12.21.2016

Como ser pontual de manhã.

Lembro-me perfeitamente da nossa primeira consulta no Centro de Saúde. Foi no dia em que me desceu o leite (se bem me lembro terá sido no 5º ou 6º dia depois da miúda nascer - depois vim a saber que já havia quem tivesse começado a dizer "que eu não ia ter leite" e blá blá blá... ). 

Estava com umas mamas tão grandes que quase que estava mais satisfeita por ter aquilo ao pescoço do que por ser mãe, digamos. Foi um stress enorme porque além de ser tudo um stress enorme para mim naquela altura, ainda por cima tinha que chegar a horas a uma consulta. Sendo que tinha de tratar de mim (mal conseguia), tratar da Irene, dar-lhe mama, fazer a mala com tudo o que era preciso (sabia lá eu) e... "se tiver de dar a mama em público"... e.. se...! Estava louca. 

A enfermeira do CS disse "conte com, pelo menos, mais meia hora por filho". Obviamente que enchi mais um bocadinho o meu penso do pós-parto com essa, "por filho", ahah. Como se. Como se. 

Hoje em dia é tudo muito mais fácil. Claro que temos uma situação familiar, se calhar, mais relaxada a nível de horários. Eu, por amamentar, tenho direito a duas horas por dia a menos no meu horário e o Frederico é freelancer. Acorda-se quando a Irene acordar (varia entre 6,7 e 8) e depois a diferença está no tempo que passamos juntos a tomar o pequeno almoço. Quanto mais à vontade estivermos, mais tempo estamos juntos à mesa. 

Preparo o meu pequeno-almoço e o dela, enquanto o Frederico prepara o seu (ele é muito lentinho de manhã, ahah). Enquanto a Irene vai comendo, nós também vamos e falando sobre o dia, a noite, brincando com a Irene ou simplesmente a rirmo-nos das parvoíces dela. 

Dependendo das horas e do dia da semana, há um que se levanta primeiro para tomar banho enquanto o outro lhe faz companhia. Como eu tenho ido treinar 4 vezes por semana, o mais normal é equipar-me para o ginásio e sair ou imediatamente a seguir a eles 8h45 ou, então, quando se atrasam, saio primeiro.

Aqui o truque mais valioso é: 

- Assim que a Irene acorda, visto-a logo, nem ainda saímos do quarto. Fica despachada. 

O segundo truque mais interessante é: 

- Alternar a companhia durante a tarefa mais lenta da miúda. 

O terceiro truque é: 

- Fazer disto uma rotina e assim não há grandes birras pelo meio porque já vai em modo automático. 


Sou só mãe há 2 anos e meio e por isso há aí gente com mais dicas e muito valiosas que, se não se importarem de acrescentar por comentário, ficamos aqui com uma lista gira e até faço novo post! 



Irene a tomar o pequeno-almoço
A Minnie a ver a Irene a por demasiada manteiga numa tosta e surpreendida por eu a ter vestido com uma camisola a condizer com o laço. 

Irene com brinquedo de criança
A Irene a dizer que o Lémure (sei lá) tem as unhas pintas de preto (e só me lembrei do Ronaldo). 

Brinquedo de criança
Não, não foi a Irene. Fui eu a tentar criar um momento divertido, mas como ninguém se está a rir, parece que falhei. 

Ida para a escola
O momento antes de saírem de casa. Algo que me enche de orgulho porque, finalmente, depois de uma catrefada de tempo, a Irene parou de dizer 20 mil vezes a chorar enquanto saía de casa "a mãe depois vai buscar a Necas ao colo". 


Os putos estão a dormir? Ainda não fizeram tudo na sanita? Então leiam mais isto: 


  • Sobre amamentação (ajuda e ocasional desespero) aqui.
  • Porque é que não quero ter mais nenhum filho aqui.
  • Jogos giros sem objectos para fazer com eles aqui


Coisinhas que podem ter achado giras: 

Camisola da Vertbaudet

Bonequinhos da Science4you

O lacinho não me lembro de onde é! Joana, queres ajudar?
(Sim, é Lost Colours)
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Vocês, mães, são mesmo espectaculares!

Ontem desabafei sobre o caos do meu dia, do nosso dia, aqui. Choveram comentários, aqui e no Facebook, que me alentaram. Não tinha grandes dúvidas de que se há qualquer coisa que nos une, a par de metermos criancinhas no mundo, é uma generosidade que nos faz abraçar, mesmo que virtualmente, outras mães. Pelas partilhas do texto, percebi que fiz também isso. E vocês retribuiram. Sou-vos tão grata! Foi esta sensação de não nos sentirmos tão sozinhas nesta missão de criar os nossos filhos, de não sentirmos que somos umas falhadas, que acontece a todas, que nos limpa as lágrimas, nos dá um abanão e nos põe a andar para a frente. É o que nos faz varrer da cabeça ideias erradas a nosso respeito, permite-nos ganhar novo fôlego e acreditar. Em nós e nos nossos filhos. Eles não estão estragados, faz parte, nós não estamos estragadas, estamos apenas cansadas, faz parte.

Obrigada, a todas, pela empatia.


A photo posted by Joana Paixão Brás (@joanapaixaobras) on



Não se admirem se não houver posts meus nos próximos dias. Tal como no nosso trabalho, quando eles estão doentes, faltamos. Eles primeiro.

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12.20.2016

Se estivesse em teste de maternidade hoje, chumbava!

Se isto funcionasse assim, com notas a atribuir, com escala de zero a vinte, eu hoje teria chumbado. Foi um "dia não" para aquilo que são os meus limites do razoável nesta coisa de ser mãe. Não fui capaz de pôr para trás das costas, não fui capaz de respirar fundo o suficiente, não suportei as birras, gritei, chateei-me, fiz birra e não peguei na Isabel ao colo quando ela mo pediu, mesmo podendo. Quis mostrar-lhe que estava zangada, como se isso fosse resolver o que quer que fosse. Só que ela estava adoentada. A irmã também (ainda sem perceber bem com o quê, ranho e tosse). Não consegui gerir ter duas filhas em casa mais carentes, dar almoço, pô-las a fazer a sesta, dar mama, dar colo, brincar, fazer jantar, não deixar a lareira apagar, ir limpar o rabo a uma enquanto a outra fazia uma birra de morte. Deixei queimar o jantar, a Luísa caiu do sofá(!!!) - valeram-nos umas almofadas que estavam no chão - a Isabel tanto dava beijos à Luísa, como lhe dava estalos. Quando a minha mãe me perguntou se precisava de mais alguma coisa em casa, além de pão, respondi "uma pistola". Para mim não é fácil e eu não me aguentei nas canetas. 

Quando ouvirem por aí outras super mães ou avós dizerem que os filhos são uma delícia, que se portam muito bem, que não admitem birras, que com elas eles "não fazem farinha"; quando virem por aí fotos de miúdos todos aperaltadinhos, sorridentes, com uma auréola a sobrevoar as cabeças, quartos brancos imaculados, e tudo saído de capa de revista, não acreditem. Por detrás daquilo tudo, há - quase de certeza - uns gritos, uns choros e uns nervos. Pelo menos, é no que acredito para me sentir um bocadinho menos mal quando a coisa descamba. E por aqui descamba muitas vezes, mais do que as que gostaria. Hoje descambou. Amanhã se verá. 
Ter consciência disto, pensar no que poderei melhorar amanhã para minorar o filme de terror em que somos todos obrigados a entrar, faz-me bem. Hoje chumbava mas, felizmente, não é assim que se mede os nossos papéis, vocações, relações. 

Coisa mais boa. Ela e a irmã. Mesmo quando dão comigo em louca.


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