12.22.2014

Vai para o quarto dela.

Quando é que se põe os bebés a dormir no quarto deles?

Alguma literatura diz que deve ser por volta dos 9 meses por já não haver tanto risco de morte súbita (li aqui e noutros sítios, mas que agora não me vou por a procurar, apesar de gostar muito de vocês).

Li também que não convém ser perto dos 9 meses, o melhor é ser muito antes ou muito depois por causa da ansiedade de separação que ocorre por volta desta altura e, portanto, para não se sentirem abandonados por serem colocados noutra divisão. 

Não preciso de ler qual será a opinião do muito amado pediatra Carlos González sobre isso porque é sempre "como a mãe achar melhor". E, neste caso, concordo: a mãe é que sabe. 

Nunca percebi qual pode ser o nosso contributo para não ocorrer a morte súbita. Se é súbita, se não se sabe por que é que acontece, como é que os pais poderão evitar isso, estando perto dos bebés? Não percebo. Devo estar mal informada (algo que, de vez em quando, é possível).  

Se fosse morte por engasgamento súbito, percebo porque ouviríamos e fazíamos aquelas manobras de emergência (também se ouve se eles dormirem no quarto ao lado). Sendo que é súbita, se ninguém sabe por que é que acontece, até porque se soubéssemos, deixaria de existir tão "subitamente", será por uma falsa sensação de segurança que, por isso, também os queremos no quarto connosco?

Seja como for, a Irene foi para o quarto dela no 2º dia cá em casa. A respiração dos recém nascidos é tão irregular que, sempre que não a ouvia respirar, achava que ela tinha morrido. Estava a dar em doida (ainda mais), para além de ainda ter o pipi todo cosido, ter os pés todos inchados, estar ainda toda "mamadinha" do parto, tudo. E queria descansar. Além disso, sempre que tinha de lhe dar de mamar, de três em três horas, tinha de acordar o pai para fazer tudo isso (no início, com pouca prática, é tudo muito complicado) e assim era mais justo. Se era eu quem tinha de acordar para dar de mamar, era só eu quem acordava. Poltrona no quarto dela e dava-lhe de mamar de olhos fechados. 



Habituamo-nos, desde sempre, a ter a Irene no quarto dela e acho que ela também. Aos 3 meses fazia noites seguidas de 12 horas (até tivemos de falar com a pediatra, para saber se estaria tudo bem). A verdade é que, desde aí, nunca mais dormiu tão bem, mas atribuo isso ao facto do cérebro dela estar a fritar de tanta coisa que anda a aprender. 

Sei que é chocante ter posto a minha filha a dormir no quarto dela tão cedo até porque, na altura, andava num centro de recuperação pós parto para mamãs (durei umas 7 aulas hehe), falou-se sobre isso e tanto a PT como as outras mães ficaram em puro choque (o que me magoou um pouco, dada a falta de sensibilidade da PT, mas deve ter sido por causa das minhas hormonas ou assim, porque não costumo ser muito sensível no que toca a julgamentos públicos). 

Se eu não tivesse passado por isto, provavelmente julgaria que seria sintoma de depressão pós parto e falta de apego à bebé (que me aconteceu, é verdade, na maternidade, mas não acho que tenha sido falta de apego, atribuo a parto traumático, mas também falarei disso noutro post). 

Não vejo necessidade nenhuma de ter a bebé no meu quarto. Ela está tão perto de mim no quarto ao lado que nem preciso de intercomunicador. Acordo ao mínimo barulho dela. Como não dormimos na mesma cama, não vejo necessidade (apenas vontade, claro). Ando doida para, um dia, conseguir dormir com a Irene, na mesma cama, mas a pirralha ainda não se acalma a esse ponto. Fica para quando ela tiver 40 anos e estiver a mudar-me as fraldas. 

Infelizmente sei de muitas mães que reagem a por os filhos nos quartos deles como se fosse uma expulsão da casa dos segredos: eles não vão morrer, não vão desaparecer, vão só para outro sítio e, mesmo assim é o pânico total. Deve ser uma hormona maternal qualquer que me falta, mas acho muito bonito, claro. 

Para mim, o lugar das mães é sempre ao pé dos seus bebés, mas eu sinto-me ao pé da Irene na mesma. 

Quanto a ter falta de apego à Irene... nem me vou pronunciar. :)

Quando planeiam por os vossos bebés no quarto deles? Ou, para as mães mais experientes, quando os puseram?

De ressalvar que há imensas vantagens em os bebés dormirem sozinhos (quando a mãe sentir que é oportuno), não estamos a falar de um mal desnecessário, ok?

Faço sempre a ressalva de que "a mãe é que sabe" porque tudo o que ela sinta que é contra-natura, além de matar todas as vantagens, até poderá fazer mal e a todos lá em casa.


*imagem do site We Heart It. 

As Joanas e as "i" - as coincidências.

Vamos a isso, vamos por tudo em pratos limpos (ou então "mais ou menos limpos", como saem os meus quando os tiro da máquina). 

A Joana e eu somos muito parecidas em muitas coisas, mas mais diferentes quase que não poderíamos ser. Lá está, é como o nosso slogan "mais diferente, só se uma de nós fosse um pinguim"

Já nos conhecemos desde que estávamos grávidas (aquela história que já vos contamos de nos termos conhecido num grupo de mães online - sim, nós temos noção do quando crominho isto possa parecer) mas, pessoalmente, só no dia 16 de Abril. Quando a Isabel fez um mês, a Irene foi convidada para a sua festa de mesário ou lá o que é. 

Sim, a Joana é muito romântica, todos os meses celebra os meses da Isabel e até lhe dá um livro. Eu também celebro os meses, mas é para dentro. ;)


Tínhamos sido mães há apenas um mês e, aqui na foto, temos as bebés trocadas. A Irene parece um pedaço de solha, coitadinha. 

Joana,  eu sei que não é justo publicar uma foto em que eu estou tão pintada que pareço uma rameirinha suada e tu estás au naturel, mas não temos mais. 

Mães que ainda vão ser, já viram? Um mês depois e já andávamos as duas na boa, vestíamo-nos e isso? Não tenham medo que "tudo se resolve"

O nosso sonho, desde o início, era que as nossas bebés fossem as melhores amigas (não desfazendo as primas da Isabel, claro). E, se a Isabel não encontrar nenhuma sonsa na creche que substitua a Irene, é assim que vai ser. Nem que eu as obrigue. Vão ter tantas dormidas em casa uma da outra que até deverão partilhar o primeiro beijo na boca por não "conhecerem mais ninguém". 

Vamos às coincidências: 

  • somos as duas Joanas;
  • temos as duas 28 anos;
  • fazemos a digestão da mesma maneira; 
  • temos filhas cujos nomes começam por I (Isabel e Irene);
  • não engravidamos sozinhas; 
  • ambas nasceram em Março deste ano (5 dias de diferença, apenas);
  •  trabalhamos no "meio" (da comunicação social) e
  • temos as duas carta.

Engraçado, não é?

Ah! Lembrei-me agora que afinal foi um amigo em comum que disse para eu adicionar a Joana ao tal grupo de mães online, as coisas não foram assim tão crominhas. 


A Isabel e a Irene num dos seus namoros. 

E, há precisamente um mês e um dia, quando a Irene fez 8 meses :) 



Pronto. Acho que agora já sabem qual é qual e que filha é de quem, senão, eu ajudo (da esquerda para a direita): Joana Paixão Brás e Isabel e Irene e Joana Gama. 

Só para que comecem a perceber as diferenças (será assunto de um próximo post): as fotografias todas catitas e cheias de qualidade são da Joana, esta assim mais rascota e dentro de um restaurante, é minha...



A tua filha está tão magrinha!

Se há coisa que me faz espécie na vasta lista de estereótipos e preconceitos da maternidade, é a importância que se dá ao peso do bebé. Sofri isso na pele e contra mim falo.

A Isabel nasceu com 3,680kg, portanto era uma bebé grande. Até aos 3 meses assim continuou, a leite materno exclusivo, comprida e gorducha, sempre no percentil 75. Aos 3 meses tive de ir trabalhar, a livre demanda acabou (para quem está a entrar neste mundo da maternidade agora mesmo, é dar maminha ao bebé sempre que ele quiser), a Isabel teve um episódio de recusa de mama (por causa do biberon) e, coincidência ou não, começou a não engordar tanto. Já em comprimento, sempre a aumentar bem. É comprida!

E aí começou a saga: "oh! perdeu as bochechas", "a minha com essa idade pesava o dobro", "tão levezinha!", "está magrita, não está?", "ainda dás mama?".
Ora, para uma pessoa que é mãe pela primeira vez, isto é das piores coisinhas que lhe podem dizer. Então mas acham que ela anda a passar fome? Lá vêm vocês com a história do meu leite já não ser suficiente. Mas se ela dorme a noite toda! Se passa o dia feliz e sorridente! Se está a desenvolver-se como o esperado para a idade. Se é curiosa e atenta. Se quase não chora. Acham mesmo que a rapariga está a passar fome?

Até eu chegava a duvidar de que ela estivesse bem, tal é pressão para os bebés serem gordinhos e obedecerem ao padrão dos percentis. Mas a pediatra sempre disse: ela está óptima, não se preocupe, é normal eles oscilarem nas curvas dos percentis. Mesmo assim, na hora da balança eu já estremecia, com medo que me sugerisse começar com as papas para a engorda e dar leite de fórmula. Logo eu, que comecei a tirar leite com máquina desde o segundo mês todo o santo dia para garantir que ela tivesse sempre do meu leitinho, não queria ouvir que a minha filha andava a passar fome!

Não há nada como o passar dos meses para irmos ganhando mais confiança no nosso instinto. Vê-la bem-disposta, sorridente, calma e esperta é agora quanto basta para perceber que ela está bem. Deixei de me preocupar com o peso. Do sexto ao nono mês é um alívio não ter de pesá-la e estar-me a marimbar para isso. 

Já assumi, qual mantra: a minha filha não é um bebé gordo, mas está bem assim.

Magrinha? Pode ser, à luz dos estereótipos do "bebé Nestlé", mas para mim, ela está óptima, linda e recomenda-se.