4.18.2018

Por que é que é preciso mães como a Carolina Patrocínio

A primeira vez que espumei da boca a ler críticas relativamente à imagem fit da Carolina, estava ela grávida da primeira filha. Foi há quatro anos. Não era nada comigo, que também estava grávida, mas era. Foi num grupo de mães do Facebook. Não era nada comigo, mas senti que ninguém devia julgar os outros só pelo que se vê ou pelo que julga ver. Não era nada comigo, mas senti que tinha de a defender. Não faço juízos sobre juízos relativamente à imagem, ao bonito e ao feio. Será sempre subjectivo e cada um terá liberdade para expressar opiniões. Fiz juízos sobre os juízos que se faziam quando diziam que não era “normal”, que era “fútil” ou que colocava a saúde da filha em risco. Nem me consegui sequer rir da ignorância, não tinha sequer piada. É preciso haver mães como a Carolina para mostrar que a prática de desporto, quando continuada, quando acompanhada e quando nada na saúde da grávida aponta em contrário, faz bem. Foi preciso a Carolina dar o corpo às balas para se provar que, contrariamente ao que pessoas que não são médicas nem preparadores físicos sentenciavam, estava tudo OK.

Foi preciso uma segunda gravidez, levada da mesma forma, para que se provasse, mais uma vez, que há várias formas de se encarar uma gravidez e um pós-parto. Que nem toda a gente reage da mesma forma, tens as mesmas necessidades e vontades. E que as mães que sentem vontade de ir correr, sair com o marido ou desanuviar não estão a negligenciar os seus filhos (pleaseeeee). Podem vir dizer que “com ajudas também eu” que eu quase que punha a mão no fogo em como muitas de nós, nem mesmo com ajudas, teria a motivação e a força interior para acordar às 6h30 ou lá o que é para ir treinar.

Não precisamos de fazer um altar à Carolina, mas caraças, não custa muito dar a mão à palmatória e dizer que ela tem garra.

Não precisamos de lhe tirar o chapéu, mas caraças, não vamos, retirar-lhe mérito e, pior, arranjar sempre forma de a tentar puxar para baixo.



É preciso haver mães como a Carolina para que percebamos, de uma vez por todas, que somos todas diferentes, que temos vidas diferentes, prioridades diferentes e formas de estar diferentes. Que não são uns brincos, uma maquilhagem e um ar sereno de quem teve aparentemente um filho de forma fácil que lhe retira o poder e a força quase divina da maternidade. Nem todas temos de carpir, sofrer e fazer queixinhas. Há quem canalize as suas energias para outras coisas e há quem decida encarar o caos da maternidade de forma diferente daquela que escolhemos. Todas estão bem.

Se nos apoiássemos mais e odiássemos menos, sairíamos todas a ganhar.

Já eu, adorava ter a garra da Carolina para treinar. Mas não me ponho a arranjar desculpas nem a subvalorizar o esforço dela para me sentir melhor. Nem me ponho a carpir e a invejar vidas alheias. Não preciso disso para me sentir bem. Aceito a minha vida como ela é, o meu corpo como ele está (pelo menos por agora) e lido bem com as minhas escolhas, dentro daquilo que eu posso escolher.


A Carolina não precisa de nos pedir desculpa por ser como é. Nem nós temos de tentar ser como ela. Aceitemo-nos.

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19 comentários:

  1. Se fosse possível eu comprava a barriga da Carolina ehehehe!
    Mais, ela não dá trela às críticas, só faz é bem não alimentar a inveja.
    Respeitemo-nos, único conselho que dou!

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  2. É isso mesmo, bravo!!

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  3. É ainda necessário perceber que além de exercício físico, a Carolina tem tendência a emagrecer, o que significa que se algumas vezes algumas de vós "matavam" para perder 500gr, ela já pensou certamente exactamente o oposto... E não, não digam "quem me dera", porque o mundo ao contrário nem sempre é mais fácil... Sejam felizes

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  4. Muito bom mesmo! É mesmo isto!

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  5. Não há mais pachorrinha para este assunto.

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  6. Percebo perfeitamente e tenho a mesma opinião. Apesar de nao ser uma desportista ao nivel da Carolina (nem lhe chego ao dedo mindinho do pé) continuei a fazer desporto até aos 8 meses de gravidez tal como antes de engravidar. Claro que tive que mudar um pouco a intensidade, até ao meio da gravidez e depois passei a fazer exercicio de menos impacto, passando a nadar e a fazer hidroginastica. Lembro-me perfeitamente de estar com 5 meses de gravidez e a minha mae ter ficado escandalizada por eu ainda andar a correr. O que o meu medico na altura me disse foi para monitorizar o ritmo cardiaco e nao ultrapassar uma determinada frequencia que agora nao me lembro qual era. A brincar ele disse-me « na selva acha que as leos deixam de correr quando estao gravidas? Claro que nao, têm que continuar a procurar alimento ». Apenas me aconselhou a fazer o que conseguia e desde que me sentisse sempre bem.
    Sei que muitas grávidas com outros problemas e gravidezes de risco nao o podem fazer e nestas situaçoes é obvio que devem parar, mas se se sentem bem e o corpor está habituado, nao tem mal nenhum!
    Às vezes digo a brincar que nadei tanto durante a gravidez que deve ser por isso que a minha filha adora ir à piscina, mergulha sem problema desde os 4 meses!

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  7. Sabes que mais Joana? Tens um coração profundamente bom. Delicioso ver-te usar o teu estatuto de influencer (porque o és, não venhas dizer que não) para colocar as coisas no lugar do bem, no lugar do respeito pelo próximo, pelo igual e pelo diferente. Parabéns a ti, Joana. Adorei. Quanto à Carolina, é tão isso: é tão mais ou tão menos como qualquer uma de nós. E é gira a gaiata. Gira como um raio! E obviamente isso gera a inveja alheia. Enfim. Um beijinho para ti Joana. Mereces beijinhos apenas porque sim

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  8. Muito pipoca mais doce inspiration, este post

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    1. A Ana Manuel Ferreira também escreveu sobre a Carolina na Capazes este mês, a Catarina Beato também nos stories, digamos que não é propriamente um assunto em que alguém tenha o exclusivo, é algo batido. Mesmo assim, gostei do que li aqui.

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    2. Não foi intencional, como deve imaginar :)

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    3. Ia dizer o mesmo. Infelizmente, a JPB está cada vez mais comercial. Muito menos genuína. Quando começaram eu era team JPB. Agora, cada vez mais, sou team JG. Muito mais real.

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    4. Qual o problema das bloggers serem comerciais? Isto de ter um blog ainda deve dar trabalho... E trabalho normalmente leva a compensação (dinheiro, géneros, reconhecimento...)
      Não criticam a Carolina e acham muito bem e tal, mas criticam que haja muita gente a falar do assunto Carolina LOL
      Deixem as moças ganhar a vida e sejam boas pessoas
      Susana

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  9. Perfeito. E isso mesmo. A Carolina e maravilhosa e quem me dera ter a garra que ela tem. Ponto.

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  10. Concordo a 100%! Infelizmente há muita gente que não consegue tolerar o bem estar dos outros e prefere criticar em vez de fazer alguma coisa por si própria!
    Ela tem garra mesmo e devemos ver isso comigo um incentivo, ou se não servir de incentivo podemos ao menos não falar mal só porque sim! Estou prestes a ter a minha segunda filha, e quem me dera que ficasse ótima como ela! Um beijinho a todas as mães que de apoiam em vez de se odiarem! 🙏🏻😘

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  11. E se fosse? Os blogs são precisamente inspirações ... o texto é completamente diferente para quem só sabe criticar depois de ler os títulos e não lê os textos....
    Que gente tão mazinha... dão se ao trabalho de vir aqui ler ( nem que seja só o título) e criticar.... bolas... eu quando não gosto de uma loja, não entro pura e simplesmente . Não me
    Ponho a porta a dizer que a loja não presta ou que a roupa é isto ou aquilo....
    Quanto à Carolina, quem me dera ter a força de vontade e o dobro da barriga delA!������
    Beijinhos Joana

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  12. Adorei este post! Muito bem escrito Joana ;) Beijos* Ana

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  13. Temos de ser mais tolerantes, aceitar mais os diversos comportamentos... =)
    Beijinhos,
    https://chicana.blogs.sapo.pt/

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  14. É possível fazer desporto como é possível comer sushi, camarão e extremando, beber e fumar. Tudo é possivel. O médico concerteza a avisou dos riscos, porque há riscos, e ela arriscou. Há quem arrisque, quem não arrisque. Não vale a pena vender aquilo como saudável na gravidez. Não é. Também não vale a pena melindrar-se com aquilo. É o trabalho dela, ela ganha dinheiro com a sua imagem e com o fitness. Parece resolvida e feliz, que acho que é o melhor exemplo. Viver a vida como quer sem se melindrar com a opinião dos outros.

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