12.17.2017

Faltava-me isto para ser feliz.

Sou um desapontamento para algumas de vocês. Contei-vos aquela história linda de deixar o trabalho, Lisboa, a nossa casa e de termos ido para o campo, por amor às minhas filhas e por mim. Ouviram o chilrear dos passarinhos, viram as lambidelas dos cães todos os dias, cheiraram as flores e as árvores através de mim. Viram-me respirar fundo. E, acima de tudo, viram-me aproveitar bem as minhas miúdas. Estive um ano e três meses a cheirar o cabelo da Luísa, vi-a fazer tudo pela primeira vez, estive atenta a todos os pormenores, amamentei-a sempre que quis, dormi sestas com ela. Fui levar e buscar a Isabel à escola em horário mais reduzido, durante um ano e meio. Aproveitámos bem as manhãs, tomámos o pequeno-almoço juntas, fomos ao parque depois da escola. Pude ficar com elas em casa dias e dias quando estiveram doentes e mais precisaram de mim: não tiveram de ir ainda meias combalidas para a creche, das poucas vezes que aconteceu, felizmente, ficaram em casa até estarem a 100%. Pude fazer Baby Led Weaning com a Luísa, vê-la explorar e provar cada alimento novo com calma e paciência. Pude ir a todas as consultas sem ter de pensar a que dia calhavam e se me iria prejudicar no trabalho. Pude... tanta coisa. Tudo isto não me teria sido possível se tivesse cá ficado, se tivesse continuado a trabalhar. Foi, volto a dizer, a melhor opção para mim, para elas, para todos, enquanto família. Houve esforços de parte a parte. O David, que fazia centenas de kms para o trabalho e que chegava roto a casa. Eu, que tinha dias em que me apetecia ter uma pausa na vida de casa e de mãe. A família, toda, que ajudava sempre que era necessário: avó, tia, mãe. Foi também por isso que procurei aquele lar e aquela família, para ter a rede que me faltava em Lisboa. Tudo isto foi importante para aquele primeiro ano e meio da Luísa.
Até que... chegou uma altura em que precisei de ter novos desafios na minha vida. E em que, pesando tudo na balança, percebemos que me/nos estava a fazer falta ter um trabalho fixo e estável, seja lá isso o que for. Ainda ponderámos ficar a viver em Santarém, mas com dois adultos a trabalhar em Lisboa e ficando dependentes da minha mãe para tudo (vai levar, vai buscar), não seria viável, por inúmeras razões. Fez-se luz: voltamos todos a Lisboa. O que mais importa é estarmos os 4 juntos, a pouca distância uns dos outros, a partilhar a cama de manhã, o pequeno-almoço e o jantar, os banhos, as histórias e os mimos. Era isto que, nesta fase, nos parecia fazer mais sentido.

E faz. Faltava-me isto para ser feliz nesta fase. Estar a trabalhar, estar com adultos, aprender coisas novas, desafiar-me, dizer uns disparates a meio do dia, sair para almoçar e conversar com pessoas, ter vontade de me arranjar. Estar perto dos meus amigos, poder ir a uma jantarada sem ter quilómetros por fazer depois. Estar perto do David, jantarmos os quatro juntos quase todos os dias.

Claro que se perde algumas coisas. Claro que sim. Claro que me enervo se apanho trânsito. Claro que nem sempre estou fresquinha no trabalho depois de ter acordado 5 vezes numa noite. Claro que as miúdas passam menos tempo comigo. Mas em compensação passam mais com o pai, que foi pela primeira vez na vida da Luísa, sozinho com ela a uma vacina, por exemplo. Isto também é bom. Isto também é importante. Há um contrabalanço para tudo.

E, a ajudar a isto, encontrei uma escola para elas que me enche completamente as medidas. Este projecto educativo (MEM) faz-me muito sentido, o facto de encararem cada miúdo em toda a sua individualidade, o ambiente, a filosofia, adoro o facto de saberem o meu nome e de entenderem a família como parte integrante do projecto, o facto de poder entrar na cozinha e tirar um copo de água, o facto de terem ioga, o facto de numa semana terem ido ao CCB, ao Pavilhão do Conhecimento...,  bem... não saía daqui. No início do ano, quando fizer um mês, falar-vos-ei melhor da forma como foi feita a adaptação delas à escola.

E é isto. Faltava-me isto, nesta altura, para ser feliz. Não sei se isto me fará sempre feliz (haverá isso por aí?), mas para já há que aproveitar bem a mudança e os bons ares que nos trouxe. E a calma que me trouxe, mesmo com a agitação do vai pôr e do vai buscar, as novidades constantes no trabalho. Estou mais calma, já mo disseram. Pois estou. E mais feliz.

{e as miúdas estão bem}




Coisinhas de que possam ter gostado:

Camisola - Modalfa
Calças - Zara
Botas - Zilian 


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12.15.2017

All I Want for Christmas is... DEIXAR DE TER BUÇO!

O quanto estou farta desta chatice! A minha relação com os pêlos faciais não tem sido nada fácil! 

Lembro-me perfeitamente daquele dia, no 10º ano, em que, junto às Ps no Liceu de Oeiras (onde consta que muitos jovens - ou alguns, vá - iam aliviar as suas tensões sexuais) e perto também de uma espécie de capoeira que tínhamos, o meu melhor amigo (que nunca irá ler isto) me disse "granda bigodinho, ó Joana". 

A Joana, num desses dias, foi à casa do pai e usou a gilette (uma das novas, quero crer) e fiz o bigodinho à gilette. Andei toda vaidosa durante 30 minutos, até depois me cair a ficha de que... "quando se rapa os pêlos nascem mais fortes" e passei os 15 dias seguintes em pura agonia. PURA! De que iria ter barba aos 15 ou lá o que era. Ainda por cima sentia com a língua na beiça, os pêlos a crescerem, pequeninos. 

Desde aí - eu que nunca tinha reparado que tinha bigode - sei perfeitamente que ele existe e me tornei perfeitamente consciente dele nas piores situações. 

A minha entrevista na Mega (FM, na altura) em que o meu director tinha por cima de cima uma clareira cujo sol incidia perfeitamente na minha bigodaça. E, por isso, tanto dava se tinha olhos verdes ou não parecendo um castor a pedir emprego... 

Num momento mais próximo de engate, em que damos o nosso melhor inclinar de cabeça, mexer o cabelo e nos lembramos que por cima do sítio onde queremos que a outra pessoa encaixe a boca, temos uma espécie de tapete de entrada. 

Fazer o buço com cera dói. Ainda por cima se a senhora for minuciosa, ainda vai lá com a pinça e só me apetece falecer. A maior parte dos dias ando em negação relativamente ao buço, até que um dia (foi anteontem) mesmo com 2cm de betume no focinho, vejo 5 ou 6 pelos a levantarem-se por baixo dessa camadinha e a dizerem "não, nem com baton vermelho hoje vais ter alguma confiança, esquece". 

Queimar a cara para deixar de ter pêlos também não me parece ser uma opção agradável, pelo que... o que eu mais gostaria de ter neste Natal? Era deixar de ter buço. Obrigada. 

Não há uma espécie de colarzinho de âmbar que tanto dá para melhorar a dor dos dentes dos miúdos, também dê para os pêlos se coiso e tal? Ia ser um sucesso!!!!!

Pelo sim pelo não (ah) comprava. 


Um dos motivos para ter tirado assim esta foto com o Pau ;)
Que, by the way, vai ter um workshop de fotografia de Família no Porto em Fevereiro, saibam mais aqui



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12.13.2017

Encomendo comida para o jantar e então?

Já vos contei várias vezes que tenho uma grande tendência para ser ansiosa. Sinto que toda a minha vida tenho tentado andar a dar a volta e depois a tentar dar a volta à volta que tentei dar, etc. 

Desde que me divorciei, acumulei mais uma tarefa ao cuidar da Irene sozinha: fazer a comida. Não parece nada trabalhoso mas é mais uma coisa para me preocupar, para falhar, para dizer "agora não que a mãe tem de ir cozinhar". 

Andava a dar em doida, a tentar fazer comida nova todos os dias (como acho que não sei cozinhar, preferia não deixar margem para restos) e, quando havia restos, parecia que não tinham bom aspecto suficiente. Falei sobre isso aqui: Não sei cozinhar

Até que pensei: e se encomendar comida? 

Agora, quando não me apetece pensar nisso ou quando consigo ter oportunidade de rever as minhas prioridades e chego à conclusão de que prefiro brincar com ela a cozinhar. Já comida pronta para descongelar no congelador para qualquer "emergência", mas still, que luxo receber um franguinho assado que dá para mais de um dia e que ambas gostamos. 

Se alguma de vocês se andar a matar para fazer comida "boa" todos os dias como eu andava e a sentir-se pseudo "culpada" por ter que fazer opções ou por sentirem tantos "nervos" em cima... considerem mandar vir comida. 

Não precisa de ser pizzas e tal (mas também pode ser). 

Tem sabido bem. :)


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