12.28.2018

O pipi muda de tamanho com o parto?

Para esta questão que tanto assombra mulheres como respectivos pipis, as autoras Joana Paixão Brás e Joana Gama decidiram - além de serem honestas - convidar um especialista neste assunto: o Paulo que veio trazer o almoço de Uber.





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12.27.2018

Aquela mãe à janela...

Espreitei e vi. Lá em cima, num segundo andar, ela estava com um bebé, que imaginei ser uma menina, ao colo. Pequenina, pequenina. Tinha dias. Haviam chegado a casa há pouco. Ela pousava os lábios nos poucos cabelos, sentindo-lhe certamente o cheiro, aquele cheirinho incomparável, a bebé. Olhava para a rua. Tinha luzes de Natal ao seu lado, nem sei o que brilhava mais. Tinha um olhar tão doce, tão meigo, tão maravilhado com tudo. Era mãe. Estaria a cantar-lhe uma canção? A fazer-lhe uma promessa? A dizer-lhe que foi tão mas tão desejada que nunca mais iria largá-la? Que a iria engolir com beijos?

Aquela mãe tinha um olhar tão mágico. Estava tão feliz.



E eu voltei aos primeiros dias das minha primeira filha. Aquele bebé quentinho no nosso colo, aquele futuro todo por viver, aqueles sons e esgares, tudo tão desejado, mas ao mesmo tempo tão assustador. Não posso precisar, mas acho que alternei entre um olhar que assegurava plenitude e outro que revelava medo. O orgulho e a insegurança. A felicidade e a dor, física, mas não só. Não tive o David ao meu lado o tempo que precisei. Foi só uma semana e uma semana é pouco. Chorei copiosamente mal ele fechou a porta. Fiquei sozinha com uma bebé que eu ainda não conhecia bem, da qual nem sempre compreendia o choro, e nem sempre tive a certeza de que eu bastava para ela. Foi um processo que me fez crescer, ganhar calo e também criar uma relação forte, tão forte, com ela. Teve de ser. Já nem sei se a memória me falha, mas agora acho que me safei bem. Demorava horas para sair de casa. Lembro-me de uma vez em que telefonei ao David, já desesperada, porque não conseguia fechar o carrinho, estava eu num parque de estacionamento ao pé da praia, ela no carro a chorar e... daquela vez em que o cocó dela me sujou a roupa toda e eu não sabia que era preciso andar sempre com uma muda também para a mãe, na mala. Foram os 3 meses mais intensos da minha vida. E, afinal, passaram a correr. Quando eu já estava a começar a saber dançar aquela dança, tive de voltar ao trabalho, o David estava fora de Portugal e aí é que senti o que eram dificuldades: ela deixou de querer mamar, demasiado habituada aos biberões na minha ausência, eu com as mamas a rebentar porque nem sempre conseguia tirar leite durante as horas de trabalho; as saudades dela; as saudades dele e a falta dele para me ajudar nas más noites; as consultas; a gestão de tudo... não foi fácil. Não foi. Fez-se. Já passaram 4 anos, quase 5. Voltei a ser mãe. Voltei a casa e estive um ano e meio com a minha bebé. Voltei a trabalhar, mais um ano. E agora voltei novamente a casa. Descobri que vamos alternando sempre entre a confiança em nós e o cansaço, as dúvidas e medos. Que não há fórmulas certas, só um coração cada vez mais cheio e, às vezes, apertado.


Não sei que planos, que contas e que expectativas tinha aquela mãe à janela com o bebé ao colo. Nem sei sequer se estava plena, tranquila ou se, às vezes, se sentia assustada. Mas tinha um brilho único. Era mãe. Era mãe para sempre. 

A Irene fingiu que acreditava no Pai Natal.

Por que escrevemos Pai Natal com letra maíscula? Será que era por ser inicialmente um santo? Ou será que é um resquício de crença no indivíduo que distribui prendas à parva pelo mundo inteiro e que tem probabilidades de vir a ter gota? 

Neste Natal decidiu-se (meio à última da hora) continuar com o meu irmão vestido de Pai Natal. Já no ano passado não tinha colado decentemente - apesar de ter deixado uns 10% de dúvida - e este ano foi "pior ainda". 



A Irene, quando chegou o "Pai Natal" (o melhor é pôr entre aspas não vão vocês pensar que, por ser blogger, tive direito ao verdadeiro Pai Natal lá em casa), fez uma festa incrível e, quando ele - sem falar (está sempre rouco o nosso Pai Natal, senão ela reconheceria a voz) - lhe pediu uma bolacha, ela foi a correr buscar.


Brincou muito a abrir os presentes. Animou o Natal da família inteira e até decidiu que queria dormir em casa da avó. Dormimos. Antes de adormecer (uma eternidade até conseguir, deve ter sido da quantidade absurda de Guylian que emborcou mais ou menos de fininho), disse-me que não acreditava no Pai Natal, que sabia que tinha sido um menino com barba a fingir, mas que tinha gostado na mesma. 

Não lhe tinha perguntado nada e tenho pena que ela já não acredite, mas foram demasiadas pistas. Nomeadamente ver um Pai Natal em cada centro comercial e ter um aspecto diferente. Começou a desconfiar. Meh. 

E os vossos? Como foi a relação deles com o Pai Natal?

Nota: Só agora reparei que... ahahah além de não falar, o Pai Natal também usa óculos escuros, ahah. Estamos mesmo a subestimar a miúda, credo. Ahah.