10.07.2015

Fui só eu?

Fui só eu que na gravidez, ali no segundo e terceiro trimestres, fiquei com voz de cana rachada? Vi-me aflita para continuar a fazer o meu trabalho (faço entrevistas e sou a voz de um canal, a SIC Caras), além de, de certezinha, andar a irritar meio mundo com um tom de voz intragável.

Lembrei-me disso agora que entrevistei uma grávida com um tom de voz entre a Cristina Ferreira e a Júlia Pinheiro. Pode perfeitamente estar a passar pelo que eu passei.

Ou estou em delírio e não é normal na gravidez ficarmos com voz de quem tem uma unha encravada que está a ser pisada por um camião TIR?

10.06.2015

Andei a mentir.

A todas vocês mas, especialmente, a mim própria.

Quando me perguntavam como me sentia em relação ao regresso ao trabalho, dizia que estava 50/50. 

Também tenho saudades de sair de casa todos os dias, com vontade de me arranjar, de me sentir útil noutras circunstâncias, de dizer piadas novas, de saber da vida dos outros, etc. Vocês sabem como é.

Ontem... ontem ruí. Ontem desfiz-me em pedacinhos. Ontem o meu director marcou um almoço comigo para falarmos do meu regresso e só aí é que me caiu a ficha.

Chorei até deixar de fazer sentido, até adormecer.

Sei que vocês vão dizer que deixaram os vossos bebés mais cedo ainda e que eu sou uma privilegiada - verdade - mas custa a todas e, pelos vistos, a qualquer altura.

Somos muito dependentes uma da outra. Nunca foi outra pessoa a adormecê-la, por exemplo. Ela usa as maminhas da mãe para mamar, chuchar, miminho, tudo. As maminhas vão embora durante o dia.

A maior parceira de brincadeiras também. 

Já delineei um esquema: vou pedir aos avós para ficarem cá em casa na primeira semana ou duas para que ela não fique só com o pai, para estar mais entretida e para não dar tanto pela minha falta. 

Já sei que as crianças têm uma capacidade de adaptação bastante superior à que nós imaginamos, mas estou de rastos. Isto não me parece natural. Parece-me horrível. Parece-me que que me estão a arrancar o coração e que eu tenho que deixar. 

O natural era o pai ir à caça e nós ficarmos com eles até eles se desinteressarem de nós. Apetecia-me que assim fosse, apesar das minhas necessidades de desenjoo desta rotina. 

Sinto que a estou a dar para adopção. Sei que parece exagerado a muitas mães, sei que a outras é exactamente isto que sentiram. Sei que tudo vai ficar bem, que ela vai ser feliz na mesma, só tenho receio do processo de adaptação.

Ela não sabe que a mãe tem que ir trabalhar e que não prefere estar a ir trabalhar (pelo menos, sem a levar).

Mas tem que ser.

Amo-a tanto. 

Quem me dera que houvesse uma maneira mais fácil de fazer as coisas... 

Que facada nas costas!

Adoro que o pai da minha cria adore participar em tudo o que diz respeito à educação e à vida da filha, mas boicotar assim a minha paixão por fofos e tapa fraldas não se faz! E ainda por cima usa bem a terminologia, o chato (até parece que estudou bem um dos nossos posts - glossário de roupas betas, parte 1 e parte 2).

E agora? Tenho de ter outra filha?

A partir de que idade é que elas já não ficam bem com estas roupas (não vale dizer nunca!)? Estou em negação. Tinha sido tão mais fácil nunca ter gostado delas! Não me conformo. Que facada nas costas, que drama! Livrem-se de lhe dar razão!!!

Agora a sério, tenho ali dois de inverno que lhe devem estar bem este ano... vai ter de levar com eles, ai vai, vai!

E como é que eu vou resistir a estas coisas lindas?


2 -  Coobie
3 - Coobie