2.23.2016

Coisas que uma mãe feliz faz.

Já estive do outro lado, do lado infeliz, do lado cansado... ao mesmo tempo que, por uns minutos, tinha laivos do lado feliz da maternidade. Esta mudança deveu-se muito a dormir melhor (já vos falei disso aqui e aqui), mas também a tratar da minha ansiedade (aqui) e a voltar a trabalhar (aqui). 

Já chega de links, caramba. 

Mais fotos aqui


Coisas que noto em mim, agora que está tudo mais calmo: 
(não sei quanto tempo durará, mas sei que não será assim sempre e para sempre)

  • Quando a Irene me chama de manhã para acordar, vou cheia de vontade de a ver e entro no quarto com alegria e a brincar com ela e cheia de vontade de a mimar. - Dantes entrava triste, cabisbaixa, sem lhe passar alegria nenhuma por estar tão cansada e até zangada por ter sido acordada. 
  • Consigo arranjar estratégias mais criativas para contornar problemas temperamentais. Dantes, assim que ela me dissesse que não queria trocar a fralda (assim que acorda), ficava logo enervada. Agora, brinco e lá se muda a fralda até de uma maneira divertida. 
  • Tenho mais vontade de a integrar nas minhas tarefas. Em vez de a privar de ver a mãe a cozinhar (como se  eu cozinhasse) ou a maquilhar-se, tenho vontade de lhe mostrar o que são batons, as cores, etc. Dantes ela ficaria excluída e dir-lhe-ia só "isto é dos crescidos". 
  • Preparo-lhe os lanchinhos (e para mim também). Ontem lavei e cortei os morangos todos para, sempre que ela quiser, ser só servir. 
  • Presto mais atenção aos detalhes dela. Às vezes ela anda com as unhas mais tortas ou com o cabelo menos penteado ou, quando vamos à rua, visto-lhe a primeira coisa que me aparece à frente. Agora, até as unhas limei, tive finalmente paciência para inventar uma brincadeira para lhe conseguir secar o cabelo, ponho-lhe creminho da cara na cara, faço-lhe massagens nos pés depois do banho e escolho com imenso gosto e carinho a roupa que ela vai usar (se depois resulta, isso é outra coisa). 
  • Menos ipad e mais livros. Estou mais disponível para lhe dar de comer e para lhe contar histórias e ler coisas que impliquem paciência e não a despacho para o ipad. 
  • Mais dança! Mais vontade de por música a tocar, inventar coreografias, mais actividade física. 
  • Mais gosto em adormecê-la. Adormecê-la deixou de ser uma tortura e passou a ser um momento maravilhoso em que contemplo e saboreio e depois sinto um prazer enorme em que ela se "entregue ao sono" por se sentir protegida pela mãe que está ali ao lado dela. 
  • Mais carinho físico. Acaricio-a mais vezes, dou-lhe mais mimos, olho mais para ela, sorrimos mais juntas. Há mais silêncio. 
  • Maior vontade de fazer planos diferentes. Principalmente agora que o tempo não tem estado grande espingarda, apetece-me ensiná-la a descascar a banana para os bolos, a mexer nos ovos cozidos, a experimentar aulas de natação (ainda tenho de ir ver disto).
  • Vejo-a mais como ela é e o crescimento dela. O tempo abranda um bocadinho e consigo vê-la a crescer, que qualidades tem, como será a personalidade dela...
Isto tudo para vos dizer: se tiverem algo que vos esteja a impedir de serem felizes, resolvam! Ajam! Cada dia que passa é mais um que poderia ter sido muito mais fabuloso. E o bom disto é que, assim que descubramos como é bom quando as coisas correm assim, não queremos outra coisa e facilmente voltamos ao nosso equilíbrio. 

Assim, sim! ;)

2.22.2016

Vamos viver para o campo!


É esta a paisagem que vemos, quando abrimos a porta. Em cada fresta da janela, verde, natureza. O Pipo e o Sunny correm lá fora. A Isabel adora acordar ali. E é ali que vamos estar nos próximos meses. Não sabemos quantos, nem isso agora interessa. É ir vivendo, ao sabor dos dias. Assim, de pijama com sandálias e casacos, a aproveitar todos os momentos. "Rua" é a palavra que a Isabel mais pronuncia naquela casa. E vai ser isso mesmo, filha. Rua! Rua, erva, flores, passarinhos. Galochas, poças, terra, joaninhas. Tudo nosso, para exploramos, com tempo, devagarinho. Tão devagarinho que vou jurar que vejo o teu cabelo crescer, milímetro a milímetro.
 
Eu volto a casa. À família, aos mimos da minha mãe, a poucos quilómetros da avó Rosel, dos meus tios e primos. Volto a uma calma que me apaziguava quando conseguia respirar aquele ar, nas poucas horas do fim-de-semana. É o fim do choro no carro durante uma hora quando apanhávamos trânsito, depois da creche. É o fim de tantas horas separadas. Vou busca-la mais cedo e ainda vamos ter um dia pela frente para fazer pinturas, para apanhar as pedrinhas do chão. É liberdade. É família e ajuda. Sinto que estou a regressar a casa. Sinto que estou a regressar a mim. 
 
Está quase.

Eles são tãooo queridos (e não falo dos bebés)

Opá, o que me derreti com isto que aconteceu...

Veio a Bububox que já vos falámos aqui no blog (e que ambas adoramos o conceito) e, na caixa, veio um pacote de massa orgânica em forma de animais. Costumamos usar massinhas das estrelinhas e das letrinhas, mas a Irene foi ao rubro com estas massas, por terem tartarugas e leões e girafas.

Pedi ao pai para ir cozendo a massa enquanto íamos a caminho de casa da aula de música e ele lá fez. Quando lá cheguei ele olhou para mim com um ar triste e disse: 

- olha, não sei se isto da massa é  boa ideia...
- então, amor? 
- ela vai ver que são animais e há alguns que ficaram maltratados... há girafas sem cabeça, ursos sem corpo...
- awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww

Eles podem não se preocupar com as mesmas coisas que nós ou até parecer que não se preocupam com grande coisa, mas esta preocupação é maravilhosa, não é? AMOROSO!!! Dá-me vontade de lhe apertar as bochechas. 

Acho que a massa ainda não se vende cá em Portugal, mas há de se vender!