Dá sempre em que pensar.
Como vai ser com os gatos quando o bebé chegar? E até antes, na gravidez, há o problema da toxoplasmose, com o facto da maior parte de nós não ser imune e, por isso, muitas mães ficam assustadas e ou arranjam alguém que fique com os gatos ou, então, despacham-os com uma enorme facilidade, visto que vão ter "um brinquedo novo".
Quanto à gravidez, se forem só gatos de casa (se não andarem a passear no jardim, a roçarem-se em cogumelos e em rameirinhas de rua) e se tiverem os cuidados de saúde em dia (vacinas e desparasitações), é apenas preciso convencer o nosso rapaz a limpar a caixa da areia dos gatos frequentemente e durante 9 meses. Frequentemente, porque o risco de contagio de toxoplasmose aumenta consoante o grau de falta de higiene da casa de banho deles e convém que seja ele até para nós não inalarmos os vapores, não termos qualquer contacto com aquilo. São umas férias de limpar cocós de gatos, até limparem cocós de pessoas. Aproveitem!
Quanto à chegada do recém nascido, nós cá em casa até tremíamos. Pensámos em fechar a porta do quarto sempre que a Irene lá estava a dormir para não corrermos o risco deles se atirarem a ela, mas eu li algures que isso podia aumentar os ciúmes e a questão territorial. Achámos que o melhor era agirmos naturalmente. Chegou a bebé (que eles já pseudo conheciam de andarem sempre a dormir encostados à minha barriga) e ela faz parte da família, por isso podem cheirá-la à vontade. Nos primeiros dias tivemos que educar os gatos para não dormirem aos pés dela na caminha, apesar de ser amoroso. Eles receberam-na com alguma distância, mas apreciavam o calorzinho e queriam deitar-se ao pé dela como gostam de se deitar ao pé de nós. Claro que ficámos para morrer. Conhecemos os nossos gatos, mas não deixam de ser gatos e poderem passar-se de um momento para o outro. A verdade é que, com os nossos gatos, os maiores riscos são agora que ela já interage com eles e, mesmo assim...
... tem sido óptimo. A bebé já brinca com o Noddy e com a Bubbles. É bonito sentir que somos uma família de dois adultos, uma bebé e dois gatinhos. Na brincadeira, referimo-nos a eles como irmãos da Irene (mas não somos maluquinhos, sabemos que não fui eu a pari-los). Eles cheiram-na, gostam de se roçar nela (para, com as feromonas, dizerem que ela lhes pertence) e ela, como ainda não percebe os riscos, gosta de lhes puxar os pêlos, bigodes, orelhas e, acima de tudo, a cauda. Aqui entra o papel de vigia. Não convém mesmo deixar a miúda sozinha ao pé dos gatos e quanto mais irritadinhos forem os gatos, pior. A Bubbles é meiga e calma, mas quando lhe tocam abaixo da cintura (pode-se dizer cintura quando se fala de um gato?) costuma dar uma mordidela. À Irene não morde quando ela lhe faz isso, o que não quer dizer que um dia não vá morder, certo? O Noddy é mais assustadiço, dá muitas mordidelas pequeninas mas, como ainda tem medo da Irene, não a provoca nesse sentido. Só se roça nela e gosta de ficar a olhar para a Irene quando ela está a brincar.
É sabido que a convivência com animais de estimação além de diminuir o risco de contrair alergias, também facilita o desenvolvimento das crianças. Não vejo por que não se manter os animais com os bebés com uma vigilância constante, claro. Há a questão dos pêlos? Claro que há. Nem toda a gente tem dinheiro para comprar gatos destes:
Agora a sério, quanto aos pêlos, também estamos atentos, claro. Aspiramos regularmente. Temos uma swiffer para dar um jeito nos sítios onde ela possa andar a rastejar, olhamos constantemente para a chucha antes de a pormos à boca, etc. É uma coisa natural, não temos de fazer qualquer esforço.
Compensa termos a família completa porque é mesmo isso que somos. Família, apesar de uns terem bigodes (tenho de ir fazer o meu).
Há só um inconveniente gigante que é o facto dos gatos acordarem primeiro que o resto do pessoal e fazerem questão de acordar toda a gente. Se antes já tinham gatos a acordar-vos, agora imaginem o que é serem acordados pelo bebé, depois pelos gatos, depois pelo bebé que acorda com os gatos.
Nota: Conversar sobre com o obstetra e veterinário porque poderá haver casos em que a saúde da mãe ou do bebé não deixem margem de manobra.
Eu tenho um persa. Também não era imune à toxoplasmose, mas continuei a cuidar dele normalmente, a limpar a caixa, etc, etc. A unica diferença foi que comecei a fazer com luvas e a lavar mais as mãos. O meu gato durante a gravidez andou sempre de roda de mim, dormia junto da barriga, etc, etc. Quando a bebé nasceu, tadinho, comecei a dar-lhe menos atenção, mas por falta de tempo. Ele nunca foi muito de se aproximar dela, tinha era a mania de se deitar na espreguiçadeira, nas mantas, etc, etc. Agora, ela com 15 meses, corre a casa atras dele. Tadinho, acabou se-lhe os descanso.
ResponderEliminarOlá, nós já tínhamos o Benny quando a nossa filha nasceu, e ele adora a Rita e vice-versa, entretanto a Rita cresceu e decidimos adoptar outro gatinho, para fazer companhia ao Benny... A educação das crianças passa também por saber respeitar os animais e saber amá-los... Bom Natal
ResponderEliminarOlá Joana!
ResponderEliminarAo contrário da maioria das leitoras, eu sou ainda uma jovem estudante no altos dos seus 22 anos, e como é óbvio ainda não tenho filhos (o meu "ainda", foi assustador?). A verdade, é que adoro ler blogues sobre maternidade porque adoro ver o tipo de mães diferentes que há, e gosto de imaginar como serei eu daqui a uns bons mas bons anos. Para além de que sou uma pirosona de todo o tamanho que adora ver fotos de bebés, e vídeos, e roupas, e grávidas! É tudo tão fofoooo! Bem vamos ao que interessa, estava eu a dizer que sou leitora do vosso blogue e do qual gosto imenso! Descobri-o à pouco tempo, e desde então que todos os dias venho espreitar o que por aqui dizem. E foi num desses momentos em que estava a estudar para uma cadeira da faculdade que me deparei com este post.
Ó Joana, diz-me como é que eu logo vou dormir? Que medo desse gato! Os "sphnix" (sim porque fui pesquisar sobre eles) parecerem autênticas figuras do demo. Continua assim com a tua família completa bem simpática e querida e peluda(estou a falar dos gatos), e nunca penses aumentar a família com esta versão do Chucky, mas em gato. Mil vezes os pêlos!
:)
Beijinhos
Tenho 2 cadelas, 2 gatos e uma bebé de 2 meses. Os gatos ignoram-na e fogem dela qd a ouvem chorar, já as cadelas sao curiosas e estao sempre a cheirá-la e a lambê-la. A convivência com animais só faz bem às crianças! E mesmo na gravidez, nao ha nenhum caso que nao permita a convivencia c animais. A toxoplasmose só se transmite por gatos que andem em zonas que tenham animais de pecuária - nunca por animais de apartamento! Infelizmente, muitos gatos sao abandonados devido a estes mitos, propagados por medicos alarmistas. Como em tudo qd se tem um filho, o melhor é informarmo-nos bem!
ResponderEliminarOlá joana,
ResponderEliminarConvém também dizer que a toxoplasmose não é uma doença endemica de Portugal, quer isto dizer que é muito difícil de um gato de casa apanhar.
Posso dar o meu exemplo, sou engenheira agronoma e sempre comi de tudo no campo, sem lavar... sei que é uma irresponsabilidade, mas adoro comer coisas acabadas de colher. E mesmo assim não tenho imunidade à toxoplasmose.
Cá em casa éramos dois humanos e dois cães, tivemos de dar um porque desde que cheguei da maternidade que tentava a todo o custo morder a minha filha. :( mas com a cadela tudo bem, agora são as melhores amigas. É como dizes, sempre com supervisão e sempre atentos a pêlos.
No meu caso, a minha gata sempre foi (e ainda é) bastante anti-social, não foge das pessoas, mas raramente deixa que lhe toquem e as brincadeiras dela evoluem rapidamente para dentadas e arranhadelas (motivo pela qual é sujeita a manicures e pedicures regularmente).
ResponderEliminarSobre a toxoplasmose, também não era imune, mas o marido tratou sempre da higiene dela. De resto, a Iris, durante a minha gravidez, aconchegava-se à barriga, deitava-se ao meu lado, e não tenho dúvidas que esta foi a altura em que ela esteve mais carinhosa comigo! Quando a Eva nasceu, ressentiu-se muito, estava sempre a querer ir para a cama da bebé, deixou de comer e nem sequer quero falar como o pêlo ficou... Foi preciso muita atenção e, passados 2 anos e meio, posso dizer que ainda não fico 100% descansada, principalmente quando a Eva resolve aproximar a cara do focinho dela! A Iris está muito mais tolerante, mas se vir algum braço a aproximar-se rapidamente do espaço dela, defende-o, faz parte da sua natureza. Mas, o resultado desta convivência é: uma menina de 2 anos, bem mais corajosa e destemida do que eu, e que nem levando com uma arranhadela no braço esporadicamente, desiste do seu objectivo, adora todos os animais, é alegre e energética. Dizem que os 2 anos é uma idade que pode ser marcada pelas birras e pelos medos; birras confirmo, mas medos ainda não lhe conheço nenhum...