12.02.2018

Dão comigo em louca.

Vocês levam-me à loucura. Quando vos quero vestir e se põem a correr nuas pela casa fora. Quando decidem amarrar o burro de seguida. Quando disputam a mesma porcaria de plástico sem qualquer interesse. Quando querem o copo da mesma cor. Quando não querem ver a mesma coisa na televisão. Quando querem vir dançar no meu colo ao mesmo tempo. Quando se batem, se arranham, se imitam. Quando nenhuma quer tomar banho (juro que pensei que fosse acontecer apenas na adolescência...). Quando querem, ambas, apertar o botão, ligar a luz, abrir a porta. 

Mas depois.
Depois dão comigo em louca de amor. Quando se defendem. Quando se abraçam, de saudades, umas horas depois de estarem separadas. Quando pedem desculpa. Quando guardam uma bolacha para a outra. Quando riem juntas. Quando dão as mãos no carro, lá atrás, e me chamam para ver (sabem pouco...). Quando festejam as habilidades ou conquistas uma da outra. Quando se olham com olhos de encrenca. Ou de amor.

Quando hoje a Luísa acordou, de manhã, e a primeira coisa foi perguntar pela irmã. Ou quando, à tarde, chorou com saudades dela.

É para sempre. 

Primeiro passeio na rua


Em Dublin, este ano, a aprontar 

Em Dublin, só a serem fofinhas

Aquele queixinho significa raivinha de amor. E folhas por todo o lado.

Quando partilhar é fixe. Desde que seja só um bocadinho.

Aniversário da Isabel - 3 anos.

Páscoa 2017

Esta nem precisa de legenda.

No parque, em Santarém

Oinnnnnnn

Primeiro dia em casa

Passeio por Coimbra, depois de visitar o Portugal dos Pequeninos

Primeira semana em casa, a adorar "a menina"

Coisas boas.

No passeio pelo parque.



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11.29.2018

Este livro é mesmo delicioso!

Foi a primeira coisa que comprei quando soube que estava grávida. Pronto, a segunda.
A primeira foi um babygrow mínimo, para anunciar ao David que ele ia ser pai. E para anunciar a toda a família.
A segunda foi um livro. Estava decidida. A minha filha iria ter uma biblioteca repleta de histórias, de cores, de sonhos. Podia nem vir a ter mais brinquedo nenhum. Mas livros teriam de fazer parte da nossa rotina.
Comprei-lhe um livro a cada mês da minha gravidez. Escrevia-lhe cartões a acompanhar os livros, para que, mais tarde, soubesse todo o amor que havia nas palavras e no coração. Comovia-me. Comecei a ler-lhe histórias com dois meses. Antes de dormir, íamos para o cadeirão, e contava-lhe uma história. Durante algum tempo, a mesma. Ainda nem falava e já fazia gestos, já conhecia a história de trás para a frente. E esta paixão por livros vem dali. Não há um único dia que não contemos uma história: eu, o pai ou quem ficar com elas. É dos momentos mais ternos do dia.

Os livros são as coisas mais valiosas cá por casa. A Isabel nunca estragou nenhum. Já a Luísa… bem, uns quantos já estão colados a fita-cola. No entanto, continuamos a deixá-la explorá-los, não nos faz sentido de outra forma.




O último a vir cá para casa é uma pequena maravilha: O Narciso com pelos no Nariz”, que ganhou o último Prémio de Literatura Infantil do Pingo Doce (podem encontrá-lo por lá a, apenas, 3,99€!!!). Isto é serviço público, acreditem. A história é tão bonita, de uma relação entre dois irmãos, tão cheia de suspense e de sentimentos lindos, de rasgos de humor e de descobertas, que vale mesmo a pena. Então agora que a Isabel nos revelou que tinha um namorado, que se chamava João, e que ele brincava muito com o Rock, foi um tiro mesmo certeiro. [Sim, ainda estou em choque! Ahah! Apesar de não ter dado muita importância porque são mesmo pequeninos, são amigos e pronto]. A Rita tem nove anos e quer desvendar um mistério: o irmão mais velho, o Filipe, não anda bem e ela acha que é culpa da magia negra. Poesia, violência na escola, coragem e amizade: há de tudo naquelas páginas. Até paixão. E mais não digo. Leiam (e leiam-lhes, porque, mesmo que os vossos filhotes não entendam tudo, alguma coisa fica, mais não seja o momento que estão a ter convosco).



A Andreia Penso Pereira e a Ana Granado (que, por acaso, é filha do meu professor preferido da faculdade, o António Granado) estão mesmo de parabéns pelo texto e pelas ilustrações, respetivamente. Sem querer desprezar todos os vencedores das edições anteriores (que temos cá por casa, óbvio, e de que gostamos muito, principalmente do Orlando – o Caracol Apaixonado), este é mesmo fantástico! [Já agora, também podem seguir a Ana Granado no instagram, no “Diário de uma Mãe Ilustradora”, que eu já sigo há que tempos e é demais!]



Este prémio é uma iniciativa de louvar, que revela verdadeiros talentos, e que, a um preço muito simpático, torna os livros acessíveis a muitas famílias e, assim, promove o gosto pela leitura dos mais novos.







Acho uma ótima prenda de Natal: um livro é sempre uma ótima prenda.

Boas leituras!

  

[Como é um tema muito pedido, um dia destes fazemos o nosso TOP de livros cá de casa, prometo!]
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11.28.2018

Não é da nossa família, mas é como se fosse.

A Irene e eu moramos sozinhas há mais de um ano. Tenho vindo a contar-vos como é exigente para ambas esta vida em dupla quando estamos juntas. Tem muitos desafios, como muitas de vocês sabem, outras imaginam e outras ainda, se calhar, até gostariam de estar no nosso lugar - já quis e continuo a querer, ahah. 

Um dos desafios (além de não ter hipótese de não estar 100% capaz de tomar conta dela, não ter opção, por muito cansada que esteja ou triste ou zangada) é quando ela adoece. As noites são péssimas, a preocupação é alta, a disposição dela muda (e a minha também) e, pelo meio, tenho de ser prática. 

Já nos aconteceu precisarmos de medicamentos e da última coisa que parecia certo fazer ser sair de casa, apanhar chuva e frio para ir à farmácia. 

A Irene há uns aninhos, lembram-se dela assim? Eu lembro, haha. 
Houve uma vez - já não me lembro do que precisávamos, mas talvez soro para lavar o nariz, um xarope bom para hidratar a garganta - em que liguei para a Farmácia Portuguesa daqui da frente de casa para saber se tinham o que eu precisava. Já que ia sair à rua, que saísse só para um sítio e com a certeza que não faltaria nada, não é? 

Atendeu o Ricardo. Conhecemos o Ricardo desde sempre - moramos nesta casa desde que ela nasceu - e sempre que vamos à farmácia é ele quem nos atende ou está por lá e acaba sempre por meter conversa com a Irene. Visto ser a Farmácia Portuguesa do bairro também já aconteceu encontrarmo-nos no jardim dos baloiços aqui perto e ter conhecido a sua família, muito simpáticas. :)

Foi sempre muito simpático e atencioso. Além de farmacêutico e de poder contar com a sua formação, por ser pai de uma menina mais ou menos da idade da Irene, também conta com a experiência dele e da filha. Ouvir "com a minha filha resultou mais assim" ajuda-nos sempre nem que seja a ter mais um pouco de fé na solução. 

Acaba por ser uma espécie de histórico de saúde da Irene. Ele já sabe que ela fica ranhosa no Inverno e porquê, já sabe o que geralmente vou comprar quando preciso e tem assistido ao crescimento da Irene e até às minhas várias fases. Foi naquela farmácia que uma vez apareci desesperada a dizer que não estava a conseguir amamentar a minha filha e o Ricardo acalmou-me. Foi naquela farmácia que contei que já não sabia como estava o Frederico quando me perguntava porque nos tínhamos divorciado, etc. 

O Ricardo tem sido uma constante na nossa vida e alguém que está por perto. 

Nesse dia em que nos faltaram coisas básicas mas importantíssimas para melhorar o estado de saúde e de conforto da Irene desabafei ao telefone que não sabia quando lá iria visto não ser muito prático e sabem o que ele fez? 

Veio trazer-nos o que precisávamos a casa. 

É ainda mais do que o tipo da Farmácia Portuguesa do outro lado da estação. É alguém que adora o que faz, que gosta de cuidar, que sabe que pode ajudar e que faz o que puder. 

Escusam de estar com esse ar que não é ele o meu namorado, ahah. É um amigo que sei que estará ali à frente quando precisarmos.

A Irene quer sempre ir à farmácia do Ricardo e, apesar de ficar envergonhada, adora as brincadeiras dele. 


Por isso, obrigada Ricardo. E a esta farmácia aqui à frente que faz com que seja tudo muito mais prático e fácil para nós.

Vou propor à Irene fazer-lhe um desenho para dar de prenda neste Natal :)