Estou a responder a este comentário com este destaque por alguns motivos, sendo eles:
1) Pode haver mais gente a pensar o mesmo que a Susana e, visto que esta está enganada quanto às minhas intenções, tenho todo o prazer e interesse em explicar-me melhor. Não gosto que as pessoas não gostem de mim por mal entendidos. Se não gostarem que seja por algo que eu seja e aí estou tranquila (ou, vá, sendo honesta, passo a estar muito mais rapidamente tranquila).
2) Não sabia muito bem o que escrever para o post da noite e este conteúdo apareceu quase como uma bênção.
3) Hoje não tive um dia lá muito bom e, por isso, escrever sobre estas coisas e tentar pensar nisto, sempre me serve de terapia.
Posto isto, aqui vai o comentário da Susana
neste post.
Tal como o comentário da Susana foi público, a minha resposta também o é.
Vou tentar ir por pontos também agora. Só porque não dormi nada e assim consigo organizar-me melhor, espero.
1) Olá Susana! Obrigada por seguires o nosso blog. Fico contente por saber que nos acompanhas, espero que continues a acompanhar-nos, independentemente de qual for a tua autora preferida. É normal que cada uma de nós não consiga agradar a toda a gente. Parte do lado mais do que bom de sermos duas a escrever e de sermos tão diferentes é isso. A Joana Brás é de uma maneira (que eu adoro) e eu sou de outra. É normal que pessoas diferentes tenham preferências diferentes.
2) Não tenho uma "necessidade constante de dizer que sou mãe galinha, extremosa e blá, blá blá." Não é, de todo, uma necessidade. É uma coisa coisa que noto, em muito, ser diferente de outras mães com as quais tomo contacto e, portanto, apercebo-me que talvez (erradamente) o mais habitual seja não ser como eu, visto estar sempre a ser apontada disso mesmo. Faz parte da minha personalidade, sou mãe assim, identifico-me com isso. Devo dizer tantas vezes que sou mãe galinha como que tenho uns kilos a mais e gozar com isso e, por acaso, nem por isso sinto qualquer necessidade de falar do meu peso. Acho que fica giro, acho que pode ser interessante (dentro daquilo que os meus posts possam ser interessantes) e acho que me dá a conhecer a quem me lê. Este blogue caracteriza-se por ser muito pessoal, isto é, somos mesmo da maneira que vos dizemos que somos. Eu sei que sou mãe galinha aos olhos dos outros, sei que, para muita gente (para o meu marido, por exemplo, que me está sempre a dizer que sou uma exagerada), um termómetro para o chuveiro é parvo. E, desta vez, foi por isso que falei sobre isso. Parece-me oportuno e não resultante duma "necessidade". Mesmo que fosse (uma necessidade), Susana e deverá compreender, eu poderia dizer as vezes que quiser o que quiser, visto que assin como o meu nome os meus posts neste blogue que é metade meu. Fico efectivamente com pena de não gostares, mas há de haver outra Susana que goste. É como o tal termómetro do post que te suscitou esta maior vontade de comentar.
3) A Joana Brás não chapa nada na cara de ninguém. A Joana Brás é um doce. É um amor. É um anjo. O cérebro da Joana funciona de maneira muito diferente do meu. Ela é muito visual. Ela consegue imaginar festas de aniversário com todos os pormenores de olhos fechados. Consegue planear, inventar, marcar, produzir, etc. Daí as fotografias sempre tão bonitas e todo o amor que sentes em cada uma delas, em cada texto também. Ela tem um dom que eu não tenho. Ela põe o seu coração em tudo, tudo o que faz. Ela sente muito. E adoro-a assim. Nada do que a Joana faz é para mostrar seja o que for (também não tem necessidades desse género) que não umas fotografias lindas que tirou com a filha e que tornam o blogue ainda mais bonito e que vos dão mais um bocadinho da vida da família dela. Eu não sou visual, sou linguística (não arranjei termo melhor), eu penso a escrever e a falar e expresso-me muito melhor a escrever e a falar. O meu cérebro não tem grandes outras capacidades.
4) Mais uma vez,
vou sublinhando qual é o meu estado actual de stay-at-home-mom porque acho que isso ajuda a compreender muito daquilo que escrevo. Por exemplo: sofro imenso com a hora de por a Irene a dormir durante as sestas do dia. As mães que trabalham (felizmente) creio que não passam por esse "sofrimento" sem ser ao fim-de-semana. É normal que tenha que ir referindo o mesmo. O que escrevo é diferente, por causa disso. Fico contente por sentires que estou SEMPRE a dizê-lo, é sinal de que estás mesmo muito atenta a todos os nossos posts. É como as pessoas que sentem que as rádios repetem muito as músicas. Geralmente são as pessoas que passam mais tempo a ouví-las, daí essa opinião. Lamento que te sintas afectada por essa repetição, sem ironias. Espero que compreendas que
há sempre pessoas novas a chegar que não nos conhecem tão bem quanto a Susana e acho mesmo importante ir explicando. Só aqui uma nota: onde é que eu digo que sou uma mãe muito extremosa? Não vejo que isso possa ter acontecido. É como dizer-se que é humilde, acho parvo. Se calhar, escapou-me num dia de maior parvoíce, mas duvido. Não me acho mais extremosa que outras mães. Deixe-me lá ir ver o significado (
aqui). Ok, sou muito extremosa (mas não acho que o tenha dito em algum lado, continuo a dizer que seria parvo) no que toca a ser muito apaixonada e este é um blog sobre maternidade, é normal que vá falando sobre a minha paixão pela minha filha.
Senão, confesso-lhe, não conseguiria escrever sobre maternidade tanto quanto escrevo sem falar sobre isso. Não me acho mais extremosa que ninguém, apenas surpreendentemente extremosa para aquilo que alguma vez pensei vir a ser. O facto de falar muitas vezes ou poucas sobre a minha paixão pela minha filha, não quer dizer que seja mais apaixonada ou menos que as outras mães.
5) Quanto à entrevista na RTP (vou procurar o link para toda a gente saber do que estamos a falar, só um minuto:
aqui aos 14 min).
Sim, disse e mantenho tudo o que disse. Vou passar a explicar: l
á por me dedicar mais à pintura que tu, Susana, isto é, passo mais tempo a pintar quadros, a fazer exposições, dedico-me 24h por dia à pintura, isso não quer dizer que não tenhas quadros mais bonitos que eu. Não quer dizer que ames menos menos os teus filhos. Não quer dizer que seja melhor mãe por causa disso, não quer dizer que ela goste mais de mim ou eu mais do que ela. Ao que parece, a palavra "dedicar" tem muitos significados (fui ver agora
aqui) e
eu referia-me apenas ao facto de estar focada na minha filha 24h por dia e só ela. Só isso. Fiz a devida ressalva no programa. Além de que, Susana, vou voltar a trabalhar em Outubro e vou dedicar-me menos à Irene que as mães que são mães a tempo inteiro. Não tenho problemas nenhuns em dizê-lo. Isso leva-me ao sexto ponto (já lá vamos). Teremos de falar com a Vanessa sobre isso, não quero interpretar injustamente outra pessoa, mas pareceu-me concordar quando fiz a ressalva. Seria um bom momento televisivo se não concordasse, até e a Vanessa é pessoa de dar as suas opiniões. Não é xoxinha, tal como tu não foste e lá disseste o que achavas, mesmo depois de muito tempo. Não sou tua amiga, mas se algo te enerva a este ponto não deverias deixar passar tanto tempo. Estamos cá para isso. :)
6) Vai ser um atrevimento da minha parte, mas não me contenho: o que achas que terá feito com que levasses isto tão a peito mesmo apesar das minhas explicações, ao ponto de teres de desabafar publicamente? Tendo feito a devida ressalva de que não sou melhor mãe por isso, não entendo por que há de te irritar ou outra pessoa qualquer.
7) Obrigada, na mesma, pelo melhor elogio que me pudeste fazer e fico contente por no meio de um comentário em que falas de algo que "precisaste de desabafar" teres a serenidade de elogiar a pessoa que estava a deixar-te desconfortável com algo. Gostei.
8) Mais uma vez, Susana, está sempre à vontade para dizeres tudo o que achas. Publicamente ou por e-mail. Consoante te sintas mais confortável. Lamento ter-te feito sentir coisas menos boas, espero compensar com uns bons sorrisos num outro post.
9) Só para sublinhar, para não haver mal entendidos, dedico-me 24 horas por dia à minha filha, todos os dias desde que ela nasceu (excepto um mês em que fui trabalhar), voltarei a trabalhar em Outubro e, por isso, deixarei de me dedicar tanto à minha filha, mas tem de ser. Não fui, durante este ano e meio, melhor mãe que as mães que trabalham. Fui apenas uma que se dedicou (porque teve essa oportunidade) em exclusivo à sua filha, não se dedicando, portanto, a mil e uma outras coisas que as mães que trabalham se dedicam e que parecem autênticas mágicas por conseguirem fazer com que o dia pareça ter tantas horas.