10.27.2015

O sono da Isabel: já não aguentava mais!

Nunca andei a cantar de galo e sempre soube que não devia mandar muitos foguetes antes da festa. A Isabel andava a dormir muito, muito bem. Acordava, quando muito, uma vez por noite para o leite e voltava a dormir. Podia ir lá o pai ou a mãe. Íamo-nos revezando. 

Há uma semana que tem sido a loucura. Louca era o que me estava a sentir. Chegava a chorar dos nervos. A Isabel a acordar de hora a hora a chamar por mim. A chorar. A fazer birras de morte se fosse lá o David. Eu chegava ao meu quarto, deitava-me com as costas todas carcomidas, dormitava e lá estava ela a acordar outra vez. Trazia-a para a nossa cama mas ela não queria nem por nada.

No domingo disse um "basta!". Ou compramos uma cama que se adapte à nossa de casal e dormimos todos juntos ou vamos comprar uma cama para ela e eu durmo com ela, alguma coisa tem de ser feita. A marimbar-me para o resto. Preciso de dormir. A minha filha precisa de dormir. O resto virá com o tempo. Nessa noite, às 4h trouxe-a para a nossa cama e ela lá aceitou, depois de barafustar. Foi o melhor que fizemos. Levei com pés nas costas e na cara, mas dormimos. Ela acordou às 7h30 e disse a maior frase de sempre: "óó c'o pai e c'a mãe". Emocionante. 

Acabámos por nos lembrar que tínhamos um colchão de cama de solteiro na dispensa praticamente novo e improvisámos ontem a nova cama da Isabel (e da mãe, muito provavelmente).

Adorou a ideia. O avô estava cá e foi ainda mais divertido. Adormeceu agarrada a mim, a receber festinhas nas costas.


Foi buscar a manta para tapar o bebé (que amooooor!)

Ainda a não perceber muito bem como é que isto da cama no chão funciona... hehehe

Vejam o pormenor que eu descobri! A mãozinha!!!



Na vigésima penúltima história da noite (obrigada tia Raquel pelo livro/puzzle que ela adora!)



A Anita e o dedo no nariz <3

O avô a tentar o imposível, adormecê-la (luz + avô = brincadeira!)


Agora vamos a coisas práticas:

- usam colchão no chão sem estrado?

- tenho aquela ficha eléctrica ali mesmo ao lado protegida, mas há mais alguma coisa que deva fazer? 

- para ela não bater com a cabeça na parede, alguma solução porreira? 

- colchas queridas e sem custarem os olhos da cara, onde?

- queria um autocolante giro para colar ali na parede branca, o que aconselham?

10.26.2015

Ai que saudades do inverno! #estouagozar

As saudades que eu já tinha deste tempo...


- uma hora!!! até chegar à creche, num stress enorme (e vontade de chorar) por saber que ela já está lá horas a mais :(

- ter de lhe vestir um casaco, mas depois fica a suar como um porco no carro

- não conseguir coordenar bem o chapéu de chuva, a mala, a criança, a chave e abrir o carro

- não saber nunca o que lhe vestir

- tosse que a faz acordar 572 vezes por noite

 - crianças ranhosas e fanhosas por todo o lado

- horas no trânsito até chegar a casa (no verão demorava 15 minutos)

- miúda que fica impaciente no carro e chora mais

- dias mais curtos.


Tudo tão bom, não é? Aquela história da lareira, com uma chávena de chá ou um copo de vinho tinto, com uma manta a comer castanhas, a ler um livro ou a ver um filme lamechas é um grande mito urbano, não é? :(


*Imagem weheartit

A melhor não babysitter de sempre.

Um dia, fui almoçar com o Frederico e estive à vontade durante 2 horas sem que a Irene me viesse pedir atenção. Sem que se irritasse, sem que precisasse de ser passeada, nada. Isto porque a Carolina, assim que chegamos (estava a estagiar no restaurante) disse: "não se preocupe, eu cuido dela". Fui dando um olhinho e confesso que me vieram as lágrimas aos olhos. Revi-me na Carolina. Tenho dois irmãos. Um mais novo que eu 10 anos e éramos os melhores amigos, uma relação muito muito próxima. Vi isso na maneira da Carolina brincar com a Irene. Pareciam irmãs. A Carolina fazia leques com as folhas que arranjava atrás do balcão, dançava com ela, foi-lhe mostrar as flores e as cores e, aqui entre nós, notava-se que estava toda contente. Sempre que ia cuscar ela dizia "não se preocupe", mas eu reparava que ela também estava a dizer "deixe-me brincar mais um bocadinho". Rapidamente me chateei com ela por me estar a tratar por você. A Irene ficou o resto do dia a falar da Carolina e a imitar as brincadeiras dela e eu, de coração cheio porque senti que tinha encontrado a solução perfeita para nós. Uma menina responsável, que adora crianças, mesmo quando não estava a ser paga para isso, que reparei que estava toda contente... estavam as duas!

Fez-se luz e propus-lhe que me passasse os contactos para quando eu quisesse sair de casa com o pai e não quisesse "chatear" os avós (vou receber mensagens a dizer "não nos chateamos, Joaninha, por amor de Deus", mas vocês percebem). 

Fiquei a saber a história dela: tem 25 anos, é de Lisboa mas sempre viveu nas Caldas da Rainha. Andou a implorar por irmãos até que, aos 10 anos, lá lhe fizeram a vontade. Nasceu a irmã Maria que ela, desde sempre, teve uma imensa vontade de proteger e de cuidar. Quatro anos depois nasceu o Manel e, com o treino da Maria, já estava à vontadinha para cuidar muito bem dele. 

Sempre quis estudar psicologia, mas acabou por ir para Turismo (daí estar a fazer o estágio no restaurante). Porém, a vontade de ajudar os outros, de retomar o voluntariado que fazia antes da faculdade no piso de pediatria no hospital das Caldas, mantém-se. Anda a ponderar dedicar-se novamente aos estudos para tirar psicologia infantil. Está em período de reflexão, diz ela.

A ideia é andar a tomar conta da Irene e de outros bebés e crianças para ir tirar o curso por si, para não ter que pedir nada aos pais. É bonito ou não? 







Queram falar com a Carolina (digam-me se forem falar que fico toda contente por estar a ajudar)? 
O mail é este