capítulo, quis partilhar algumas dicas que ele nos dá para receber melhor a arte dos nossos filhos.
1) Não elogiar em demasia nem mostrar decepção ou tristeza.
Ui. O que me farto de elogiar a Irene para tudo e mais alguma coisa. Já tinha lido sobre "os elogios" e como torná-los eficazes para ajudar a que se sinta mais segurança, mas confesso que me é difícil não reagir com espanto por estar mesmo espantada. Porém, faz sentido o que o autor diz. A criança é, neste contexto, um verdadeiro artista e "Se, por um lado, a criança sente tristeza perante a indiferença do adulto, por outro lado, acaba por se tornar insensível ao aplauso sistemático".
2) A criança esquece-se do que desenhou.
Não vale a pena (nem convém) perguntarmos-lhes o que desenharam e porquê (isto aquando das primeiras manifestações gráficas, quando são mais pequenos, claro). A melhor maneira de tentar perceber o que poderá estar a ser representado através de símbolos pelo pequeno artista será assistir ao processo, sem interferir. Observando e, muitas das vezes, ouvindo porque é habitual falarem durante o processo.
3) O tamanho dos objectos poderá representar maior relação/afectividade.
É frequente ou até expectável que nos primeiros desenhos não haja uma representação realista das pessoas, animais ou objectos. As crianças deixam transparecer ainda a perspectiva mais emocional da realidade.
4) É normal que expresse muitas vezes o mesmo tema.
Não vale a pena tentar motivar o artista para outros temas. A criança representará o que estiver a ser trabalhado na sua mente e enquanto esse trabalho não estiver finalizado. "A expressão é motivada pelo que mais a impressiona" e "o tema da criança é ela própria", pelo que se desenhar uma piscina durante meses... é perceber que terá tido impacto nela e que está a "resolver".
5) Cuidado com as perguntas.
Ui. Então eu que estou sempre numa de "dá valor ao que ela produz", tento envolver-me e certamente que sou guilty disto. Fazer as clássicas perguntas "Já pensaste no que vais pintar?", "O que pintaste? faz com que o fluxo normal, autêntico e catártico seja quebrado. Além do que, por ser tudo tão... "o que saiu" à criança, a resposta que ela nos dará será algo "do momento" em que perguntámos e por isso não tão cru como poderia ser o desenho, além de possivelmente parcialmente inibido por ter de traduzir para comunicação verbal e em confrontação directa. É suposto ser uma actividade espontânea: "... nas actividades espontâneas, como a pintura livre, o tema não é dado, nem imposto (...). Esses limites condicionariam a própria liberdade de expressão, sendo esta faculdade que importa estimular e desenvolver".
E aqui já entra algo que compreendo: dar espaço para que a criança desperte a sua criatividade. Sendo esta uma característica muito útil a muitos níveis, até a nível pessoal para saber enfrentar o dia-a-dia com outras soluções que vão além do imediato, expressando-se pessoalmente de forma que a faça mais feliz, etc.
E foi também por isto que me me fez sentido falar da 2ª edição do Concurso de Desenho da Tosta Rica da Cuetara em que o vencedor vai ter o seu desenho nas bolachas a sério ! What? Eu acho que me passaria com isto se fosse miúda. Aliás, mesmo agora! Vai haver um júri que claro que terá em conta a idade da criança quando olhar para o desenho, por isso se ainda só tiverem pequenos girinos aí em casa, não se preocupem que caso haja já miúdos a darem-lhe forte, têm hipóteses.
Mas, se não forem pessoas com muita fé nisto dos passatempos (eu não era quando participava nestas coisas), há prémios todos os dias. Também vão encontrar o melhor desenho do dia e, mesmo assim, já recebe o prémio espectacular que é ver o seu próprio desenho em bolachas. Uma lata de bolachas personalizado. Ahhhh!!! Quero participar! Não estou a gozar, só me vêm é palermices à cabeça hahah. Vá, seriedade.
No final do concurso (acaba dia 31 de Março) vai haver uma compilação num caderno com muitos dos desenhos recebidos e que irão ser distribuídos em hospitais, no serviço de pediatria no Dia da Criança. Para além de tudo o que já vos tinha falado da importância do desenho e das crianças quererem ser levadas a sério, ainda há uma vertente solidária... oh!! Falar sobre estas coisas assim dá gosto.
Estive a experimentar participar no passatempo (Schh, não façam essa cara, não era para fingir que era a Madalena de 2 anos, era só para ver se era realmente fácil) e... é só irem (as crianças) ao site e usar o rato para desenhar numa bolacha o que quiserem, depois de um simples log in.
Por isso, toca a ir ao site ou então descarregar a app e fazer esses desenhos lindos.
A Irene agora está louca com a colecção da Ladybug da Tosta Rica da Cuetara (estou zangada com todas as mães que esgotaram esse disfarce de Carnaval porque era o que ela queria) e vai toda vaidosa de vez em quando com as Tosta Rica na lancheira. Passa o dia inteiro a fingir que é a Ladybug ou o Adrien e depois tem bolachas com os desenhos deles. Claro que se passa! É o equivalente a eu ter um par de ténis para estrear diariamente, para aí - tenho de traduzir o entusiasmo da minha filha para ténis para perceber melhor o que ela poderá sentir, ahah. Ah e vocês sabem o jeitaço que dá estarem divididas em saquinhos para não termos que andar a pô-las em tupperwares ou a embrulhar em celofanes e afins para irem no lanche deles.
Por isso, toca a ir ao site ou então descarregar a app e fazer esses desenhos lindos.
A Irene agora está louca com a colecção da Ladybug da Tosta Rica da Cuetara (estou zangada com todas as mães que esgotaram esse disfarce de Carnaval porque era o que ela queria) e vai toda vaidosa de vez em quando com as Tosta Rica na lancheira. Passa o dia inteiro a fingir que é a Ladybug ou o Adrien e depois tem bolachas com os desenhos deles. Claro que se passa! É o equivalente a eu ter um par de ténis para estrear diariamente, para aí - tenho de traduzir o entusiasmo da minha filha para ténis para perceber melhor o que ela poderá sentir, ahah. Ah e vocês sabem o jeitaço que dá estarem divididas em saquinhos para não termos que andar a pô-las em tupperwares ou a embrulhar em celofanes e afins para irem no lanche deles.
Adorava saber que tinha sido algum dos vossos filhos a desenhar bolachas! Isso até deveria constar do currículo deles para sempre. :)
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