1.26.2015

Olhá magra!

Quando vejo uma recém-mamã magra com um bebé de meses ao colo, começo logo a perguntar-me se não será a irmã mais velha ou uma babysitter. Como é possível tanta força de vontade?
Sim, sim, esta sou eu, nem percebo a dúvida...
Aquela história de perder peso estando a amamentar comigo não colou. Primeiro, porque no primeiro mês só sentia fome e fazia lanchinhos a tudo o que era hora. E bolachinhas durante a noite. E torradinhas. E tostas. No terceiro mês, já estava a recuperar o peso quase todo que tinha perdido na maternidade.
A sério que vocês, magras, não tinham vontade de devorar tudo o que apanhassem pela frente? Mas quê, estavam tão exaustas que adormeciam a comer, era isso?

Começar a trabalhar afastou-me da minha filhota, mas, graças a Deus, também me afastou da despensa (não tenho despensa, mas tenho comida). Afastou-me também da comidinha que a minha avó fazia, do arroz doce e dos chocolates. Sim, eu comia chocolate a amamentar porque fiz o teste e a filha não tinha mais cólicas à conta disso (dei-me ao trabalho de testar isto, já estão a ver o quão gulosa sou). Deu-me horários (que para perder peso é fundamental) e voltei a ter regras. A levar lanchinhos saudáveis (como cenouras, queijo Vaca que Ri light, nozes, goji e alpista, como lhe chamava) para ir picando entre refeições e nunca me dar fome ao ponto de querer devorar um hambúrguer com batatas fritas. E cogumelos. E molho para o pão. E... tenho de parar com isto!!!

Inscrevi-me na ginástica pós-parto e lá me disseram que era normal ganhar peso nestes meses em casa. Ufa, não estava sozinha. O facto de me agarrar aos pacotes de bolacha confortou-me mas não me ajudou nadinha no que à perda do peso diz respeito.
Só lá para o sexto mês é comecei a levar isto a sério. Queria perder os quilos que faltavam e, já agora, mais uns quantos e perder alguma massa gorda e a gordura visceral (que é perigosa!). E, mais importante de tudo, tentar ter uma boa alimentação porque quero conseguir dar o exemplo à minha filha. Como lhe incuto um estilo de vida saudável se lhe peço para fazer o que eu digo e não para fazer o que eu faço?

Nutricionista comigo, plano feito e, claro, nada de loucuras de fechar a boca porque queria continuar a amamentar. E porque não acredito em dietas parvas. Ganha-se o peso que se perdeu todo num instantinho e ainda mais algum. Falo com conhecimento de causa e até tenho vergonha de explicar por que é que até hoje não consigo comer maçãs... Vá, eu conto: já fiz - o mais grave é que foi já na idade adulta - a dieta das maçãs em que só podia comer, isso... maçãs. Vá, já tenho as orelhas quentes, parem lá de me chamar parva.

O meu plano desta vez era perder dois kgs por mês, nos dois primeiros meses, e depois um por mês, até chegar ao peso pretendido. Assim foi. Juro: não custou nada. Desde que comam (o truque é não passar fome), é possível! Têm é de comer coisas saudáveis e tentar ir cortando nalgumas coisas. Por exemplo, no meu plano, ao jantar, começava por um grande prato de sopa. Peixe ou carne grelhada com salada. Nada de hidratos de carbono à noite. Não é difícil, garanto! É tudo uma questão de hábito.

Agora, há nutricionistas que se opõem ao "estrago da semana". A minha não e fiz os tais estragos porque para mim era importante comer um docinho uma vez por semana e nada disso afectou a perda de peso. 

Claro que ainda há muito a fazer: desporto. Fundamental. Mas calma, magras, não me peçam tudo, isto tem de ir devagarinho. Pus-me a fazer o Treino Focus T25 em frente à Tv, adorei e aconselho, mas não tenho a força e a determinação para o exercício físico como tenho para fechar a boca.
Mas vou ter. Ai vou, vou. Que este corpo feito de gelatina vai ficar uma rocha. Ou não me chamo Joana Paixão Brás.

Ajuda, ajuda, ajuda. Digam-me que me vou viciar, que vou adorar, porque quando estou a mexer este corpinho só me apetece chorar.
(E o mais triste é que fiz desporto a vidinha toda até ter começado a faculdade. Como se uma coisa impedisse a outra... Burra!)

*Imagens do We Heart It

1.25.2015

Tu é que és!

Depois das piores coisas para dizer a uma grávida (que escrevemos aqui), achei engraçado compilar também quais as piores coisas para dizer a uma recém-mamã. 

No fundo, tudo é péssimo de se dizer a uma recém-mamã, mas a fingir que não, porque pode haver quem não saiba disso e assim também não passa a saber. 

É tudo péssimo porque estamos extra-sensíveis e não queremos estar com outras pessoas que não as que nós escolhermos estar e, por isso, tudo o que seja extra, nesta altura, bem que podia ser passado a ferro por um alfa-pendular que tanto nos fazia. 




"Ai! É tão parecido com o pai!" - A não ser que haja dúvidas sobre qual o ser masculino que terá fecundado a mãe (e nos achem porcalhotas portanto), é chato saber que tivemos 9 meses a carregar um ser e a fazê-lo crescer que depois sai com a cara da pessoa que menos esforço fez (com a cara do outro que só nos regou um bocadinho com a sua semente e passou os restantes meses no sofá a olhar e a poder fumar). 

"Tão pequenino!" - Isso quer dizer o quê? Que acham que vai ser anão? De certeza que não estão a dizer isso com contentamento pelo facto de ter demorado menos tempo a sair por ser mais baixo.

"Tão magrinha!" - Sim, a miúda ainda nem sabe respirar convenientemente e já lhe estão a por problemas com o peso. Se, aos 3 meses, achar que ter o peso da Ana Marques é que é o mais desejável, depois falam vocês com ela e, se puderem, com a Ana Marques, porque sinto um misto de pena e inveja e não consigo lidar mais com estes sentimentos contraditórios.

"Ele tem é fome!" - Obrigada. Obrigada. Nesta altura em que a maior parte das mães ainda está a ganhar confiança com a amamentação é importante ouvir uma pessoa "de fora" a atirar bitaites sobre coisas que acha que não passam pela cabeça de uma mãe. FYI, "ter fome" é a primeira coisa que passa pela cabeça de uma mãe quando um recém-nascido chora, não é: "Olha lá, por que é que o Sumol de Ananás não sabe a Ananás?".  

"Cá para mim, é sono!" - E a pergunta? Onde está? Ninguém fez? Então, por que é que houve resposta? Se calhar, o melhor era ter ficado caladinha, não? Tudo o que passe pela cabeça de uma pessoa que esteja a olhar para o nosso filho, já passou pela nossa. E, provavelmente, só ainda não a pusemos a dormir porque temos alguém POUCO OPORTUNO ainda de visita. Se o bebé recém nascido chora, é para sair de fininho.

"Assim não fica com frio?" - Fica, por isso é que o vesti assim. Gostava que ele experimentasse ter frio para ficar grato por todas as vezes em que não tiver. Só tem dois dias de vida, mas acho que ele vai saber retirar o melhor desta experiência. 

"Tu ainda não perdeste peso nenhum, que giro!" - É tão giro que quase que me babei de tanto rir. Como é que, no meio deste cenário de ter acabado de por um ser vivo no mundo, tu vais olhar para o meu peso, como se importasse, como se a vida da minha filha (ou a minha), neste momento, dependesse disso? Precisas de rebaixar uma mãe em pós-parto para te sentires menos descabida neste mundo? 

"Vais-lhe dar mama outra vez"? - Porquê? A mama é uma borracha e gasta-se se eu a usar muito? Ou ela fica com a boca em forma de teta para o resto da vida? Os primeiros meses são importantíssimos não só para estabelecer uma boa amamentação, mas também para o bebé não se sentir desamparado da mãe. Dá-se mama sempre, mesmo que seja 30 segundos depois. Não é a tua mama, pois não? É? Se for, é um bocado esquisito e não gosto que metas tetas alheias na boca do meu filho. 

Por isso... "TU É QUE ÉS" E DEIXA-NOS EM PAZ! 

Dúvidas na Gravidez (#01) - Toalhitas ou compressas com água lavante?

Deve ser o maior período de insegurança de uma mulher, a seguir a... Não! Acho mesmo que é mesmo este!

Como sabemos que vamos ter em mãos um ser-vivo que queremos que além de que continue vivo, também seja feliz, ficamos calmamente em pânico durante os 9 meses (até antes). 

Toda a gente manda bitaites sobre isto e mais alguma coisa. Com o tempo os estudos mudam, as teorias, só as avós é que mantêm a mesma opinião porque "no tempo delas fizeram assim e ninguém morreu" - a verdade é que a taxa de mortalidade infantil era mais alta (ehehe, mas não é para culpar ninguém!). 

Fomos mães há pouco tempo, achamos que ainda não mudou muita coisa (ou, mesmo que tenha mudado, fica aqui registado que já temos cabeça de avós) e, portanto, aqui vai o que me lembro que me preocupava: 



Toalhitas ou compressas com água lavante? 

Sim, toda a gente usa toalhitas. Ninguém morreu por usar toalhitas mas, a verdade, é que após 10 meses de Irene, estou a ponderar voltar à agua lavante (como quando ela era recém nascida): além de lavar o rabo e não tirar só a cor do cocó das nádegas, ela nunca esteve assada enquanto eu a limpava com as compressas.

Hoje em dia não posso dizer a mesma coisa das toalhitas. Além de que, se temos de usar muitas vezes o creme reparador por estarem assados, é sinal de que temos de mudar alguma coisa e, muitas vezes, são as toalhitas. 

Também dei por mim a pensar (uau) "se as toalhitas nos fazem mal aos pipis porque mudam a nossa flora vaginal (sim, isso existe e não é porque tenhamos margarina no pipi) e isso faz com que apanhemos mais candidíases e afins, por que hei de correr esse risco com a miúda?".

Água lavante é como se lhe desse banho. Melhor do que isso? O quê? 'Tá bem. Os pediatras e dermatologistas são fãs das compressas com água lavante, é moda, mas tem sentido. 

Ah! Continuo a usar toalhitas para quando saio com ela à rua, aí já não tenho destreza cerebral para andar com o frasco da água mais as compressas atrás, lamento.

As compressas são mesmo muito baratas e acaba tudo por ficar bem mais barato que as toalhitas, além de que não necessitamos de estar sempre a comprar água lavante. Podemos depois usar o frasco com agua da torneira e um bocadinho de gel de banho deles que faz o mesmo efeito.

Resposta aqui da campeã: Toalhitas quando se sai de casa. Compressas em casa. A preguiça é só mais de conceito porque não dá trabalho nenhum molhar 5 compressas de uma vez e usá-las para limpar "um daqueles".