Epá, mas porquê? Porquê? Se somos portugueses, por que é que gostamos de ver tudo "à espanhola"?
Até quando temos alguma amiga com maminhas novas temos vontade de ir lá mexer (às vezes nem temos, mas elas parece que querem muito que se mexa), mas aí não tem mal. Pode ser só um bocadinho pouco católico e talvez um prazer enorme para algum ser (daqueles que demoram uma eternidade na casa de banho a fazer o número dois) que acidentalmente passe por lá, já que acabou de ouvir a palavra "mamas".
Vamos lá a ver se a gente se entende e isto é válido para familiares "mais afastados", conhecidos, estranhos, velhotas queridas, outras mães, etc:
LARGUEM-ME O PUTO, PÁ!
- Já sei que o meu filho é muito lindo ou muito querido, mas ficava bem melhor se não lhe enfiasses as patinhas cheias de tabaco em cima. Se não é tabaco, pode ser de uma chamuça que tenhas comido minutos antes. Não mexe!
- Já sabemos que ele tem umas pernas muito gordinhas ou fofinhas, não é preciso ir lá mexer. Creio que ninguém gosta que se lhe faça o mesmo. Além de dizer que a outra pessoa está gorda, ainda vai para lá amarfanhar a carne, sem a conhecer de lado nenhum, mas o que é isto? Cheira-me a assédio. Larga, pá!
- O bebé não sofre de miopia, podes falar um bocadinho mais longe da boca dele ou vais dar-lhe um linguado? Fala fora do carrinho, ele ouve-te. E mesmo que não te oiça, também não faz assim tanta indiferença. Por que é que não vais falar tão de perto para cima de um bonsai? Seria óptimo para o regar devagarinho.
- És cabeleireiro? Então para de tentar pentear o meu filho. Primeiro, estás a violar a sua aparência individual, estás a pô-lo penteadinho como os outros. E, depois, gostarias que alguém bem mais velho que tu que não conhecesses, te acachapasse os cabelos no escalpe?
- Estás doente? Por que é que estás a falar comigo? Por que é que estás no mesmo elevador que eu se viste que eu tenho um bebé no carrinho? A tua ideia é que pareces menos doente se pegares a toda a gente?
- A sério? É giro pegar em bebés que mal conheces ao colo? Tens uma tendência pequenina para o rapto? Não? É que é isso que alguns bebés podem sentir. Tira-os do colo da mãe porque te apetece ter um no teu, se ele gosta ou não, é indiferente, não é? Há que pedir à mãe se pode ir ao colo. Até eles terem uns 30 anos, somos nós quem sabe em que colos (do útero) andam metidos (literalmente, no caso dos rapazes) ou em que colos se andam a sentar (no caso das raparigas). Eles sentem-se bem ao pé das pessoas que conhecem. Seria giro tirarem-te da cama e porem-te no meio de uma palestra sobre fenícios sem te perguntarem nada? Seria desconfortável, triste e imbecil. Pois. Está dito.
O melhor é largar. Só se faz com os bebés o que se tem confiança para fazer com os pais.
Qualquer noção de que possa ser misofóbica ou hipocondríaca está assustadoramente perto da verdade, mas só desde que fui mãe.
*imagem do site We Heart it.
Uma delícia !
ResponderEliminarMuito bom ! Uma verdade retratada com um cunho cómico muito engraçado.
Aconselho vivamente a ler, especialmente a quem tenha filhotes pequeninos. :)
Como eu entendo este post. O meu filho com agora 8 meses nasceu com uma doença genética (fibrose quistica) se quando eu estava grávida já partilhava desta ideia, depois de o meu filho nascer e de lhe ser diagnosticada a doença após 76 longos dias de internamento na UCIN só veio mesmo reforça-la. Mas eu sou bruta que nem uma porta e faço questão de dizer a toda a gente para não lhe tocar e não respirar para cima dele aproveitando como desculpa a doença em questão. Mas a verdade é que as pessoas não se mancam e com tanto sitio onde podem tocar nas crianças o primeiro sitio onde vão é sempre as mãos que eles passam a vida a levar á boca nestas idades. se alguém que não conheço me pede para ver o miúdo respondo logo com um pronto e redondo não. Mas afinal de contas "dei à luz" um bebé ou um monumento que tem de ser visto por todos. PQP a essa gente não quero nem saber o que dizem de mim nas minhas costas. O filho é meu e eu é que sei.
ResponderEliminarP.S. Muitos parabéns pelo vosso blog, acompanho-vos praticamente desde o inicio e revejo-me muitas vezes nas vossas publicações.
Ora aí está!!! Também detesto, por acaso agora como ela ainda é muito pequenina (tem apenas 10 dias só esteve com pessoas próximas) mas já sei que mais tarde vou ser tb assim. Ja quando estava grávida detestava que me pusessem a mão na barriga pessoas que mal conhecia...
ResponderEliminarParabéns e felicidades
O meu filho tinha três dias e um namorado de uma amiga veio vê-lo... com 40 de febre! Só me apeteceu come-lo ali mesmo! Mas pronto, o miudo não saiu do quarto, teve sempre a dormir, mesmo quando não estava! Há pessoas que não têm noção e o pior é que ainda nos chamam comichosas!
ResponderEliminarMaravilhoso post. Aquilo que passa pela cabeça de muitas mães, mas que não têm coragem para verbalizar ou escrever.
ResponderEliminarwww.lovelab1.blogspot.com
Sim, se as pessoas estão doentes não gosto que peguem na minha filha mas, de resto, não me importo muito.
ResponderEliminarAgora que leio este texto começo a perceber que, por vezes, não tenho as melhores atitudes. No outro dia fui à creche da Lara e estava lá um menino tão fofo e simpático a meter-se comigo e a levantar os bracinho. Pimba, agarrei-o ao colo logo. E ele todo satisfeito a gesticular e afalar comigo à sua maneira. Levei uma descompostura, com razão, da educadora. Nunca mais toquei nos outros miúdos mas confesso que me custa um bocado. :P
Mas que maravilha... e eu a pensar que era doida. E isto e tocarem na barriga enquanto grávidas. "Não é para mexer nem tocar. - És mesmo esquisitinha!!!"
ResponderEliminarObrigada por me mostrarem que não estou sozinha no mundo com este pensamento.