11.27.2017

Chorou que se fartou, mas recomendo o espectáculo.

Nunca pensei vir a escrever um post sobre um espectáculo onde tivesse ido com a Irene e onde ela tivesse chorado imenso no final. E, pior, recomendando que fossem.

Não que seja uma expert em espectáculos, mas já vi tanto os meus e de amigos com 14 pessoas, como o Cirque du Soleil em Las Vegas. Sinto que há aqui um espectro que poderá ser interessante para vos recomendar alguma coisa - tendo em conta os meus gostos, claro. Eu gosto de comer massa crua, por exemplo (até ter partido um dente), vale o que vale.

Fomos ao Bela e Monstro no Gelo no Alegro de Alfragide e gostei. Gostei por ser tudo tão diferente de alguma coisa que já tivesse visto. Nem na Disney me lembro de ter visto algo tão compostinho. A escala é diferente, bem sei, mas deixa-me feliz saber que há algo tão giro e bem feito, tão pertinho de nossa casa - ainda por cima. 

Eles cantam - e cantam bem - os fatos são fantásticos, a história está bem contada, patinam todos no gelo (há espaço ainda para uma coreografia fantástica de um patinador profissional que faz magia num pista tão pequena), ficamos envolvidos com as personagens, às vezes a acção muda de palco... 

Como a Irene tem três anos apenas, fui preparada para explicar a parte em que o Monstro é apunhalado pelo marido prometido da Bela. Expliquei que tinha sido um susto e que o Monstro estava a recuperar. Quando apareceu em modo príncipe, disse-lhe que o Monstro tinha ido ao cabeleireiro e que, agora, com o pêlo cortadinho a Bela já não tinha nenhum medo dele. 

E foi aqui. No fim. No fim que a Irene desatou a chorar. Chorou. Chorou porque queria que o Monstro ficasse Monstro para sempre. Com algum cansaço acumulado do dia (fomos à sessão das 18h), também se tornou mais difícil que não entrasse em loop, mas é curiosa a reacção.



A Irene não queria que o Monstro deixasse de ser Monstro. 

Giro. Ou foi porque gostou do Monstro e assim o "Monstro" foi embora com tudo o que representava para ela - hoje em dia há muitos livros e desenhos animados que fazem com que os monstros não metam medo. 

Outra interpretação - com psicologia em cima - terá que ver com a tendência com que todos tempos para catalogar coisas. O Monstro para ela poderia ter a representação do mal e o mal transformando-se em bem implica um raciocínio bem mais complexo do que uma mera separação ou até uma mera dicotomia da realidade: bom e mau, benfica e sporting, direita e esquerda...  

Assim que houve oportunidade foi-lhe explicado novamente - como já vos tinha dito aqui que faz parte dos meus planos - que o bom e o mau fazem parte da mesma pessoa. Que todos somos tudo. Que não há Irene má, há a Irene. Que a mãe, quando parece má, continua a ser a mãe que ela adora. 

Que as pessoas que parecem só más também têm coisas boas, que as pessoas que parecem só boas também têm coisas más. Que nem é tudo estanque. Que nem tudo é comentável rapidamente num blog cuspindo a sensação mais imediata que se tenha no coração por dor ou cansaço. 

Somos tudo. 




A história da Bela e do Monstro com tudo o que as histórias de princesas têm de bom e de mau (lá está), ajudou a dar e a materializar um óptimo exemplo para ensinamento da Irene. É para isso que somos uma equipa, certo? :) Para ir ensinando, descondificando...

Recomendo o espectáculo. Vivamente. Gostámos muito de ir. :) Agora brincamos muito à peça, a fingir que patinamos. 



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Não sei cozinhar.

Não sei. E acho que saber me iria fazer mais feliz.

Aquilo que cozinho nem costuma sair mal, é o chamado "come-se", tirando os "hambúrgueres da selva" que uma vez fiz para a Irene e que faz com que sempre que me oiça a fritar algo pergunte: "

Irene: Não são os hamburgueres da selva, pois não?

Eu: Não, filha, não são...  - por dentro, rio-me enquanto me cai uma lagriminha de tristeza.

Coitada da miúda. 

Por achar que não sei cozinhar, raramente lhe consigo dar comida com mais de um dia. Se aquilo já não me parece ter bom aspecto quando termino - raio de insegurança - quanto mais ainda com uns dias de atraso...? Não estou a dizer que a deite fora, mas que me custa, custa. 

Não cresci a ver alguém a cozinhar. A minha mãe dirá que terei recusado imensos convites para aprender, mas agora sinto que tudo seria melhor se tivesse sido envolvida enquanto se cozinhava. Ainda hoje, como é dia de cozinhar, já estava a pensar em actividades para a Irene enquanto ia cozinhar e rapidamente me apercebi que a vou envolver. 

Não quero que ela chegue aos 25 anos e não saiba fazer uma sopa. E não quero que vá pedir a um dos seus melhores amigos para ensinar e que, muito menos, diminua o valor que tem de si mesma por não ter sabido fazer uma coisa tão simples. 

Por isso, hoje, Irene, vais ver a mãe a tentar fazer o melhor frango de sempre. Também não sabe cortar um frango, mas há de haver um vídeo no youtube a explicar e ensinar-te-ei estas coisinhas enquanto não me puderes dizer que não. Ou, quem sabe, apanhas o gosto de pequenina e cozinharmos juntas passará a ser uma coisa só nossa.




Melhor ainda: cozinharás para mim enquanto estou na sala a ver a This is Us. 

Já agora, os hambúrgueres da selva foi uma vez em que decidi inovar na cozinha e juntar banana e côco aos hambúrgueres. Não foi um jantar feliz e, seis meses depois, ainda nos lembramos disso, ahah. 



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A minha vida mudou e vai mudar na próxima semana mais ainda

Ninguém perguntou, mas faz'conta. Ora então comecei a trabalhar na 3a feira e correu muito bem.

Fim do post.

Então eu era lá menina para deixar isto assim. 

Na 3a feira comecei a trabalhar, pela primeira vez, num trabalho que não é a televisão. Coincidentemente no dia mundial da televisão. Estou numa agência de comunicação.

O friozinho na barriga, o não chegar tarde, o receber as pastas e as dicas, o começar a conhecer os clientes e a ter noção dos procedimentos e das regras da empresa, o aprender coisas novas, programas novos e tentar decorar os nomes dos colegas e os cargos, tudo ao mesmo tempo... Já não me lembrava de como isto se fazia e trouxe-me à memória uma vez, noutro trabalho, em que ouvi, alto e bom som, "quem é esta?". Desta vez, "esta" foi muito bem recebida e tudo começou da melhor forma. Mesmo com tantas novidades. Mesmo com comboios e metros por apanhar, casas para tentar arrendar, creches por procurar,  consegui focar-me e dar o meu melhor. Melhor serei quando tudo fluir, quando já souber fazer (quase) tudo e quando tudo me sair com mais naturalidade.

Sempre gostei de reinícios. Nesta coisa dos primeiros dias, nunca fui de fugir. Se calhar também sempre tive a sorte de ter colegas pacientes, que dão a mão e que explicam tudo tintim por tintim (Betinha, agora tive saudades tuas e das tuas explicações sobre o Arquivo). Facilita muito.

Está a fazer-me muito bem voltar a trabalhar. Não que estar em casa não me desse água pela barba, não que estar mais tempo com as minhas miúdas não me fizesse o sangue correr pelo corpo, quente, cheio de vida. Não que a minha vida não me desse alegrias. Mas, algures entre ir levar e ir buscar as miúdas, passava muito tempo sozinha {e isso não me dava prazer}. Precisava de pessoas, de ouvir umas larachas, de me sentir (ainda) mais útil {atenção que nunca duvidei do quão útil era para as minhas filhas e nunca me esquecerei do quão enriquecedor foi poder acompanhar este ano e meio delas mais ao pormenor, um autêntico privilégio que não trocava por nada!}, de aprender e de ter alguns desafios, de ganhar autonomia e até de (voltar a? recomeçar a?) construir uma carreira.

Esta semana e a próxima são atípicas. É a minha mãe quem me está a fazer a retaguarda, a ir por e a ir buscar, a dar banhos e dar refeições. ❤️Meu amor.

A partir de Dezembro, vamos mudar-nos para Lisboa. Não estava à espera de ser tudo tão rápido mas tudo se está a compor para voltar a ter as minhas filhotas mais perto de mim e do David.

Casa nova, creche nova, vida nova. Sem grandes angústias, tudo se vai compor,  e 2018 vai ser um ano do caraças!






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