3.16.2018

"Quero ir para a casa do Pai"

Isto foi no fim-de-semana passado. Tinha planeado ficar sábado inteiro em casa com ela a arrumar coisas, a organizar a minha vida, a fazer sopa - vocês percebem. Tinha acabado de arranjar uma prateleira do quarto dela e eis senão quando a Irene diz: "Quero ir para a casa do Pai!". 

Ela às vezes verbaliza que tem saudades ou, quando pergunta quem vai buscar, pergunta se é o pai ou se sou eu, mas nunca tinha sido tão clara: "Quero ir para a casa do Pai". 

Fiquei radiante. Dizer-me isso é sinal de à vontade. Dizer-me isso é sinal que reconhece o que sente e que verbaliza o que quer. Dizer-me isso é sinal (não que eu não soubesse), mas que gosta do Pai e quer o Pai. 

Disse-me que queria fazer uma videochamada.

Antes enviei umas mensagens ao Frederico a perguntar se ele teria disponibilidade e, apesar do fim-de-semana ser meu, porque é que eu achava importante que ela fosse desta vez e que isso não quer dizer que sempre que ela diga que terá que ir. 

Acho importante que haja a rotina, que haja o que está definido, mas sinto que, para a Irene, nesta altura, é importante que ela sinta que o Pai está disponível para a receber quando ela verbaliza que sente saudades dele. Numas vezes dará, noutras não. Desta vez deu. 

Fizemos a videochamada, ela fez um teatro de fantoches (com aqueles de dedos da Ikea), em que foram os bonecos a dizer que queriam ir para a casa do Pai. Passado um tempo lá foi o pai buscá-la e voltou a pô-la algum tempo depois que já tinha outras coisas combinadas. 

Fiquei muito feliz pela sorte que a Irene tem de a conseguirmos ver e ouvir e de ambos lhe podermos dar estes miminhos para que ela sinta que, apesar de separados, estamos unidos no que conta. 

Sei que isto não dará para todas as famílias. Há muitas relações que acabam depois de problemas sérios e que é difícil perdoar, esquecer. Há relações em que uma das pessoas está só concentrada em fazer mal por se sentir tão magoado e é tanta a dor que não se vê a criança. 

Para todas essas famílias, esses ex-casais, só peço que num dia de sol, como o  desta manhã, olhem para o sorriso do vosso filho ou filha e pensem: só isto importa. 

Mais amor, por favor. 


Damos o que podemos. Damos o que conseguimos. Nós temos muita sorte. Sinto que o Frederico e eu saltámos do barco antes dele se estampar contra a rocha e, por isso, embora nos tenha custado horrores, estamos os dois inteiros. 

Que bom ela querer ir para a casa do Pai e dizer-me. Ela sabe que a mãe fica, que a mãe não desaparece. Diga ela o que disser ou fizer. É amor incondicional.  


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3.15.2018

E um pai assim?

Comoveu-me. Muito. 

No dia de Carnaval da escola da Irene, em que a Irene foi de super-homem, como vos contei aqui, quando entrei na sala dela, vi um dos pais mascarado. Estava disfarçado de urso. 

Fico sempre comovida quando adultos brincam e fico ainda "pior" quando vejo pais a "se ajoelharem" assim para fazerem sorrir uma criança, a filha. Olhei para a turma dela e estava lá a mãe, com um sorriso enorme - ela sorri sempre muito (ai que isto vai ser awkward da próxima vez que a vir) - e muito bem disposta, com a filha, mascarada de Masha. 

O pai e a filha foram os dois mascarados. O pai foi de urso para a escola para fazer dupla coma filha e a mãe também foi. Não foi mascarada, era uma coisa deles os dois. Bem sei que muita da minha comoção terá que ver com a minha própria experiência de vida, mas não há maniera de tornar isto menos que bonito. 

Depois, à saída, cruzei-me com o pai na secretária. Achei ainda mais giro já não estar mascarado. Claro que não ia andar de urso o dia todo, mas foi ainda mais bonito saber que foi pela miúda. Foi isso: foi por ela. 

Lembrei-me agora desta história, calma, não ando a pensar todos os dias nisto. Gosto de pensar que o meu lado "mariquinhas" ainda está em segundo plano, tendo este blog como uma das co-autoras, a Joana Paixão Brás (eheheh). Veio a propósito da tour do espectáculo Masha e o Urso.



Do que vim a saber, é o desenho animado mais famoso do youtube. Os cenários são muito giros, os bonecos são deliciosos. Não preciso de descrever, que a maior parte de vocês já conhecerá, não é? Fiquem atentos à tour, são menos de 10 euros os bilhetes. 



14 e 15 Abril – Lamego | Teatro Ribeiro da Conceição
Sessões: 11h/15h30/18h30 dos dois dias

21 Abril – Lagoa | Centro de Congressos do Arade
Sessões: 11h e 15h30

28 Abril –  Porto | Coliseu | 2900 pax
Sessões: 15h30 e 18h30

5 e 6 Maio – Lisboa | Coliseu dos Recreios
Sessões: 11h e 15h30

12 Maio – Coimbra | Convento de São Francisco
Sessões: 11h e 15h30

27 Maio – Braga | Fórum Braga
Sessões: 11h e 15h30


Divirtam-se :) 
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Isto deixa-a tão feliz!

Na volta muitas de vocês já tiveram esta ideia, mas só cheguei lá anteontem ou lá o que foi. Houve um dia em que fomos a fingir, no carro, que íamos de avião, noutro de camião e, quando dei por mim, pensei: "então, se tenho o telemóvel ligado por bluetooth ao carro para ouvir música, também posso pôr o que quiser do youtube!". 

De repente, o nosso carro transformou-se num camião. Pus este som a dar e fomos desde casa até à escola a fingir que eramos ambas condutores de um camião (parecia mesmo verdade, consegui mesmo alinhar). E hoje fomos de carro polícia. 




Se não é isso que quero ouvir logo de manhã? Não. Se o nosso trajecto é muito curto, é. Mas.. deixa-nos a ambas bem dispostas e é uma história gira e ajuda-me a levá-la mais rápido de casa para o carro, eheh. 

Têm truques que queiram partilhar? 
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3.14.2018

Protegi a minha filha, está tudo certo.

Impossível. Impossível ficar-me por apenas um post sobre o Badoca Park. Como vos contei neste post, recebi um press a falar dele e decidi aventurar-me com a miúda e ir. Só por um dia não me apeteceu fazer a viagem, então optei por arranjar uma solução para o fim-de-semana inteiro: o melhor que fiz. Já viram a casa onde fiquei?  Vejam aqui

Quando chegámos (atenção que se forem pelas coordenadas de GPS não ficam mesmo, mesmo no sítio certo), passámos logo por baixo de um arco enorme, convidativo e a marcar o tom de um safari a sério e não de uma "coisinha a imitar um safari".  E, atenção, já fui ao Kruger Park e não pude sair de "casa" porque andava um hipópotamo à solta que, por causa das cheias, tinham caído as vedações. 

Não fomos bombardeadas por actividades. O ritmo ali é lento. Lento e era um dia quente. Afinal de contas, estamos no Alentejo. Chegámos atrasadas (parece que o ritmo do Alentejo já se tinha entranhado em nós no dia anterior) mas, mesmo assim, tivémos a sorte de chegar precisamente na altura da interacção com os lémures. 

A Sylvie (que amor de guia, faz o parque todo, caramba) explicou-nos as regras antes de entrarmos. Depois de algo assustadas (há mesmo algumas regras), decidi na mesma entrar. Queria muito que a Irene tivesse memórias tão boas e tão diferentes, mesmo que isso significasse que eu poderia cuspir meio coração. 



Ainda bem que o fizemos. Ter aquelas patinhas de borracha por cima das minhas mãos foi fantástico. Parece que usam luvas da loiça. E, se não fizermos movimentos bruscos e isso (ou se estivermos sempre a dar comida), eles comem a frutinha e andam por ali, apenas. A mim, os nervos deram-me para ter ataques de riso (e a sensação ser tão diferente também), a Irene esteve mais no modo observador e a levar as regras da maneira mais literal possível, não estivesse ela muito preocupada com a sua sobrevivência. 


E esta luz? Já viram? A sombra das árvores. Sem estarmos de férias e a experimentarmos estas sensações todas. Não quero parecer demasiado esotérica e coisas, mas estar assim, ali, tem qualquer coisa de estar tudo no sítio. Todos os papéis estavam certos, adorei tentar proteger a miúda (ou fazer com que se sentisse protegida), sol, Alentejo... OK, Lémures podiam não estar no plano, mas estavam e ainda bem. Foi inesquecível. 

Vejam bem a minha barriga e sou blogger. Não deixem que as vossas barrigas vos impeçam de serem coise.

De um frame para o outro temos a fotografia da miúda traumatizada com lémures e que vai sonhar com isso nos próximos 48 anos ...



Já aqui, parece que descobriu a magia de viver. Um pouco como aquilo que devemos sentir quando eles aprenderem a fazer o pequeno-almoço sozinhos e nos deixarem dormir até tarde. 

Vejam os bichos. Ainda bem que não pensei muito nisto e que fui. Foi mesmo maravilhoso. Confesso que foi mixed feelings apenas porque a salada de fruta deles tinha bom aspecto e eu ainda só tinha uma carcaça no bucho desde as 7 da manhã.

Olhem só o privilégio, caramba! Tenho que imprimir estas fotografias e por algures no quarto para ver se ela se lembra...


A segunda actividade foi logo o almoço. Foi-nos recomendado o próprio restaurante do Park que tinha variedade de refeições para todo o gosto, além de uma vista magnífica. 

A Irene comeu douradinhos, eu comi hamburguer e quem foi connosco comeu um belo arroz de feijão com pataniscas de bacalhau. Isto, claro, depois de uma sopinha bem aviada e de umas sobremesas de encher ... os olhos e não só... Bem, pareço o Eça no primeiro capítulo. Até estou a descrever as refeições, só não descrevo a loiça porque... era normal. 

Num outro post, em breve, contar-vos-ei a experiência do Safari propriamente dito, mas espero já vos ter convencido a experimentar a interacção com os lémures, além de vos ter dado vontade de ir ao Badoca Park. 


Vejam só a beleza da Natureza. Que giro... 


E a lata deste (gosto de pensar que é o Juliano) a apanhar sol todo escancarado? Que... delícia... 


Estão todos convidados a ir à Ilha de Madagáscar no Badoca Park. No próximo post ainda vão ficar mais derretidos. 

Gostaram da camisola das maçãs? É da Boboli. :)
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3.13.2018

Nunca gosto de me ver.

Sou muito crítica sempre que tiro fotografias: estou isto, estou aquilo, sou assim ou assado, tenho a cara não sei o quê, o cabelo não sei que mais, tenho manchas do acne, rugas na testa, dentes tortos, queixo torto, ar de quem não sei o quê. Nunca me basto. E isso é uma grande chatice. Sempre que digo que vou tentar melhorar, nesta auto-crítica sem fim, falho. Digo todos os dias às minhas filhas que são lindas, maravilhosas, diferentes, únicas e depois trato-me assim. Tiro fotos atrás de fotos e nunca publico nada porque nunca estou bem. Hoje pedi para me tirarem fotos à hora de almoço e decidi que não ia publicar nenhuma, não gostava de me ver em nenhuma. Até agora. Chega de auto-censura. Chega de querer ser não sei como. Sou assim ou estou assim e isso basta-me.



O casaco é da minha mãe (sim, ainda lhe roubo roupa)
Os brincos, que adoro, são da Papaia
O baton vermelhão - apeteceu-me neste dia mas nem por isso me deu mais auto-estima - é da Sephora 

Também têm problemitas destes parvos?

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Fomos ver O Principezinho e foi maravilhoso!

Não sabia o que esperar. Quando gostamos muito de uma história ou de um livro, há sempre um receio enorme de que a adaptação ao cinema ou um espectáculo não lhe faça jus. Mas com o musical O Principezinho isso não acontece. É bonito, comovente, tem músicas maravilhosas (comprámos o CD no final e fico toda babada ao ouvir a Isabel a tautrear “são os embondeiros”...) e, o mais importante de tudo, a Isabel ainda hoje me disse que adorava ir ver outra vez o espectáculo. Muita gente me perguntou no instagram se era para a idade dela ou para mais novos: não é. Isto é, “mal não faz”, uma vez que, como a Isabel disse “não tem maus” - o principal receio dela era se teria a serpente, tal como viu num bocado de filme com as primas quando foi à Serra da Estrela, mas não. Quer dizer, claro que tem a serpente mas não tem papel de destaque nenhum. Desculpem se estou a ser spoiler mas é para saberem ao que vão. Quando digo que não é bem para a idade dela (faz 4 anos esta semana), é porque a história é complexa, como sabem, e a mensagem não é assim tão simples e linear. No entanto, o giro foi ver, em conversa no carro, que ela tinha percebido o mais importante e ainda aprendeu a palavra “cativar” (e embondeiros).

Além das músicas muito bonitas (há uma em particular interpretada pela Mariana Pacheco que está linda!), o uso do video mapung cria cenários e efeitos muito bem pensados. São 5 actores, 3 deles a fazer muitas personagens, e tiro-lhes o chapéu pela versatilidade.

Vale muito a pena! Está no Teatro da Trindade, até ao final de abril dos 3 aos 15 anos (adorava que quando as miúdas tivessem 7, 8, 9 anos ainda lá estivesse!). A Mãe aconselha!





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