7.24.2017

"Habituei o meu filho a dormir com muito barulho!".

Isto surgiu no meu post de ontem à noite em que fiz um exercício de simplificação e de humor sobre o que é o divórcio.


Muitas mães "acusaram o toque" - fui uma delas - e achei logo que tinha post para hoje. Aqui está ele.

Agora era só isto e publicava, ahah.

Vestido da Irene - Tuc Tuc


Vamos lá a ver se pomos os pontos nos ii:

- Cada criança é uma criança e, por isso, há de haver crianças com maior sensibilidade ao barulho - quem leia um pouco sobre os estágios de sono, percebe que isto do "hábito" parece (atenção ao parece, que não sei tudo) ser um bocadinho totó - e outras com menos.

- Isto é facto também: descanso com barulho e sem total conforto é de menor qualidade que descanso sem barulho e com o total conforto. Não precisamos de comparar a sesta feita no comboio até chegar a casa da sesta na nossa cama, certo?

- Cada mãe é uma mãe e há várias coisas que nos separam neste assunto e que nos fazem agir de forma diferente (além de termos filhos diferentes):

1) privação de sono - se temos um filho que, seja qual for o motivo, se farta de acordar durante a noite, não há nada mais que desejemos para a nossa sanidade mental e familiar que ele vá dormir e que fique a dormir. Por isso, o "'ma lixar se fazes barulho com o microondas, o puto tem que se habituar", não tem grande espaço para experiências porque poderá ser a diferença entre a mãe chorar de esgotamento nervoso ou mais duas horas em que pode lamentar-se por não ter ido dormir e ter ficado a ver televisão. 

2) respeito pela qualidade de sono - mesmo antes de ser mãe e agora que, aos 3 anos, a Irene dorme a noite toda, sempre respeitei muito o sono e o descanso dos outros. Acho que é um direito que nos assiste e que todos os outros, os acordados, devem mudar a sua vida para que, quem descansa (porque precisa) tenha o sono mais reparador possível.  Lembro-me de ser várias vezes acordada por me abrirem as persianas do quarto ou com barulho da loiça da máquina e, infelizmente, isso afectava-me e muito a disposição. Faz-me muita confusão quem acorda os outros para perguntar coisas que poderia ter protelado ou quem faça barulho porque "ele não acorda". Eu acordava, mas voltava a adormecer (às vezes). 

3) ansiedade - está ligado ao primeiro ponto, claro. A verdade é que se já tiver acontecido que - por coincidência ou não - o miúdo tenha acordado quando se puxou o autoclismo, a mãe cansada não tem vontade de se aventurar a fazê-lo enquanto está a sesta ou o sono da noite a decorrer. Com o tempo, muitas "coincidências" existem e a casa vai-se tornando um antro de perigos desde correntes de ar à porta do microondas, aos gatos que têm ataques de corrida.



Nem todas as sestas têm de ser descansadas e no quarto, isso é um facto, mas isso também depende: 

1) dos planos que a família mais goste de fazer e sua necessidade

2) do impacto que tem em cada criança uma sesta mal dormida (a Irene fica im-pos-sível, mesmo até se protelar a sesta 40 minutos fica já fora de si)

3) no quanto a mãe gosta de aproveitar a sesta da criança para descansar também e se forem as duas a dormir no restaurante, fica esquisito. 

Quanto a "habituá-los a dormir com barulho", é um raciocínio que parece fazer sentido a muita gente: tudo ok. Para mim, não faz. É o equivalente a: vou dar-lhe só arroz durante um mês porque assim, se me faltar comida, fica já habituado que poderá comer durante um mês a mesma coisa. Ou, não lhe vou dar colo, porque fica mal habituado. 

Eu vou habituá-la - já está - a descansar nas melhores condições possíveis. Aproveitando-me descaradamente para descansar também. Fica é o compromisso para haver cada vez mais excepções que, de certeza, para ela iriam ser boas experiências apesar do cansaço como fazer uma sesta na praia ou num jardim. Melhores experiências ainda para mim, por não ter que interromper os meus planos por causa dela. 



Sofri muito com a privação de sono, escrevi sobre isso, muitas vezes aqui

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7.23.2017

O meu divórcio foi boa ideia porque...

Atenção: não estou a dizer que o divórcio seja sempre a solução. Simplesmente, no nosso caso, estamos confortáveis com a decisão que tomámos. 



  • ... estamos os três mais felizes. Irene incluída.
  • ... posso ver o que me apetecer na televisão da sala.
  • ... posso fazer a sesta na sala se me apetecer e não há barulhos que me acordem. 
  • ... tenho a cama toda para mim.
  • ... o único ressonar que tenho de aturar é o meu e o da Bubbles (nossa gata).
  • ... tenho manhãs e/ou noites de folga, quando ela vai para a casa do pai. 
  • ... não há barulhos a meio das sestas da miúda ou a meio da noite que não os meus. 
  • ... o tampo da sanita agora nunca está levantado.
  • ... não há ninguém a comer gelado enquanto decidi estar de dieta. 
  • ... posso ouvir as minhas músicas e cantar sem ter pena de ninguém e às horas que me apetecer. 
  • ... posso ter privacidade com amigas cá em casa sem ter que aproveitar quando há planos da outra pessoa. 
  • ... não me enervo por alguém não fazer o que eu quero quando eu quero, porque eu sou esse alguém agora. 
  • ... a minha boa disposição só depende de mim e da Irene. 
  • ... há maior lugar para a espontaneidade, sem ter que arrastar ninguém ou deixar alguém pendurado. 
  • ... tenho o melhor lado do sofá, sempre. 



Continuo muito satisfeita com a situação actual, apesar dos momentos de solidão que me têm ensinado muito mais do que estar constantemente a reprimir agressividade ou a tentar controlar a minha ansiedade. Este é o melhor cenários dentro do possível. Sem dúvida.



Coisinhas giras: 

Fotografias - Joana Hall

Roupas - Little Jack Baby Clothes (óptimo para amamentar)

Colar do coração (apaixonada) e brincos - Our Sins 



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7.21.2017

Borrifei-me tanto para vocês!

Ontem sabia perfeitamente que era "o meu dia" de fazer posts. A Joana e eu gostamos muito de escrever, mas levamos isto do blogue a sério - ambas gostaríamos que, um dia, fosse a nossa principal ocupação profissional, digo eu - e, por isso, temos uma espécie de organização interna em que, em princípio, cada uma fará um post por dia. Ontem era o meu dia de fazer um post à noite (e hoje de manhã também por compensar outro dia), mas não quis saber menos de vocês. 

A Irene costuma ficar com o pai à sexta e dormir na casa dele, mas tinha um aniversário ontem. De uma amiga minha da faculdade. Daquelas raparigas que tinham uma vibe demasiado cool para se conseguir gostar delas mas que, depois de a ter conhecido melhor, passei a gostar dela. Não somos muito próximas diariamente, mas acho que sempre nos respeitamos e admiramos mutuamente. Sempre quis mais dela, mas creio que somos as duas muito independentes à sua maneira. Acho que chegou a nossa altura, Susana. :)

Era o meu dia de folga. Muito cansada, deitei-me no sofá até chegarem as compras online e adormeci. Só quem tem gatos percebe o que é adormecer com a areia deles por limpar. É estar a sesta toda com a sensação de que estamos a dormir lá dentro. Foi terrível. Devia ter limpo aquilo primeiro. 

Adormeci, acordei com as compras - só vieram metade das compras, que nervos - e, rapidamente, depois de um banhinho, dei uma segunda demão na maquilhagem. 

Aqui vou eu rumo à Calçada do Duque. Só conhecia a aniversariante e outra amiga da faculdade, a Mónica. Não conhecia mais ninguém do grupo e eram só mulheres. Fico sempre nervosa. Primeiro, por ser uma pessoa nervosa no geral, mas nunca me senti muito confortável perto de mulheres. Insegurança, sim. 

Senti, porém, que era um ambiente seguro. Os 30 são uma idade muito mais calma nisto do território. Estavamos todas lá porque a Susana fazia anos e estavamos todas com vontade de ter uma óptima noite - nota-se muito que não estou acostumada a ir a aniversários e jantares de grupo? 

Juntou-se um grupo em que cada membro tinha mesmo o seu interesse e a sua personalidade. Adorei conhecer cada uma das mulheres daquele jantar. Talvez tenha falado demais, mas é como diz um amigo eu: "eu sou passeada". Tenho muita energia e, quando saio, extravaso. 

Não me senti julgada. Tive uma das melhores noites que me lembre e apetecia-me que este jantar se tornasse uma espécie de de tradição. 

É bom sair. Com mulheres. Jantar. A uma quinta.

Borrifei-me para vocês. Escrever um post não podia fazer parte dos meus planos de ontem, mas a verdade é que me fartei de falar de vocês na mesma, quais são os meus objectivos com o blog, o que vos quero passar e o quanto gosto de sentir que ajudo muitas de vocês a se sentirem menos sozinhas. 

Isto é: borrifei-me para vocês mas não quer dizer que não vos ame.

Não tiramos nenhuma fotografia de grupo, mas fica aqui uma tirada à socapa pela Mariana que faz com que ou este jantar tenha mesmo existido ou eu tenha ido a um restaurante aleatoriamente e tenha pedido para me tirarem uma fotografia tentando enquadrar um pouco de couscous vegetariano. 



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