10.14.2015

Vou mudar de vida. Completamente.

Antes de ter a Irene, pensei que o que seria mais agradável para mim seria uma casa com muitos armários (adoro ter tudo organizado) e perto do trabalho. E o que é facto é que assim foi. Conseguia ter a roupa de Verão num armário e a de Inverno noutro. Isso para mim era sinal de sucesso. Demorava também 15 minutos a chegar ao trabalho e de comboio. O que é isto? Qualidade de vida.

Não pensava nem em me casar nem em ser mãe, pelo que pensei que fosse morrer aqui e bem. Feliz. 

Depois conheci o Frederico que me fez querer ter a Irene e uma casa para a Irene tem de ser mais do que estar ao pé do comboio e ter muitos armários. Também comecei a querer ter outras coisas. Quero também uma casa bonita, com uma vista bonita, com um jardim bonito onde dê para ela se chafurdar na lama comigo a vê-la na cozinha enquanto tento fazer um bolo de natas que lhe vai dar imensos puns e a mim também. 

Quero conseguir estar no quarto dela e abrir a janela sem ter que afastar a cama, por exemplo. Quero poder secar a roupa no Inverno, sem ter que por a roupa no corredor e a casa ficar ainda mais húmida. Enfim, problemas que são só "problemas", mas que dão vontade de não os ter. 

Queremos que o pai possa falar na sala e fumar algures sem nos acordar nem nos fazer mal. 

Depois de alguns anos e de muitas peripécias que nos deixaram em baixo, muito tempo e muitas visitas, muitos e-mails, muita coisa envolvida, lá conseguimos encontrar o sítio que nos parece ideal para a nossa casa.

Comprámos um terreno e vamos construir uma casa para a nossa família. Isso vai implicar um grande esforço de todos (menos da Irene, espero), mas vai valer a pena. Mesmo. 

Não sei quanto tempo vai demorar até irmos para lá, não faço ideia, mas não interessa. Já é um "sonho" que está a correr em background na minha cabeça todo o dia. 

Estas fotografias foram no dia em que fomos ver o terreno que o papá descobriu. 

Passo-me com a roupa de Inverno para eles. Para rapaz também. 

A Irene, a avó e a mamã. Felizes à chuva, mas achando que a Irene estava debaixo do chapéu da avó. 

10.13.2015

Mas afinal as grávidas podem ou não pintar o cabelo?

Eu, pessoa que pinta o cabelo desde 2004 (já fui do amarelo platinado ao castanho escuro, passando pelo arruivado), quando estava grávida, resolvi não pintar, não fazer nuances, nada. Li algures na internet que os químicos poderiam ser nocivos para o feto. Não que eu fosse propriamente a pessoa mais responsável do mundo, já que comi algumas vezes sushi e bebi uns golinhos de vinho tinto pontualmente, nada que possa ser digno de uma medalha.

Li depois algures que afinal até podia, se fossem produtos sem benzeno, amoníaco, iodo e essas coisas todas que eu nem sei bem o que são, que naquela região muito vascularizada podem ser absorvidos para o organismo facilmente, e se o espaço fosse arejado.

Lembro-me que, apesar de estar com o cabelo lindo, brilhante, forte (bendita gravidez), passava bem por uma Shakira no ano 2000. A solução foi ir cortando as pontas, para que a diferença para a raiz fosse cada vez menor. Não correu assim tão mal, até passava por californianas.

Foto lindíssima que o pai da Isabel nos tirou nem uma semana depois do parto
Por aí? Como fizeram?

Método infalível para adormecê-los!

Propaganda enganosa. Nunca acreditem em nada que use a palavra "infalível", não descobri o Santo Graal. Mas tenho a certeza que esta ainda não tentaram! E, já sabemos, nisto de fazer com que eles durmam vale (quase) tudo. Menos deixá-los chorar desenfreadamente sozinhos, vá. Muito menos deixá-los vomitar de tanto chorar. Ou, como sugere uma certa escritora num maravilhoso e extremoso livrinho de dicas, não se limpa o vomitado, que eles têm de dormir assim. Tão bonitinho, tão digno, tão humano... Também não vale dar-lhes uma traulitada. Nem regar o frango com gin, ao jantar. Nem pô-los a dormir ao relento. Vá, já chega. Juro que isto NUNCA me passou pela cabeça. JURO! (Ou já? Agora ficam na dúvida, que se lixam).

A Isabel já dorme a noite toda (isto nem é bom dizer, que já sinto as orelhas quentes). Vá, vou refazer, e é verdade, dorme, desde que não tenha fome nem dores de dentes, até às 08h30, mas adormecê-la é o (nosso) calcanhar de Aquiles. Quer conversa e mais conversa, quer histórias atrás de histórias, refila que quer mãe e pai e mimo, mas depois também não quer adormecer no colo e esperneia. Acho que nem ela sabe bem o que quer. Mas, cá em casa, tentamos não deixar passar das 21h30, é o limite dos limites, senão acorda de manhã rabujenta. Às vezes adormece em 10 minutos, outras vezes em 45. Teve fases que nem 5 minutos demorava, mas são isso mesmo, fases.

Normalmente adormece com palmadinhas no rabiosque, deitada na cama dela. Adormeceu uma vez com festinhas nas costas. Outra vez com festinhas na cabeça. Agora desata-se a rir e acha que lhe estou a fazer cócegas. Já chegou a adormecer com músicas religiosas de Taizé, interpretadas por essa grande soprano que é a mãe dela. Já adormeceu várias vezes ao som do "Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora.... e conta logo as tuas mágoas todas para miiiiiiiiim" (sim, Onda Choc). Das últimas vezes, inventei um rap "Era uma vez um gato maltez, falava chinês e tinha umas botas nos pés"...

Cá vai o que descobri. Quando mais nada resultou, mesmo tendo misturado tudo no mesmo cocktail, vou dizer-vos qual foi a receita milagrosa! Podem tentar que é inofensivo:

MASSAGEM NAS MÃOS! Como é que só experimentei isto ao fim de 19 meses?!

Sabem quando vão arranjar as unhas e a esteticista vos faz uma massagem nas mãos que faz com que o queixo caia automaticamente, começam a babar-se todas e a sentir um quentinho dentro de vocês? (E depois até pedem aos maridos para tentar fazer igual, mas eles, coitadinhos, parece que estão só a passar o espanador, sem convicção nenhuma?)

Pronto. Estava a achar que seria mais uma tentativa furada e já estava a ficar toda dormente, dobrada em cima da cama de grades dela, mas resolvi experimentar. Primeiro não quis, depois disse-lhe "é bom, filha". Ela deixou. Comecei a ouvir a baba a escorrer. Comecei a ouvir a respiração a acalmar. E adormeceu.

Segundo dia. Passei as fases todas das canções, que já lhe tinha contado duas histórias a meia luz. Fiz só um shhhhhh e massagem nas mãos. Adormeceu.



Tentem e digam-me como correu, vá lá. :)