Acho que não é típico da Irene. Pelo que tenho falado com algumas amigas (assim parece que tenho muitas), é algo recorrente. Desde nova - principalmente pela
dificuldade que tinha em pô-la a fazer as duas sestas a horas (muita ansiedade minha) - sempre que ela não dormir "o que devia dormir", era de esperar dois episódios de
terrores nocturnos. Ela "acordava", passada na cabeça, sem me reconhecer, só me batia e gritava como se fosse a
Sansa Stark e estivesse a ser perseguida pelo Bolton
(não o Michael Bolton, apesar disso também dar direito a querer fugir e bem). Gritava, chorava e tudo de TERROR. Não era só um pesadelo manhoso como aquele que ela tem de vez em quando a dizer que tem a boca com bichos
(feita estúpida disse-lhe que tinha de lavar a boca senão ficava com bichos...).
Foi horrível para o meu coração na altura. Ainda para mais, li nalguns sítios que o melhor é só ficarmos a vigiar o episódio e não lhes tocarmos nem acordarmos para o cérebro resolver o nó e não voltar a acontecer nessa noite, mas eu não conseguia, claro (acontece normalmente na primeira metade da noite). Voltou a acontecer no outro dia. Não fez sesta ou dormiu muito muito pouco, já não me lembro e, à noite, foi mesmo o TERROR.
Rejeitava a maminha, batia-me, arranhava-me, ficava super ofendida comigo, não dizia coisa com coisa... Não sabia o que fazer. Às tantas, pensei: vou fazer uma brincadeira com ela, pode ser que isso ponha o cérebro a funcionar um bocadinho mais do lado "dos acordados".
- Irene, queres banana?
- nãooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!
- Irene, queres um acordeão?
- nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!
- E uma vaca amarela, queres?
- Sim!
Parou de chorar. Acordou. Continuei: "Necas, uma vaca amarela??? Não há!! É como haver cães roxos! Ou o xixi ser verde! hahaha"
Ela sorriu e deitou-se de barriga para baixo. O pai fez-lhe festinhas até adormecer e pronto.
Obrigada, vaca amarela.
Pior desenho de sempre!! E não fui eu a fazer, googlei e encontrei ahah.