Mostrar mensagens com a etiqueta Joana Gama. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Joana Gama. Mostrar todas as mensagens

5.02.2020

A melhor compra nesta quarentena.

Adorava dizer que a ideia foi minha, mas não foi. Foi ao passear pelo meu instagram que me deparei com as filhas da minha editora a curtirem um trampolim na varanda. E pensei: "epá, isto era capaz de fazer bem ao corpo da Irene, da mãe e... ainda de a cansar!". 


Tomem a foto random de um puto só porque não queria que o trampolim aparecesse como miniatura no post de Facebook.


Mandei vir pela net e chegou há um mês: um trampolim. 


Se é feio? É! Se é daquelas coisas tipo anúncio de televendas que tem que ser arrumado debaixo da cama para ninguém ver, sim. Mas... já pensaram bem nas vantagens deste bicho? A miúda fica contente, cansa-se, faz exercício físico e, nos intervalos, posso ir lá dar um saltinho e tonificar este valente traseiro (sim, cada vez mais valente). 

Não estava à espera que custasse menos de 40 euros, daí também ter prosseguido para a compra. Por acaso foi um destes, mas não foi desta marca: 


Ela tem adorado saltar (e tem tido cuidado). Eu, de vez em quando, dou umas perninhas e até agora, malta, boa compra! Não queria deixar de vos recomendar, yes?





4.23.2020

Era isto que a minha filha e eu precisávamos.

Espero que também vos dê alguma ideia. Aconteceu "sem querer" ontem e dei por mim a pensar que há, realmente, vantagens neste tipo de coisas. 

Que coisas? Algumas "técnicas" que usei quando a Irene era bebé e estávamos completamente em ondas diferentes e até, inclusivé para resolver problemas na amamentação. Outros truques foram pessoas que falaram disso e que eu, ratolas, apanhei e nunca me esqueci. Outros (não vão ser assim tantos) li algures e fizeram-me sentido... 


Isto porquê? Está a ser difícil estar "presente" e conseguir olhar para a Necas como o ser humano que amo profundamente. Nunca deixo de a amar mas, no dia a dia, com a ansiedade, com o cansaço e com a fúria, tem sido mais difícil. A verdade é que há coisas que faço nestas alturas e que também poderão vir a ser úteis para vocês para "restabelecer" aquela ligação, aquela paciência e amor que todas nós temos (se a nossa vida fosse exactamente como gostaríamos ou se nos conseguíssemos esquecer das merdas que temos na cabeça). 

Vamos a isso? Quero que partilhem connosco as vossas também, please: 


- Ver fotografia deles quando eram pequenos

Esta dica foi uma das educadoras da Irene que me deu e realmente tem razão. Parece que às vezes nos esquecemos de como estes indivíduos eram os nossos bebés. Quando ainda a tábua era totalmente rasa (ou quase) e dependiam totalmente de nós. Isso ajuda-nos a relativizar e a reactivar esses sentimentos que tínhamos na altura. É fabuloso. Ver com eles, então, ainda é melhor.

- Tomar banho com eles

Tomar banho com eles, o chamado "pele com pele" também ajuda imenso. Faz-me sentir um reset. Como se tivéssemos ido de férias e tivesse corrido tudo bem, não sei explicar. Depende muito da idade deles, claro, mas sempre que o fiz foi mágico. 

- Massagem antes de dormir

Foi isto que fiz ontem e que me fez chorar. O pai da Irene fez com ela uma lista de músicas para dormir ou relaxar no Spotify e ouvimo-las baixinho à hora de dormir enquanto lhe espalhei creme pelo corpinho todo. Ver os pés, as perninhas, as costas... tudo aquilo a meia luz relembrou-me que tenho uma mini-pessoa que saiu de mim, que foi muito desejada tanto por mim pelo pai e que está a crescer.

- Dia do sim

Falei-vos disto há uns posts. É dedicar um dia da semana/mês para aceitar tudo o que eles peçam ou digam dentro do razoável (ou possível em tempo de quarentena). Acaba por ser giro entregarmo-nos à mente e à energia deles e ajuda-nos a não termos como bengala o "não" só porque nos parece mais simples, mais imediato e mais dentro do nosso controlo.

Espero que estas dicas não vos sejam úteis, que já as soubessem ou que não precisem delas. Mas que, caso sintam que precisam de se religarem aos vossos filhotes, podem sempre experimentar. Comigo resultam. Esqueço-me muito delas mas, quando me lembro, é maravilhoso.






4.19.2020

Está a ser bom estar em casa com eles, não está?

Espero que estejam a sentir o mesmo que eu. Já passei pela fase do choque, de me sentir enclausurada
e, agora, já me estou a adaptar. O pior tem sido a catrefada de roupa e de louça para tratar. Ainda
assim, temos aproveitado para sair deste cenário com várias brincadeiras!

Saiu, finalmente, o segundo episódio dos desenhos animados Dá a Mão à Floresta, que fazem parte do plano de responsabilidade social e ambiental da The Navigator Company. Já vos falei deles aqui, mas nunca é demais reforçar estes projetos que nos permitem passar-lhes informação útil sobre um dos bens mais preciosos do Mundo: a floresta.

Visitem o site que, além dos desenhos animados – que a Irene adora – também têm jogos e até uma
revista que podem subscrever com imensas atividades ☺



Fizemos um vídeo e tudo para que possam partilhar pelas vossas amigas. Dar uma pausa nas outras
atividades e dica: se forem vocês a convidá-los para brincar, tudo se torna mais fácil. Quando precisarem de ir tomar banho ou se quiserem iniciar uma conversa sobre a floresta e Natureza – até porque é primavera – Vamos dar a mão à Floresta com a The Navigator Company.


4.15.2020

Era por isto que ela andava a acordar tanto...

Andei aí um mês a tentar lidar com o facto dela acordar umas 6 vezes por noite. Achei que podia ser por causa disto do vírus e dela sentir a ansiedade ou de ter medo, mas afinal, neste momento, não. 

Afinal, a miúda andava a ensopar demasiados líquidos ao jantar e, sempre que acordava, tinha de ir à casa de banho. Passei a restringir os líquidos e há duas noites nem sequer acordou e, na noite que passou, acordou só uma vez. 


Sinto-me uma chata por nem "líquidos" a deixar beber - é claro que deixo, mas um copinho ao jantar e, se quiser bebericar um pouco de água antes de adormecer, também deixo - mas temos mesmo de descansar e, quando digo temos, falo de mim, obviamente. Vocês percebem. 

A única maneira que tinha de descansar um bocadinho era se ela dormisse comigo e... não descansamos como deve ser, viram pugilistas!

Como andam a ser as noites por aí? Bebés já nem digo nada, sei bem o que poderão estar a passar. Aliás, podem ler tudo aquilo que a Joana e eu escrevemos sobre sono aqui no blog.



4.14.2020

Somos iguais? Ou parecidas?

Ahhh!!! Tinha que vos perguntar, morro de curiosidade e com vocês todas quase que dá para fazer todo um estudo a nível nacional. Recebi ontem uma fotografia minha de quando tinha mais ou menos a idade da Irene. Acham que somos parecidas, muito parecidas... ou que ambas as fotografias são da Irene, só que uma foi tirada por uma máquina nos anos 90? Ahah, sei que ninguém compra esta hipótese, mas tentei ;)




Uma delas já tem as mamas nos joelhos e tem de ir fazer o buço, mas não digo qual ;)



4.13.2020

Assim discutimos menos :)

Aiii! Nem vos vou falar da irritação gigante que tive ao receber as compras online e ver que faltavam 70% das coisas. Tinha planeado algumas refeições, até visto nalguns livros de receitas e... esqueci-me que estamos numa época em que temos de contar com todos os imprevistos. Lá vieram os kgs de cogumelos, mas sem arroz, enfim. É lidar. 

Ainda para mais agora que andamos todas com os nervos à flor da pele, menos tolerantes, menos racionais e menos empáticas. É como se agora fossemos todas aquela malta que faz comentários odiosos no Facebook gratuitamente só porque a vida deles não é nada como gostariam que fosse. Dizem-nos para meditar, mas a última coisa que nos apetece, quando estamos irritados, é acalmarmo-nos. Coisa parva isto do ser humano. 

Seja como for, tal como vos disse no post anterior, tomei algumas decisões para ver se nos facilitam a vida. Uma delas foi fazer uma rotina mais descritiva dos nossos dias (as crianças adoram regras e, guess what, eu também) e que afixámos no quarto dela. Nessa rotina estão incluídas responsabilidades que passam a ser dela, como tratar dos gatos e do peixe e fazer a cama. Tem horas e tudo. Claro que haverá espaço para alguma flexibilidade, mas confesso que sinto que nos está a deixar às duas menos angustiadas. E que bom! A ver se dura!


Fiz as rotinas em conjunto com ela e, para minha surpresa, até foi ela a sugerir algumas das mais importantes "a Mãe e a Irene têm de se respeitar uma à outra" e "enquanto a Mãe trabalha, a Irene tem de fazer silêncio". Vamos ver como corre, mas estou esperançosa! 

Aqui pelo meio, também descobrimos que ela adora aspirar (embora ainda não aguente muito tempo) e que até gosta de limpar o que suja. Vou tentar ganhar aqui uma "ajudante", em vez de uma arqui-rival ;). 

Foto ranhosa, bem sei, mas não ando com muita paciência para aprimorar a nível fotográfico, como deverão compreender. 

Ainda escreverei um post sobre isso, mas a miúda anda a acordar um zilião de vezes durante a noite. Vamos ver quem é que se passa primeiro cá em casa, é um novo reality show. ;)

E, caso precisem de apoio psicológico, não se esqueçam que podem ligar para o número da Saúde 24 (808 24 24 24) e carregar na tecla 4, ok?




4.10.2020

Não consigo fazer actividades com a miúda.

Não consigo e sinto-me pessimamente com isso.

Tenho visto os stories da Joana e as publicações aqui, mas confesso que só me deixam mais enervada comigo e triste.

Sinto que devia estar a fazer, até os trabalhos que a professora manda (estão a ser feitos às mijinhas), mas há algo que não me permite. Sinto que talvez seja a falta de tempo para mim mesma. 

É claro que a culpa é da pandemia, mas há pequenas coisas que conseguimos controlar para serem mais a nosso favor. Tenho escolhido ficar acordada a ver os directos do Bruno a descansar e a acordar cedo para preparar o dia, por exemplo. Tenho de tomar uma decisão mais inteligente. 

Agora que sabemos que, para os mais novos, as escolas vão ficar fechadas até Setembro, sinto-me ainda mais responsável por entreter a Irene de forma educativa, mas faltam-me as faculdades. Não que seja difícil ir à internet e sacar umas actividades ou comprar umas coisas, mas falta-me a disponibilidade mental. Adorava tê-la. 

A última vez que me senti assim foi quando estava numa relação e ocupava o meu tempo livre (sem Irene) com a relação. Assim que deixei de estar e passei mais tempo sozinha, passei a estar muito mais paciente e disponível para brincar. Neste caso, terei de trabalhar em delimitar melhor os tempos de cada uma sozinha para ver se os tempos de presença aumentam de qualidade. 

Também dizem para criarmos rotinas mas, honestamente, aqui têm ido a abrir. Se seguimos a rotina que fizémos uma ou duas vezes foi muito. Tenho de controlar mais isso. 

Tenho saudades minhas.

Por outro lado, porra. Não me apetece ter que controlar nada, nem melhorar nada. Apetece-me só ser empática comigo e com a miúda. Não estávamos à espera disto, não é horrível, mas não é nada fácil e talvez não seja agora tempo de fazer um sprint de criatividade e de dedicação por isto ser uma maratona. 

Se conseguisse, claro que faria sprints diariamente, mas não estou preparada para isto. 

Aliás, tem-me doido o corpo todo sempre que acordo. Às vezes nem reparo, mas devo andar muito tensa diariamente porque no dia seguinte é mesmo com se tivesse feito um treino de crossfit pela primeira vez (que nunca fiz, mas percebem a ideia). 


Tenho inveja de ti, Joana. Também quero ter paciência para pintar ovinhos e fazer rolos de papel higiénico e teatros de sombras e cozinhar saudável, mas ainda ontem mandei vir McDonalds, espetei-lhe o iPad para conseguir trabalhar e se brinquei 15 minutos com ela minimamente presente foi muito. 

Contudo, vou escolher aceitar-me. O meu estado tal como estou a vivê-lo. Somos diferentes umas das outras, skills diferentes e bem ou mal, vai tudo correr de forma diferente da que poderíamos alguma vez ter imaginado, mas vai correr. 

Não posso continuar a pedir tudo isto de mim própria: brincar com a miúda, pensar em actividades giras, ser boa mãe, comida saudável, arrumar e limpar a casa, trabalhar, pensar na carreira, ser proactiva... Fuck!

Acho que vou escolher ser razoável em tudo e não óptima. Deixem-me. 



3.28.2020

Precisam de mais sanidade? Isto vai ajudar tanto... e é gratuito.


A minha psicóloga - de quem já vos falei por aqui e que me ajudou a mudar a minha vida toda, tal como tantos outros profissionais da área, está a dar o que pode para se manter útil não só para os seus pacientes, mas para todos no geral. 

Há uns meses, teve uma ideia brilhante e que se chama "Vamos Escutar o Silêncio".


Se já antes era tão complicado aceitarmos a velocidade dos nossos pensamentos e o impacto que têm não só no nosso corpo, mas também na consciência das nossas acções, agora, em isolamento (e, ainda para mais com filhos) é mais difícil estarmos bem, calmos. 

Tenho aprendido que a vulnerabilidade e a flexibilidade nos dão força. Fazem com que tenhamos a capacidade de nos adaptar sem violência, sem esforços, além de nos permitirem crescer de forma sustentável.

E aqui não há sucessos, nem insucessos. Tudo acontece ao ritmo que nos for mais adequado e, seja ele qual for, não há hipótese nenhuma de não evoluir nem que seja por só estarmos a tentar, a querermos estar melhor e sermos melhores. 

São 21 dias neste grupo de Facebook em que a Eugénia irá publicar desafios e exercícios. É já a terceira edição e a eficácia tem sido comprovada por centenas de pessoas que já a têm acompanhado, nomeadamente eu. 

Vamos escutar o silêncio? 

Juntem-se aqui e aprendam neste momento a fazer a respiração abdominal que vos vai ajudar a obterem serenidade nos momentos mais apertados - tanto jeito que nos dá agora, não é?



Aqui vamos falar sobre estratégias de redução de stress, ansiedade e medo, sobre como o corpo nos pode ajudar a acalmar...
Publicado por PsiMater em Quarta-feira, 25 de março de 2020


Podem saber mais sobre a Eugénia aqui, neste site.




3.24.2020

Querem que os miúdos vos chateiem menos durante o isolamento?

Acho que descobri o Santo Graal. 

Percebi que um dos motivos pelo qual estar com a Irene me estava a azucrinar tanto - além de não conseguir ter tempo para mim - era não me "entregar" ao que estava a acontecer. 

É um bocadinho aquele dizer do "Se não os consegues vencer, junta-te a eles". Melhor do que estar sempre a ser interrompida e a perder demasiado tempo na internet, é a diversão que podemos retirar daquilo que nos está a ser proposto, estando presentes. 

Isto também traz a necessidade aguda de termos que dizer que não estamos disponíveis quando não estamos. E, li algures, uma coisa que podemos pôr em prática é haver "a hora da mãe ou a hora da brincadeira sozinha". Se virem bem, estamos a treinar skills importantíssimas também para eles (dependendo da idade, vá) e combinar-se que, nessa "hora", ter-se-á de respeitar o espaço de cada uma. 


Tive uma professora na faculdade que instituiu uma hora de silêncio nos dias de fim-de-semana e, apesar de no início ser mais complicado, passaram todos a gozar muito esse momento. É impensável conseguir fazer isso com a Irene neste momento, sem lhe espetar um iPad pela goela abaixo, claro, mas poderá ser algo a pôr em prática daqui a um ano ou dois, vá. 

Bom, já antes escrevi aqui sobre coisas que me apercebi que devia começar a fazer na minha vida para ser mais feliz, podem encontrá-las aqui. E isto é praticamente um sublinhado do que já escrevi, mas notei mesmo uma diferença gigante hoje e não queria deixar de partilhar convosco: 



DESLIGUEM AS NOTIFICAÇÕES DO VOSSO WHATSAPP/REDES SOCIAIS DURANTE O DIA.

Já chegam as nossas próprias interrupções com os pensamentos a mil, a casa para tratar, o almoço para fazer. Não haverá nada de urgente no Whatsapp ou nas Redes Sociais. Controlemos nós quando é que deixamos que os outros "nos interrompam".  E vão ver (eu vi hoje) a diferença que faz. Faz imensa, imensa. 

Querem experimentar e depois dizem algo? 



3.23.2020

1 ponto para as divorciadas!

Não sei quanto a vocês, mas não tenho tido muita paciência para estar a ler sobre parentalidade, blogs de maternidade (quanto a escrever também já perceberam que não) ou até ver stories de malta super activa e toda à educadora de infância (como é o caso da Joana Paixão Brás). 

Confesso que estive em perfeita negação sobre o que estava a acontecer para aí até 3ª feira da semana passada. Foi só quando o meu ex-marido me disse para ir às compras que o pessoal estava a começar a esgotar coisas que me apercebi que a situação era séria. Não me perguntem porquê, mas talvez tenha sido porque o meu cérebro me quis proteger de colapsar com a ansiedade e, então, preferiu ignorar. 

O que vos posso dizer é que, quando me bateu, bateu forte! Fiquei ansiosa e em modo caótico: tenho de fazer compras, vou ficar 3 meses fechada em casa com a miúda, o Frederico não vai estar em isolamento (entretanto já está) e eu vou estar sozinha nisto. 

Como vou conseguir respirar? 


E, de facto, temos muita sorte. Por acaso, mesmo não tendo uma casa com varanda ou jardim, temos uma luz muito boa que entra por três lados da casa (embora sendo um apartamento). Não sei o que o arquitecto fumou, mas agrada-me a luz em tanto lado. 

Ainda assim tem sido muito difícil gerir. Inicialmente achei que tinha alguma dificuldade em brincar com a Irene por não terem brincado comigo quando era pequena. 

Agora, tenho-me apercebido que vai além disso: por causa da velocidade da minha cabeça não tenho grande capacidade de concentração em actividades que não me sejam directamente úteis e, ainda para mais, num momento de "emergência" como esse. 

Os dias estavam a ser muito complicados, intercalados entre esforços meus muito grandes em acompanhá-la nas brincadeiras e na minha demanda sofrida por uns minutos a só. Até que, quando foi o aniversário dela, fui pô-la a casa do pai e agora sim, depois de ter passado um dia inteiro a dançar e a comer no sofá a ver séries rascas (como o The Circle, americano e brasileiro) sinto que já recuperei um pouco mais de mim. 

Credo! É que a brincar, a brincar, fomos apanhadas de surpresa com isto e não sabemos quando vai acabar, não é?

O título deste post tem a ver com o facto de, neste caso, sentir que as divorciadas (com pais presentes e com quem possam contar) são umas privilegiadas. Porque, ainda assim, nesta altura em que temos de estar praticamente 100% disponíveis para eles, conseguimos arranjar maneira e pretexto para estarmos sozinhas e respondermos a uns e-mails ou para comermos os doces deles, sem eles saberem. 

Estão a conseguir respirar? Como fazem?

Entretanto, deixo-vos aqui um exemplo de como tudo passa (mais ou menos).
Esta já foi a minha cara, o meu aspecto no geral. Nem me apercebi que estava neste estado. Tudo passa. "Vai correr tudo bem!". 




3.22.2020

Estes desenhos animados, sim!

Andam loucas à procura de coisas para fazer com os miúdos? Ahhh... Estamos tão solidárias por aqui. Nunca o #estamosjuntos fez tanto sentido, caramba! Não é? 

Fica aqui uma sugestão e que veio em óptima hora: os desenhos animados “Dá a Mão à Floresta” que integram o projecto “Dá a Mão à Floresta” de Responsabilidade Social e Ambiental da The Navigator Company. Para estarem a par das novidades, podem juntar-se ao instagram do projecto “Dá a Mão à Floresta” aqui ou ainda dar a conhecer o website aos vossos miúdos já que está muito divertido!




Se forem ao site, encontram várias coisas muito giras para eles: desde a revista, aos eventos, aos jogos e, agora também, aos desenhos animados. O objetivo é promover a floresta, valorizando os produtos dessa origem e, claro, preservar o ambiente no geral. 

No final do primeiro episódio, ao qual a Irene teve acesso que nem VIP à estreia, ouve-se “A Natureza cuida de quem cuida dela” e a verdade é mesmo essa e estende-se a todas as medidas que enquanto famílias temos vindo a tomar para proteger o ambiente. É bom que se divirtam a interiorizarem estas mensagens mais importantes e que “vistam a camisola” de proteger as nossas florestas, o nosso planeta. A brincar é que se aprende, não é?




Aqui uma dica de mãe que acho que também vão adorar saber: os episódios terão todos durações muito curtas e, por isso, são óptimos para negociar: “sim, filha, claro que podes ver um episódio, mas depois temos de ir arrumar o quarto”. Não fazem com que fiquem presos durante 20 minutos ou meia hora a levarem com a luz do ecrã ;). 

Vejam o primeiro episódio aqui e espantem-se pelos vossos miúdos passarem a saber o que é biodiversidade. 



Que outros desenhos animados gostam de mostrar aos vossos filhos?



3.13.2020

Como falar com as crianças sobre o coronavírus?

Dado que estamos todos e todas no mesmo barco, tomei a liberdade de pedir à minha psicóloga Eugénia Amaro, em quem confio plenamente, para nos dar umas luzes sobre como devemos agir com eles durante esta (até me custa dizer) pandemia.





1.    O medo cresce ainda mais se os PAIS dão inadequados sinais –
A importância de estabilizar as emoções dos pais
O principal fator de desestabilização emocional nas crianças é o desequilíbrio dos pais. Por isso, é importante que nos possamos acalmar antes de falar com as crianças. Devemos lembrar que as crianças (inclusivamente os bebés), por questões biológicas relacionadas com o desenvolvimento e maturidade do cérebro, têm a capacidade de ler sinais muito mais desenvolvida. Sinais, muitas vezes inconscientes para nós, que passam para eles através da linguagem não verbal. Seguramente já reparámos que os nossos filhos ficam mais “difíceis” nos nossos piores dias, ou seja, quando nós, pais, estamos mais alterados. Não cabe mentir-nos ou desvalorizar a nossa inquietação: elas percebem na mesma.
Por isso, a primeira dica é para a regulação emocional dos pais.
O que podemos fazer para conseguirmos ficar calmos, tranquilos, em harmonia? Basta escolher uma ou mais das seguintes, a que melhor nos acomode: 


(1) Regularizar a nossa respiração e os nossos batimentos cardíacos (inspirar em 5 segundos, expirar em 7. 

(2) Exercício físico (pode ir desde 5 mins. de alta intensidade a 20 mins. de alongamentos, pilates ou yoga). 

(3) Isolar-nos e permanecer uns minutos em silêncio. 

(4) Meditação (10 mins. mínimo). 

(5) Fazer uma sequência de afirmações positivas (do tipo “Eu consigo manter a calma”, “Está tudo bem”, “Estamos em segurança” …). 

(6) Escrever sobre o que nos angustia. 

(7) Focar no positivo, fazendo uma lista do que está bem, do que nos tranquiliza, do que podemos fazer para contribuir.

2.    Tempo para conversar (ouvir e falar) tranquilamente sobre o coronavírus.
Se sentimos que não temos regulação emocional suficiente para o fazer, pedimos ajuda a alguém próximo que possa ter estas conversas por nós;

2.1.Fazer perguntas.
·    Tentar saber o que a criança já ouviu sobre o coronavírus e explicar, de forma adequada à idade, aproveitando para corrigir informações erradas e regular o “tom emocional”;
·    Lembra-se da importância de perguntar sobre emoções – “Como é que isso te faz sentir?”
·    Se a criança não for capaz de identificar as emoções que este tema lhe desperta, devemos ajudá-la a dar um nome à emoção. Existir um nome vai sempre fazer com que a emoção seja mais fácil de gerir. Por exemplo: “já sei que esta dor de barriga é medo”.

2.2.Mostrar que também temos emoções difíceis relacionadas com este tema (mantendo a calma). A criança vai perceber que não é a única e que é normal estarmos assustados, inseguros, com medo, ...

2.3.Aproveitar a oportunidade e encontrar juntos formas de lidar com as emoções mais difíceis. “Se temos medo, o que podemos fazer para que ele fique mais pequeno?” Algumas ideias podem ser: 

(1) dar um nome ao medo (se for um nome ridículo ainda é melhor, porque nos dá vontade de rir cada vez que chamarmos o medo dessa forma); 

(2) desenhar o medo; 

(3) ver o tamanho e a força do medo; 

(4) encontrar/inventar um “exército” (com desenhos ou bonecos, …) para combater o medo;

2.4.Lembrar-nos que os pais somos o exemplo. Todas as dicas do ponto 1 para estabilizar as emoções dos pais servem para as crianças adequando os tempos segundo a  sua idade. Podemos encontrar um momento do dia para fazê-las em conjunto e/ou cada vez que for necessário.

2.5.Colocar o foco no que estamos a fazer para estar em segurança: 

(1) lavamos as mãos enquanto cantamos “parabéns a você” (músicas com associações positivas são uma ajuda fundamental), 

(2) não vamos à escola, 

(3) evitamos os contatos sociais, 

(4) tossimos ou espirramos para o braço… 

Esta consciência ajuda a regular a sensação de controlo e empoderamento que tanto as  crianças como os adultos necessitam para sentir segurança.







3.    A importância de manter uma rotina.
Acordar e respeitar horas para levantar, deitar, tomar banho, vestir, comer. Uma nova “normalidade” é necessária.

3.1.Aproveitar para, em família, decidir como será a rotina. Regular os tempos de ecrã para crianças e adultos, e decidir conscientemente que telejornais serão os que se vão ver, em que horários (e manter a decisão) ajuda a criar um ambiente calmo e de maior controlo (as notícias “a dar a dar” o dia todo só vai alterar os ânimos). Isolar-se das informações e das redes sociais, por algumas horas cada dia, também faz bem.

3.2.Importância de algum tipo de atividade física. Todos sabemos que demasiada energia acumulada vai começar a transbordar sob formas mais difíceis de gerir. Escolha um espaço aberto, em horário de baixa afluência, e leve às crianças a caminhar e correr.

3.3.Ajuda das crianças nas tarefas domésticas: como podem elas colaborar? Tarefas adequadas à idade permitem-lhes sentir-se úteis e que estão a contribuir. Brincar à limpeza (os “mata-bichos”?) ou qualquer maneira criativa que possa ser útil e divertida ao mesmo tempo.

3.4.Dar-nos tempos de dedicação exclusiva com as crianças. Uma pausa diária, ao menos, só com elas e para elas, é necessária para manter a conexão e a sensação de segurança.

3.5.Deixar correr a criatividade. Mudar os espaços em que se come, se brinca ou se descansa, dentro da casa, ajuda a evitar a saturação ou potenciais claustrofobias. Uma vez por dia fazer uma atividade do tipo “piquenique na sala”, “acampaar por baixo da mesa”, olhar pela janela a brincar (quem descobre…?), jantares “temáticos” ou minifestas em família alegram e descontraem os ânimos.

4.    Definição dos tempos de cuidado.
É importante evitar o desgaste. Se há dois adultos em casa, podem alternar os cuidados aos miúdos. Se só existir um cuidador durante a maior parte do tempo, é importante que o outro (sempre que disponível) possa assumir essa função. O risco maior é quando só existe um cuidador todo o tempo – nestas situações, aconselho o pedido de ajuda a algum familiar ou amigo mais próximo (que já tenha estado em contacto com a criança). Chamadas telefónicas ou videoconferências também podem servir para “arejar a cabeça” e manter o equilíbrio emocional…




5.    Tempo para conversar sobre as mudanças

5.1.Neste momento não vale a pena fingir que está tudo normal. Não está! As crianças saíram da escola, um dos pais ao menos não está a trabalhar e não estamos de férias. É necessário conversar com as crianças sobre isto. Mais uma vez, a preferência é para fazer perguntas e responder de acordo com as necessidades de cada criança.

5.2.Se aparecerem perguntas mais “difíceis”, por exemplo sobre a morte, é importante responder sem alarmismos, com harmonia emocional, mas sempre em verdade. Pode ser uma boa oportunidade para normalizar as questões da morte no universo mental e emocional das crianças: A vida é um ciclo (vida – morte – vida). Todos vamos morrer e é normal que assim seja. Ficar tristes por isso faz parte.

6.    Oportunidades
Todos os momentos são oportunidades de aprendizagem, de crescimento. Vamos aproveitá-los da melhor forma possível. Toda esta agitação relacionada com o coronavírus pode ser aproveitada para conversar com os nossos filhos (evitando sermões) trabalhando valores como a flexibilidade, a adaptação a novas situações, a aceitação da diferença, a capacidade de empatia e ajuda, a calma e a tranquilidade, a capacidade de soltar o que não podemos controlar, o foco no positivo e no viver no presente, a gratidão…

Um beijinho e um abraço! Estamos juntos.
Eugénia Amaro - PsiMater



Obrigada nós, Eugénia. <3 

3.05.2020

Deixem os pais serem pais!

Este post não é para toda a gente, é para mães que, tal como eu, sentiram uma vontade visceral de se ocuparem a 100% dos filhos desde que nasceram e, por qualquer que tenha sido o motivo, a verdade é que, desde que nasceu a Irene que me encarreguei de fazer praticamente tudo o que tinha a ver com ela (excepto a comida porque o meu ex-marido está a passar ao lado de uma grande carreira como chef).




Ontem, ao ver o primeiro episódio do documentário Babies que está na Netflix (recomendo vivamente, pelo menos o primeiro episódio ;)) fiquei a par de algumas descobertas fantásticas que vários investigadores fizeram. Nada que não vos tivéssemos já mostrado num dos vídeos em que entrevistámos a Constança Cordeiro Ferreira do Centro do Bebé. Aliás, vou deixá-lo aqui para verem: 



Sem querer pronunciar-me demasiado aprofundadamente para não vos induzir em erro, fizeram dois tipos de medição, uma que dizia respeito à oxitocina e aos seus níveis durante a gravidez e pós parto na mulher e no pai. E, além disso, depois fizeram scans que evidenciavam a activação da "amígdala" (parte do cérebro que evidencia a preocupação intensa com os filhos) nos casais em que a mãe assumia o papel de "principal" cuidadora e em casais homossexuais só com pais masculinos. 
Do que percebi, a oxitocina é idêntica tanto para a mãe como para o pai. A ligação aos filhos é igual caso haja contacto e envolvimento. E esse envolvimento é estimulado quantas mais "tarefas" cada um desempenhar. Quanto mais estiverem, brincarem e cuidarem dos bebés, maior o apêgo e a ligação. Tanto nos pais como nas mães.  Isto significa que, tal como disse a investigadora, "ser mãe/pai é uma escolha que vai além da biologia", tem muito a ver com a ligação. Coisa que já todas sabíamos, mas vê-lo provado não deixa de ser interessante, não é? 

Depois, por sabermos que as mães são quem tem o sono mais leve (por causa da activação da tal amígdala), quiseram perceber porquê. Comparando com os tais casais em que não há mãe, repararam que os homens também têm essa "capacidade" e que é idêntica. E isto através de exames ao cérebro, por isso não há dúvidas. 
Quis partilhar isto convosco porque no caso de se sentirem assoberbadas por "terem que fazer tudo" e na eventualidade de se sentirem "culpadas" por delegarem o que estão a fazer ou até se tiverem pouca tolerância a que outras pessoas se ocupem dos vossos filhos (falo aqui do pai), percebam que ao fazerem-no estão não só a providenciar maior felicidade a quem se envolva como aos vossos filhos e que estão a permitir que uma relação mais íntima, mais profunda se desenvolva entre eles. 

Só para deixar a nota que "a Mãe é que sabe" como título deste blog, não é para excluir os pais, mas sim para deixar um espaço de segurança grande a quem está a gerir a família, isto é: não comentemos e não nos metamos na vida uns dos outros que "só quem lá está é que sabe". Neste caso, como somos mães, falamos de mães, mas queremos muito que os pais também sabem e, tal como se vê, podem gostar tanto, saber tanto e envolver-se tanto quanto as mães. 

Espero que seja motivação suficiente para não sermos tão fuçonas - nos casos em que isto seja aplicável, claro. 
Ainda no documentário, também foi giro ver os resultados da experiência "Still face" em que puseram uma dezena de mães em frente a bebés, brincando com eles e, de repente, deixando de reagir aos mesmos, ficando com uma cara serena mas sem interagir. Os bebés procuram a reacção da mãe, provando que, desde sempre, estes nascem com skills sociais  de leitura e reacção de quem os rodeia.

Não querendo ser spoiler, também estudaram o impacto do estilo parental no desenvolvimento do cérebro dos bebés e, para agrado de TODAS e TODOS que lêem este blog, também ficou evidente que a resposta rápida de consolo aos nossos filhos lhes providencia um sentimento de segurança que permite que estejam aptos para explorar o mundo de forma saudável e dando um enquadramento mais saudável a todas as aprendizagens. Ainda que, com a experiência STILL FACE se tenha visto que, ao não se responder imediatamente, o bebé se incline para descobrir formas de se auto-acalmar, embora o nível de cortisol possa não descer e possa causar entraves numa relação mais calma entre os dois. 
Não há mimo a mais, malta! :)

3.01.2020

"Ainda és minha amiga, filha?"

Não sei como é que vocês são, mas eu tenho algumas missões importantes (ou prioritárias) daquilo que quero transmitir à Irene. Uma delas é que ela fique bem ciente do amor incondicional que sinto por ela e de que ela merece. 

Digo-lhe muitas vezes, quando há momentos de maior conflito, que ela não se preocupe porque "portes-te bem ou mal, estejas zangada ou contente (ou eu), a mãe nunca deixa de gostar de ti". Porque é verdade.

E tenho-lhe dito isso e mostrado sempre. 

No outro dia, estava furiosa e não consegui lidar bem com uma birra dela de cansaço. Acabei por ser mais assertiva e isso desencadeou nela uma reacção mais descontrolada. Acabou por se ausentar para o quarto porque, como disse ela: "Mãe, não estou disponível para conversar contigo". 


Acabámos por falar as duas sobre o que aconteceu. Expliquei-lhe que estava numa semana difícil e que a paciência não era algo tão fácil quando me sentia daquela maneira. Ela disse que também tinha reagido como reagiu porque não sabia como fazer melhor. Concluímos que é um trabalho que vamos desenvolver as duas em conjunto e que vamos melhorar e ter mais calma sempre que conseguirmos. 

No silêncio, enquanto a adormecia, bateu-me a culpa e saiu-me um "ainda és minha amiga, filha?". 


Ela respondeu:


"Mãe, então mentiste? Disseste que mesmo chateada ou quando nos zangamos que somos sempre amigas e agora perguntas isso?"


Ela tem razão. E eu tive a confirmação de que estou a fazer um bom trabalho. Não me agrada esta fase de tudo o que não coincida seja mentira, mas tem 5 anos, é normal. 

No entanto, ela deu-me o que lhe dou: amor incondicional. 

Ainda que haja muita coisa que falhe, que não seja exímia (não dá para ser, por favor), fico feliz que, tendo algumas prioridades, esteja a conseguir passá-las à minha filha. 

Quais são as vossas?