11.04.2015

Coisas que só nós (mães) sabemos.

Nada contra as miúdas que conseguem perfeitamente sacar daqueles calções que mostram metade do rabo sem terem nem frio nem um buraquinho que seja de celulite. Nada contra, mas podiam ir todas parar debaixo de um camião da Luís Simões. Brincadeira. Não há cá ressabiamentos e essa é a primeira coisa que só nós, mães, sabemos. 



Não há tempo para mesquinhices.

O quê? Aquela colega do trabalho disse que o outro afinal tinha comentado que tínhamos saído mais cedo, mas ela própria chegou 1 hora mais tarde e tem "consultas" toda as sextas à tarde? Who cares. Tenho vida pessoal, tenho família, não preciso de coisas que não têm valor para ocupar o meu tempo. 



Afinal, o tempo dá para tudo.

Só nós sabemos o quanto o tempo estica. 24 horas dão para muito. Conseguimos trabalhar, abraçar de uma maneira como só as mães abraçam os filhos, tratar de coisas da casa, quase dormir e, mesmo assim, no dia seguinte, saímos de casa como "se não se tivesse passado nada" e aparentemente flawless.



Chorar ajuda.

Já não é um drama enorme termos vontade de chorar. É um direito. Temos e devemos que chorar. Estamos cansadas, temos saudades, estamos felizes, estamos histéricas, estamos eléctricas, estamos apaixonadas, estamos esperançosas, estamos grávidas outra vez... Chorar é bom e já todas sabemos disso. 



Respeitamos mais outras mães.

Finalmente percebemos o quão stressante é termos de desempenhar tantos papéis na nossa vida, agora que somos mães. Sabemos lá se a mãe do outro departamento tem o filho doente ou, se calhar, se nem conseguiu vê-lo ontem por trabalhar tanto? Todas as mães têm direito a ter um bocadinho de mau feitio.



Ser imperfeita é perfeito.

Já conseguimos entender que não somos capazes de tirar 20 a tudo. Há sempre algo que não vai correr como queríamos, há sempre horários que vão sair furados, dias que não correm bem, dias que parecem mais curtos. Ser mãe é saber priorizar. E sabemos perfeitamente o que está no topo da pirâmide. Além de que faz bem não passar a pressão do perfeccionismo para eles.  Faz-se melhor ainda para a próxima. Amor é que não falta de certeza.



Temos uma cabeça incrível.

Antes de sermos mães já tínhamos reparado que temos uma capacidade grande para empilhar tarefas, agora ainda mais. O malabarismo que esta nova profissão pede é extremamente exigente e nós conseguimos fazê-lo. Nunca aproveitámos tanto do nosso cérebro. Também conseguimos fazê-lo por termos o coração tão  bem preenchido, certo? 



Dormir é sobrevalorizado.

Dormir 12 horas seguidas a um domingo? Isso acontecia? Se rezamos para que eles comecem a sair da cama sozinhos, aprendam a fazer o seu próprio pequeno almoço e ponham no Panda sozinhos? Sim. A verdade é que, mesmo privadas de sono, conseguimos sobreviver, trabalhar, amar e chegar a casa e, ao final do dia, sentimo-nos super-mulheres. E, até aproveitamos melhor as poucas horas que dormimos para DORMIR a sério.



Somos mais bonitas agora.

Verdade. Somos mulheres completas, ocupadas, com rumo e resolvidas. Até nós nos casaríamos connosco.


Somos as maiores! E quanto às miúdas dos calções, hão de cá chegar (e são muito bem-vindas) e vestir esses calções aos vossos bebés quando tiverem 3 meses, que é esse o tamanho deles. 



11.03.2015

Para ti, barriga.

Olá, sua coisa.

Nunca te prestei muita atenção. Aliás, passei a minha vida toda a tentar não te prestar atenção, mas prestando. Sempre estiveste aí, sempre estiveste demasiado para fora. Nunca foste lisinha como as das outras. Quando era pequenina achava que era porque tinha tentado arrotar de propósito muitas vezes e, por isso, tinha muito ar preso... Com o tempo fui-me apercebendo que afinal era só muito parva e que não seria disso de certeza. 

Mesmo em pequena, quando comprei o meu primeiro biquini (que me lembre) na Naf-Naf da Figueira da Foz, tinha imensos complexos e estava sempre a tentar encolher-te 

Depois passei por uma fase que achava que se andasse sempre contigo enconhida que passava a ter abdominais, mas não. 

Cheguei a dormir com um cinto a apertar-te para me obrigar de te encolher. 

Desisti. Mesmo com natação, mesmo com ginásio, às vezes com dietas, nunca consegui ter-te como queria ter (deve ser impossível para o meu corpo). 

Comecei a comprar só roupa larga para não mostrar que o meu corpo se assemelha a uma vela a derreter. 

Engravidei. Com muitos menos problemas que algumas mulheres quando se preocupam que vão perder a forma. Não, eu não perderia a forma, a forma de pomar. 

Agora estou igual a antes. Disforme com forma. Uso t-shirts largas. 

Tu foste uma casa. A casa de um bebé. "Tu moraste cá dentro, Irene". 

E, pela primeira vez, barriga... estás a ouvir? Pela primeira vez... não te odeio. A minha filhota até teve mais espaço para dar a volta. 

Agora que sou mãe, tu (barriga) és só isso. "Isso" e a ex casa da melhor coisa do mundo.

Gosto de ti, barriga. 

Há um teste horrível que as grávidas têm de fazer!

Quer dizer, até há dois. Lembrei-me agora daquele teste da glicose que em que é mais difícil aguentar o vómito do que depois de um casamento bem regado. Tem de se engolir a pior mistela de sempre. Laranja ou limão? Limão, pensei eu, para não ser tão enjoativo. Hã hã. A sério que não encontraram ainda outra alternativa àquele teste? Acho que as grávidas só aguentam aquela nojeira cá dentro com medo de terem de repetir o teste.

Vamos a outro teste que me deixa lindas recordações (not).
No final da gravidez, temos de enfiar - enfiam-nos - um cotonete no pipi. E no rabiosque. 

"Uauuuu, grande coisa se depois vai passar o equivalente a um camião TIR de cotonetes pelo mesmo sítio no parto."

Não, mas a sério. Raios para o Estreptococus B. Aquela porcaria do teste é supostamente indolor, mas magoaram-me para caraças. Só para terem uma ideia, custou-me mais o teste do cotonete do que todos os toques na altura do parto. Não sei se apanhei uma enfermeira a dar para o brutamontes se o que foi, mas até chorei. Fiquei com aquela zona dorida durante não sei quantas horas.

Mais alguém com esta experiência? Ou foi tudo pacífico e eu tive azar (espero bem que sim)?

Para saberem mais sobre a necessidade deste teste: aqui.